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A verdade sobre as Cruzadas

Publicado: 15 de junho de 2011 por Rafasoftwares em História da Igreja

Pelo prof. Cláudio de Cicco

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1. O Primado do Papa

Na grande diversidade de nações da Europa na Idade Média havia um traço de união entre todos os reinos: a profissão da mesma fé católica. Este, segundo Régine Pernoud, foi o grande fator que fez surgir a Cristandade que se concretizava no Sacro Império Romano-Germânico.

Todas as nações da Europa pertenciam, em tese, ao Sacro Império, e o seu chefe político era escolhido dentre os príncipes cristãos, pela Dieta ou assembléia dos dignitários. O primeiro imperador foi Otão I, em 962.

Como a religião era denominador comum, ao Papa competia o magistério espiritual do Sacro Império: como chefe da Igreja, ele intervinha no Império todas as vezes em que as leis afetassem a moral cristã. Não raro também era invocado como árbitro supremo nas questões políticas; esse costume se estendeu até os tempos modernos, pois Alexandre VI resolveu a pendência entre a Espanha e Portugal pelo Tratado de Tordesilhas (1494).

Quando o Imperador alemão Henrique IV investiu sacerdotes indignos em bispados alemães, o Papa São Gregório VII o excomungou, desligando seus súditos da obediência a ele devida.

Foi então que Henrique IV dirigiu-se ao castelo de Canossa com trajes de peregrino, em noite de inverno, para pedir perdão ao Papa por seus crimes de venda dos cargos eclesiásticos (simonia).

Joseph De Maistre esclarece que “os papas não disputavam aos imperadores a investidura feudal, mas sim a investidura episcopal”, pelo báculo e pelo anel, para que os benefícios eclesiásticos não se convertessem em feudos políticos.

O ato simbólico de Henrique IV, na neve, em Canossa (1077), foi o marco da supremacia do Papa sobre os poderes temporais, na Idade Média.

2. O perigo islâmico: as Cruzadas, uma guerra defensiva

As Cruzadas são apresentadas por alguns historiadores como guerras de conquista da Europa contra os árabes. Mas não é bem verdade. As Cruzadas surgiram porque os países árabes, depois de unirem todas as tribos numa mesma nação islâmica continuaram a luta pelo poder total de Alá e seu Profeta, marchando em direção aos Balcãs e à península ibérica. Desde o século VII que os adeptos da doutrina muçulmana, ou Islamismo, liderados por Maomé — que intitulava a si próprio “Profeta de Alah” —, iniciaram a Guerra Santa, conquistando a Arábia, a Palestina, ocupando os Lugares Santos de Belém, Nazaré e Jerusalém, depois o Egito e daí passando à Espanha, onde foram chamados “mouros”.

Daí surge o antagonismo. Eles ameaçaram Constantinopla, e acabaram por tomá-la no fim da Idade Média. Ameaçaram a Espanha, onde queriam entrar e por séculos o vinham tentando. Dominaram o norte da África, e começaram a proibir o acesso aos lugares santos. Assim, a Europa estava praticamente cercada pelos turcos. E foi isso que motivou as Cruzadas.

Eram consideradas como uma guerra defensiva, portanto justa; consequentemente, os cavaleiros partiam com a consciência tranquila, pois não se tratava de uma guerra de conquista.

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Batalha de Ascalon, no caminho para libertar Jerusalém

3. As perseguições aos romeiros

Em 1070 os turcos haviam tomado Jerusalém aos árabes e começaram então as perseguições e profanações que os peregrinos narravam com cores vivas no Ocidente. Nessa época, um piedoso peregrino chamado Pedro d’Amiens, ao retornar da Terra Santa, foi ter com o Papa Urbano II a fim de descrever-lhe os vexames dos cristãos na Palestina e profanação dos lugares santos pelos infiéis.

J. F. Michaud nos diz que Urbano II fora informado de um ataque iminente a Constantinopla. Decidiu, pois, passar ao ataque do campo inimigo. Por este motivo, o Papa convocou o concílio de Clermont (1095), ao qual compareceram muitos príncipes do Ocidente. Lá compareceu também Pedro d’Amiens e expôs com tal emoção a triste situação do país de Cristo que todos os circunstantes, em lágrimas, romperam num grito uníssono de fé e coragem: “Deus o quer! Deus o quer! “.

Ocorre que antes da definição e concretização das metas, Pedro, o Eremita e um cavaleiro apelidado Gauthier Sans-Avoir (Gualter Sem Tostão, o que nos dá uma ideia de sua falta de recursos ) ,anteciparam-se aos planos do Papa Urbano II e partiram para o Oriente com uma massa de 17.000 pessoas ignorantes, pobremente equipadas e sem nenhuma experiência militar. Foi um movimento paralelo e independente que partiu em direção à Niceia sem o prévio consentimento do Papa, chamado “cruzada do povo”. Após uma travessia caracterizada por desordens, violências e epidemias, foram completamente trucidados pelos turcos quando atacaram aquela cidade. Por isto, não se considera este movimento como a primeira cruzada, que teve seu início em 1096, portanto, no ano seguinte. (seu nome foi tirado do símbolo da Cruz Vermelha, que lembra o preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor , lá derramado, em campo branco, representando seu Puríssimo Corpo, por nós crucificado.)

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Godofredo de Bouillon ou Bulhões

4. O absurdo da “razão única de ordem econômica”

É preciso frisar isto, porque aqui não são os filmes nem os romances que estão dando uma ideia distorcida da Cavalaria, mas os próprios historiadores que dizem que os cavaleiros iam para o Oriente em busca de riquezas, fortuna, glória. Glória acreditamos que sim, mesmo porque estava dentro do espírito deles. Mas… riqueza e fortuna, como e onde? Será que iriam deixar a França e a Inglaterra, onde tinham castelos, terras, mulheres e filhos, e criadagem à sua disposição, para navegar naqueles barquinhos, que mais pareciam casca de noz, e atravessar o que eles chamavam de “Mar Tenebroso”? (Acreditavam que o mar acabasse a certa altura… de repente; logo surgiam a cachoeira e o naufrágio…) E nem sequer sabiam o que vinha depois da África! Aventurando-se completamente naqueles pequenos barcos para chegar a um deserto terrível, com um calor a que não estavam acostumados, e encontrar um povo de língua estranha — para conquistar o quê? O que eles iriam ganhar do ponto de vista econômico ao deixar os seus bens na Europa?

Se não entendermos os objetivos da Cavalaria medieval, não conseguiremos entender as Cruzadas; porque, do ponto de vista econômico, era um malogro total. Não eram apenas cavaleiros de classes humildes que iam para a Terra Santa. Reis e príncipes abandonavam seus tronos e iam também, como foi o caso de Ricardo Coração de Leão, Felipe de França e tantos outros. Assim, não é possível explicar essa guerra apenas sob o prisma econômico. E isso se coloca tão-só como observação, pois sabemos que, de tempos em tempos, surge um ou outro historiador querendo defender a tese de que “a grande razão de ser das Cruzadas era a conquista de bens materiais”; quando, pelo contrário, parece-nos que até estavam perdendo esses bens.

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Ilustração da Batalha de Ascalon, no caminho para Jerusalém

5. A motivação principal: a Fé

Como reflete o Professor Roberto De Mattei:

“Na catedral, os cristãos se reuniam em torno do padre que celebrava a missa em um altar olhando para o Oriente e renovava, sem derramamento de sangue, o máximo mistério do cristianismo: a Encarnação, Paixão e morte de Jesus Cristo. Nas Cruzadas, as mesmas pessoas pegavam em armas para libertar a Cidade Santa de Jerusalém que caíra nas mãos dos maometanos. O túmulo vazio do Santo Sepulcro, junto com o Santo Sudário, são testemunhos vivos da Ressurreição e as mais preciosas relíquias da Cristandade. A primeira Cruzada foi pregada em decorrência da meditação das palavras de Cristo: ‘Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me’ (Mt 16, 21-27). Aquela mesma Cruz, em torno da qual se reuniam as pessoas nas catedrais, foi estampada nas vestes dos cruzados e exprimia o ato pelo qual o cristão se mostrava disposto a oferecer sua vida pelo bem sobrenatural do próximo brandindo suas armas. O espírito das Cruzadas era, e continua a ser, o espírito do cristianismo: o amor ao mistério incompreensível da Cruz.” (Apologia da Cruzada )

E conclui o mesmo professor italiano : “Expurgar a idéia de Cruzada da ‘plataforma programática’ pessoal significa banir a própria ideia do combate cristão.”

O ensinamento de que a vida espiritual é uma luta está especialmente desenvolvido nas cartas de São Paulo. Em muitos lugares delas encontram-se metáforas e imagens tiradas da vida do guerreiro. O Apóstolo explica como a vida cristã é um bonum certamen (bom combate) que deve ser batalhado “pelo bom soldado de Jesus Cristo” (II Tm. 2, 3). “Revesti-vos da armadura de Deus ‒ diz ele ‒, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever” (Ef 6, 11ss).

E ainda: “Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus.” (Efésios 6, 14-17).

O espírito da Cruzada e do martírio têm uma origem comum na dimensão profunda da guerra espiritual. O martírio, como o sofrimento, pressupõe o combate.

A própria vida de Jesus Cristo pode ser considerada como uma batalha constante contra o conjunto das forças hostis ao reino de Deus: o pecado, o mundo e o diabo.

Que a vida do cristão seja uma luta é um dos conceitos que com maior frequência ressoa no Novo Testamento, onde lemos: “Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo. Nenhum soldado pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar ao que o alistou. Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras.” (II Tm. 2, 5). O Evangelho, aliás, em seu genuíno sentido original, é a proclamação de uma vitória militar, neste caso a vitória de Cristo sobre o mal e os poderes das trevas.”

Cfr. Prof. Roberto de Mattei, “Il Foglio”, 08/06/2010, apud Corrispondenza Romana, 08/06/ 2010).

6. A Primeira Cruzada

Da primeira Cruzada, realmente organizada participaram Godofredo de Bouillon, Duque de Lorena, Raimundo Saint-Gilles, Conde de Tolosa, Balduíno de Flandres, os normandos Boemundo de Tarento e Tancredo de Siracusa, além do irmão do rei Felipe I da França, o conde Hugo de Vermandois. Como legado do Papa, partiu Ademar de Monteil, Bispo de Puy.

Após vários combates, em que a cavalaria cristã despertou a admiração dos adversários, os cruzados entraram em Jerusalém em 16 de junho de 1099. Godofredo de Bouillon recusou o título de rei, dizendo “que não queria ser coroado com ouro onde Cristo tinha sido coroado com espinhos”. Foi nomeado Guarda do Santo Sepulcro. Ouçamos as palavras dele mesmo, pedindo ajuda :

“Conclamamos a todos os senhores da Igreja Católica de Cristo e de toda a Igreja latina a exultaram com a admirável bravura e devoção de vossos irmãos.

Com a gloriosa e tão desejável recompensa de Deus onipotente, e com a muito e devotamente esperada remissão de nossos pecados pela graça de Deus.

E rogamos que Ele faça com que todos vós –bispos, clero e monges de vida devota, e todo o laicato – se sentem à mão direita de Deus, que vive e reina por todos os séculos dos séculos. E vos pedimos e rogamos em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que permanece sempre conosco e nos livra de todas as tribulações, que cuidem bem de nossos irmãos que a vós retornam, fazendo-lhes gentilezas e pagando suas dívidas, para que Deus os recompense e absolva de todos os vossos pecados e vos conceda uma participação nas bênçãos que nós e eles temos merecido diante do Senhor. Amém. Laodicéia, Setembro de 1099”

Com capital em Jerusalém, expandiu-se por outras cidades : Edessa, Antioquia, Trípoli, Tiberíades a conquista dos cruzados na Palestina, governando-as como feudos de Jerusalém, originando o Reino Latino-Cristão do Oriente. Estava garantida a posse da terra Santa e livre a rota para todos os peregrinos.

Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=1267

A SUCESSÃO DE PEDRO E O PAPADO

Publicado: 16 de fevereiro de 2011 por Rafasoftwares em História da Igreja

Em síntese : O pastor Anibal Pereira dos Reis publicou em 1980 mais um livro polêmico, em que desta vez ataca o Papa e, de modo especial, a sucessão apostólica a partir de São Pedro.

Verifica-se, porém, que o referido autor não foi às fontes da história dos Papas, mas consultou manuais de história da Igreja editados nos últimos cem anos, guiado por preconceitos passionais. É o que explica tenha visto problemas sucessórios onde não os há ou tenha exagerado, dificuldades que não são decisivas.

 O presente artigo repassa os casos da história dos Papas apontados pelo Pastor Anibal, mostrando o que neles haja de vicissitudes humanas, vicissitudes, porém, que não impedem o historiador de discernir a sucessão apostólica ininterrupta desde Pedro até João Paulo II. É esta a importante conclusão de todo este estudo. A palavra de Jesus que prometeu a Pedro e aos Apóstolos e sua assistência indefectível até a consumação dos séculos (cf. Mt 16, 16-19; 28,19s), continua válida: aplica-se a João Paulo II e aos bispos de sua comunhão como legítimos sucessores do colégio apostólico chefiado por Pedro.

Quem observa a história do Papado e a da Igreja, tem motivos para corroborar a sua fé, pois o conhecimento do passado evidencia que é o Senhor Deus quem sustenta a Igreja, e não a virtude dos homens; mais convicta ainda se torna a consciência de que é o próprio Jesus Cristo quem está presente em sua Igreja e a conserva incólume Mestra da Verdade através das tormentas da história.

Comentário: Em 1980 foi editado mais um livro polêmico, intitulado “Cartas ao Papa” João Paulo II, da lavra do pastor Anibal Pereira dos Reis. Este opúsculo, redigido em estilo sarcástico, impugna a legitimidade da autoridade papal. Para tanto, recorre a afirmações não comprovadas, a fontes pouco abalizadas e a interpretações distorcidas dos fatos. Um autor que cultive realmente a ciência, não usa tal estilo nem tal método, pois são passionais e não se atêm à objetividade do discurso autenticamente científico. Como quer que seja, o livro do pastor Anibal pode impressionar leitores despreparados … Eis por que lhe daremos atenção.

O autor contesta a autoridade de Pedro e o seu sepultamento em Roma – o que já foi estudado em PR

252/1980, pp. 487-499; consequentemente, impugna a autoridade dos sucessores de Pedro, tentando mostrar que a sucessão dos Papas através dos séculos é obscura a ponto de haver contradições entre os próprios autores católicos. Nas páginas subseqüentes, voltar-nos-emos para a história do Papado a fim de elucidar os pontos indicados pelo pastor Anibal e evidenciar a continuidade das funções de Pedro por entre os altos e baixos que a história dos homens não pode deixar de apresentar.

1. Os percalços da história

O pastor Anibal Pereira dos Reis apresenta um quadro muito confuso da história do Papado. Cita autores de manuais da história da Igreja como Capelli, Seppelt-Loeffler, Pastor, Lorenz, H. Bruck …, todos autores dos últimos cem anos … Anibal Pereira dos Reis não pesquisou fontes antigas, para poder penetrar melhor a matéria, de modo que a sua explanação não pode deixar de ser superficial e pré-científica.

Procurando considerar com objetividade serena o assunto, observamos que a história do Papado, como, aliás, freqüentemente a história geral, não pode deixar de ter os seus pontos obscuros. E isto, no caso do Papado, por quatro principais motivos:

1.1. Deficiência de fontes e cronistas na antigüidade

As primeiras tentativas de reconstituir a linha sucessória dos Papas datam do século II e devem-se

respectivamente aos escritores Hegesipo (151-166) e S. Ireneu (177-178). Ambos foram a Roma para consultar diretamente as fontes da história1.

O trabalho de Hegesipo chegou-nos em estado fragmentário (inserido na Historia Ecclesiastica de Eusébio de Cesaréia V 22,3), ao passo que o de S. Ireneu foi conservado integralmente (ib. V. 6,24-29; Adversus Haereses III 3), mas sem dados cronológicos; a lista dos Papas confeccionada por S. Ireneu é o documento mais abalizado que tenhamos no tocante aos primórdios do Papado; começa com Pedro, Lino, Cleto e estende-se até S. Eleutério (175-189).

Acontece que, no decorrer dos séculos, cronistas e historiadores tentaram estabelecer a lista dos Papas da antigüidade, mas às vezes de maneira pouco científica, comparando a cronologia dos Papas com as de Imperadores e cônsules. Numerosas são as tabelas daí oriundas. Os críticos têm procurado fazer a triagem de tais documentos, de modo a oferecer ao estudioso contemporâneo a autêntica imagem da história do Papado.

1.2. Erros e incertezas da crônica

Dentre as deficiências cronográficas, merecem especial relevo as seguintes:

– por vezes, os cronistas inseriram nos catálogos dos Papas nomes de pessoas que nunca existiram; assim Dono II1, que teria governado em 972 ou 974; por sua vez, o Papista Joana nunca existiu, mas foi introduzida no catálogo dos Papas em lugares diferentes (o que bem mostra que se trata de ficção; cf. PR 141/1971, pp. 411-418);

– a numeração dos Papas nem sempre procedeu exatamente. Assim o Papa João XV (985-996) em algumas listas foi considerado João XVI, pois erroneamente se colocou antes do mesmo um fictício João XV; em conseqüência, a numeração dos Papas subseqüentes de nome João foi aumentada de uma unidade até João XVIII. Nesta série, João XVI foi antipapa, como se verá adiante; não obstante, foi João XVI computado, por erro, entre os Papas legítimos … Não houve Papa de nome João XX;

– a escrita de determinados nomes oscilou, de modo que um Papa pode aparecer duas vezes num catálogo com nomes semelhantes: tal é o caso de Cleto e Analeto2 e de Marcelo e Marcelino; provavelmente trata-se apenas dos Papas S. Anacleto ou Cleto (76-88 ou 79-91) e S. Marcelino (296-304);

– quando era escolhido Papa um diácono nos primeiros séculos, este devia receber a ordenação episcopal; sem esta o cleito não poderia ser considerado Papa. Ora Estêvão II foi eleito entre 16 e 23/03/752; faleceu, porém, dois dias após a eleição, sem ter sido ordenado bispo, de modo que juridicamente não é Papa; não obstante, por alguns cronistas medievais foi considerado como Papa Estêvão II: visto que fora eleito. O seguinte Estêvão toma ora o número II, ora o número III (752-757), de mais a mais que sucedeu sem intermediário a Estevão (II).

1.3. Ingerência de Imperadores e famílias nobres

Desde que o Imperador Constantino concedeu a paz aos cristãos (313), o poder imperial foi assumindo funções de tutela em relação à Igreja até chegar ao exercício do Cesaropapismo (cf. Justiniano I, 527-565). Além disto, as famílias nobres de Roma e dos arredores também se imiscuíram na escolha dos bispos de Roma, procurando favorecer seus interesses particulares e políticos. Disto resultou que pessoas não qualificadas foram colocadas sobre a sé de Pedro, às vezes em pontificados breves e tumultuados; resultou também que os Imperadores promoveram a eleição de seu Papa próprio (= antipapa) em oposição ao legítimo Pontífice. Assim, por exemplo, o Imperador Oto I, no Sínodo de Roma de 4/12/1963, depôs o Papa João XII e ocasionou a eleição de Leão VIII. Este foi antipapa, visto que nenhum Imperador tem autoridade para depor um Papa; somente depois que faleceu João XII (964), a sé papal tornou-se vacante, sendo então eleito como legítimo Pontífice Bento V. Todavia há catálogos antigos que erroneamente consignam João XII, Leão VIII e Bento V como Papas legítimos!

Outro motivo de percalços na história do Papado é

1.4. A fraqueza de clérigos

 

Houve, sem dúvida, clérigos cobiçosos que disputaram a ascensão à cátedra de Pedro, provocando agitação e quadros sombrios na linhagem dos Papas. A verificação da fragilidade humana não surpreende o cristão; este sabe que, desde Abraão, Isaque e Jacó, o Senhor se dignou escolher os instrumentos humanamente mais fracos para realizar o seu sábio plano de salvação. Ao verificar isto, São Paulo diz: “É na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder … Por isto eu me comprazo nas fraquezas … nas necessidades … pois, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,9s).

Uma vez expostas as causas de dificuldades que o historiador encontra para reconstituir a história do Papado, compete-nos deter-nos mais atentamente sobre o que seja um antipapa.

 

2. Antipapa

Exporemos as maneiras como se pode originar um Antipapa; a seguir, examinaremos alguns casos particulares.

 

2.1. Como …?

Como diz o nome, Antipapa é alguém que se opõe ao Papa legítimo trazendo falsamente o título de Papa; trata-se de um usurpador, eleito (às vezes de boa fé) em condições ilegítimas. Atribuindo a si a autoridade de Papa, cria um estado de cisma entre os fiéis. O primeiro Antipapa que se conheça, é Hipólito Romano (217-235) e o último vem a ser Félix V (1439-1449); a respeito de um e outro dir-se-á uma palavra oportunamente.

O número de antipapas oscila, pois os estudiosos seguem critérios diferentes para definir se tal ou tal figura foi ou não antipapa. Os historiadores protestantes, por exemplo, julgam vacante a sede papal se o respectivo titular é deposto por motivos políticos; ao contrário, os católicos afirmam que não há poder imperial nem eclesial habilitado a destituir um Pontífice1 e estipulam os seguintes critérios para distinguir um Papa legítimo de um antipapa:

1) esteja a sede papal vacante por ocasião da eleição ou da ascensão do Pontífice à mesma; ora a vacância só ocorre por morte ou por renúncia do legítimo titular; fora destes casos, a sede papal não pode ser ocupada por quem quer que seja;

2) os legítimos eleitores do futuro Papa desempenhem as suas funções com plena liberdade. No caso de terem efetuado uma eleição de validade dúbia ou nula, requer-se um ato público que sane os vícios da eleição realizada. Foi o que se deu no caso do Papa Vigílio. O Papa S. Silvério (536-537) fora indevidamente deposto pelo general Belisário; a facção deste procedeu então à escolha do diácono Vigílio para ser o “Papa”, mas invalidamente. Morto Silvério, Vigílio foi reconhecido publicamente como Papa legítimo (11/11/537); não foi Papa senão após a morte de Silvério;

3) Cumpram-se exatamente as prescrições canônicas vigentes para a eleição de um Papa. Tais normas têm variado de época para época, tendendo a se tornar cada vez mais rígidas, a fim de se evitar a intrusão de facções políticas.

Os antipapas tiveram origem freqüentemente pelo fato de os Imperadores e famílias nobres intervirem na escolha do Pontífice. A primeira intervenção imperial em favor de um antipapa foi a de Constâncio (337-361) em prol de Félix II; o monarca, tendo-se imiscuído na controvérsia ariana1, exilou o Papa Libério (351-366), que defendia a reta doutrina (o Credo de Nicéia); em conseqüência, no ano de 355 o diácono de Roma Félix aceitou ser ordenado bispo, como se lhe fosse lícito substituir Libério, o bispo de Roma; voltaremos ao assunto à p. 123. – Por causa da confusão dos cronistas, o seguinte Papa Félix (483-492) foi tido como o terceiro, e não o segundo, deste nome.  As intervenções na Idade Média desde Oto I (936-973) a Frederico I Barba-roxa (1152-1190).

A partir de antipapa Constantino (767-768) até Anacleto II (1130-1138) a ascensão de antipapas foi promovida freqüentemente também pelas famílias romanas interessadas em colocar parentes sobre a cátedra de Pedro.

Examinaremos alguns casos de antipapas mencionados especialmente pelo pastor Aníbal dos Reis.

 

2.2. Casos especiais

 

2.2.1. Hipólito de Roma

Hipólito aparece em Roma no fim do século II como personagem erudito e, ao mesmo tempo, polemista;

combatia as heresias que sob o pontificado do Papa Vitor (189-199) perturbavam a comunidade de Roma.

O Papa Zeferino (199-217) parecia a Hipólito demasiado indulgente para com os cristãos indisciplinados.

Quando a este sucedeu Calisto (217-222), Hipólito se separou da comunhão da Igreja, dando origem a uma facção cismática, da qual ele era o bispo. Tornou-se assim o primeiro antipapa, persistindo nesta atitude ainda sob os pontificados de Urbano I (222-230) e Ponciano )230-235). Tal situação acabou quando o Imperador Maximino Trace publicou um edito de perseguição que atingia principalmente os pastores da Igreja: então Ponciano e Hipólito foram deportados para a ilha “nociva”, a Sardenha; Hipólito reconciliou-se com o Papa Ponciano e a Igreja no exílio; ambos sofreram o martírio pela fé.

Assim se explica que Hipólito tenha sido antipapa e seja tido como santo. Ele só foi santo por ter deixado de ser antipapa e haver aderido a Cristo na única Igreja, cujo pastor supremo é o bispo de Roma. Os santos podem ter atravessado fases de vida censuráveis.

 

2.2.2. Os “Félix”

Há três Papas legítimos de nome Félix e dois ilegítimos ou antipapas. A numeração é contínua de I a V, não porque se devam equiparar entre si os autênticos e os falsos Pontífices, mas porque as circunstâncias da época em que viveu Félix II não permitiram aos cristãos discernir entre verdadeiro e falso sucessor de São Pedro. Hoje, ao ler tal numeração, o cristão reconhece o significado relativo da mesma, sabendo que não é o título nem a numeração que faz de um antipapa um autêntico Pontífice. Percorramos sumariamente a seqüência dos cinco Félix:

1) Félix I, Papa, governou de 269 a 274. Deixou uma carta ao clero de Alexandria, na qual afirma a unicidade da pessoa de Jesus Cristo, tema debatido no século III.

2) Félix II, antipapa. Era arquidiácono em Roma. O arianismo (heresia que negava a divindade de Cristo) era então favorecido pelo Imperador Constâncio (337-361), que em conseqüência exilou o Papa Libério. Então Félix, embora tivesse prometido fidelidade ao Pontífice, permitiu que o ordenassem bispo de Roma. A cerimônia realizou-se no palácio imperial, em presença de poucos funcionários. O povo de Roma não quis reconhecer o antipapa nem freqüentava as igrejas em que pontificava.

Em 358, quando Libério voltou do exílio, o Imperador quis que Libério e Félix governassem conjuntamente a Igreja. O povo se rebelou e levou Félix a deixar a cidade de Roma. Pouco depois, Félix tentou tomar a brasílica Iulii no Trastevere para oficiar, mas o povo o obrigou a sair de novo. Retirou-se então de Roma e morreu junto à Via Portuense em 22/11/365.

No início do século VI os acontecimentos do século IV não eram claros aos cronistas, de modo que Félix foi considerado Papa legítimo e identificado com um mártir do mesmo nome sepultado junto à Via Portuense; por isto passou a ser recordado no Martirológio Jeronimiano aos 9 de julho. – Está claro, porém, que Félix não foi nem Papa legítimo nem mártir.

3) Félix III, Papa, governou de 483 a 492.

4) Félix IV, Papa, pontificou de 526 a 530.

5) Félix V, antipapa, foi eleito “Papa” (= antipapa) nos tempos do Papa Eugênio IV (1431-1447). Em 1439, o cardeal de Arles e 32 eleitores (dois quais apenas onze eram bispos), reunidos em Brasília, escolheram o duque Amadeu VIII de Savoia para chefiar uma facção oposta à Santa Sé. Os eleitores pretendiam continuar assim a ação de um Concílio que, iniciado em Brasiléia (Suíça), fora transferido pelo Papa legítimo Eugênio IV para Ferrara (Itália) em 1438; a facção que permaneceu em Basiléia, não aceitara a transferência do Concílio. O antipapa tomou o nome de Félix V, e foi residir em Lausannne (Suíça). Em 1449 renunciou, vindo a morrer em 1451 reconciliado com a Igreja e o Papado. – Como já foi dito, Félix V é o último antipapa da história.

2.2.3. Cristóvão

Contra o Papa Leão V (903-904) insurgiu-se o cidadão romano Cristóvão em setembro de 903. Deteve a sede papal durante quatro meses, ou seja, até janeiro de 904. Não há como atribuir foros de autenticidade ao seu comportamento.

 

2.2.4. Leão VIII

O imperador Oto I (936-973) da Germânia opunha-se ao Papa legítimo João XII por motivos políticos. Foi então a Roma, convocou um Sínodo local, para o qual chamou o Papa João XII (4/12/963). Este tendo-se recusado a comparecer, o Imperador fez eleger como antipapa um leigo, ao qual foram conferidas todas as ordens sagradas e o título de Papa Leão VIII; este devia ser pessoa de costumes dignos, mas fora ilegitimamente eleito, já que a Sé papal não estava vacante. A população de Roma permaneceu fiel ao Papa João XII, de modo que em janeiro de 964 houve uma revolta em Roma, durante a qual Leão VIII sofreu um atentado. João XII, que deixara a cidade, aproveitou a ocasião para voltar a Roma; um Sínodo reunido em Roma declarou nula a eleição de Leão VIII no ano de 965.

 

2.2.5. João XVI

João Filagato era de origem grega, nascido na Calábria. Tornou-se bispo de Pavia. O Imperador Oto III

enviou-o a Constantinopla como legado seu. Quando voltou do Oriente para Roma, na ausência do Imperador, a facção dos Crescêncios, que dominava Roma, o proclamou Papa, talvez à revelia do próprio Filagato, que tomou o nome de João XVI em abril de 997. Era então Papa legítimo Gregório V (996-999); este teve que fugir de Roma, embora gozasse de apoio do Imperador, Quando este retornou a Roma, depôs João XVI e o relegou para um mosteiro. Como se vê, trata-se de um antipapa devido à ingerência de interesses estranhos aos da Igreja.

2.2.6. Bento IX

Teofilato era o filho de Alberico III da família dos condes de Túsculo, e sobrinho dos dois últimos Papas Bento VIII (1012-24) e João XIX (1024-32). Quando morreu este último, o pai impôs aos leitores a pessoa de Teofilato, que em 1032 foi eleito Papa com o nome de Bento IX. Este tinha entre vinte e cinco e trinta anos de idade e se achava totalmente despreparado para tão elevado mister. Levou vida mais semelhante à de um senhor deste mundo do que à de um Papa. Em 1045 os romanos elegeram, como antipapa, Silvestre III, que durou apenas cinqüenta dias. Diante do mal-estar reinante em Roma, Bento IX, resolveu renunciar ao Papado a 1º/05/1045. Em seu lugar foi eleito o presbítero João Graciano, com o nome de Gregório VI (1045-1046). Um Sínodo em Sutri, orientado pelo Imperador Henrique III, declarou depostos o Antipapa Silvestre III e o Papa Gregório VI (20/12/1046). Outro Sínodo reunido em Roma aos 24/12/1046 depôs Bento IX (que já renunciara havia muito) e elegeu Clemente II. Quando este morreu (19/10/1047), Bento voltou a Roma e usurpou a cátedra de Pedro de 8/11/1047 a 16/07/1048, quando as forças do Imperador o obrigaram a ceder a sede a Dámaso II; este governou apenas três semanas, pois faleceu aos 9/08/1048. – Quanto a Bento IX, ainda viveu até 1055 ou 1056; há quem diga que se arrependeu e terminou os dias no mosteiro de Grottaberrata, como há (como São Pedro Damião) quem afirme o contrário.

São estes fatos que explicam seja Bento IX nomeado duas vezes nas listas dos Pontífices Romanos; somente a primeira referência é legítima; a Segunda estada na cátedra de Pedro foi ilícita ou usurpatória.

2.2.7. Silvestre III

O pontificado de Bento IX (1022-1045) foi assaz autoritário. Em conseqüência, os romanos elegeram antipapa em janeiro de 1045 o bispo João, da cidade de Sabina, que tomou o nome de Silvestre III. Pouca coisa se sabe a respeito deste prelado; o Concílio de Sutri, apoiado pelo Imperador Henrique III, o declarou deposto em 1046; na verdade, Silvestre III só foi antipapa de 20/01/1045 a 10/03/1045.

 

2.2.8. Bento X

O Papa Estêvão IX (1057-1058), antes de morrer, induziu o clero e o povo romanos a jurar que não procederiam à eleição de novo Papa antes da volta do diácono Hildebrando, que estava na Alemanha e

defendia a Igreja contra a prepotência dos nobres. Todavia, após a morte de Estêvão IX (29/03/1058), a

aristocracia romana rompeu o juramento e escolheu João Mincio, bispo de Velletri, para ser o Papa (antipapa) Bento X (5/04/1058). A eleição foi ilegítima, porque não realizada pelo colégio eleitoral devidamente convocado e presente. Quando Hildebrando voltou da Alemanha, reuniu em Sena os cardeais, os representantes do clero e do povo num Sínodo que elegeu Garardo, bispo de Florença, o qual tomou o nome de Nicolau II (1059-1061). Pouco depois um Concílio em Sutri declarou Bento X perjuro e intruso, confirmando Nicolau II na cátedra de Pedro. O governo do antipapa durara dez meses (5/04/1058-24/01/1059).

 Bento X deixou Roma em janeiro de 1059. Morreu durante o pontificado de Gregório VI (1073-85), que, por magnanimidade, quis tivesse funerais honrosos. Por isto, durante muito tempo Bento X foi tido como Papa legítimo e foi incluído no catálogo dos Papas; em conseqüência, o Cardeal Nicolau Boccasini, eleito Papa em 1303, se chamou Bento XI, e não Bento X; na verdade, como foi demonstrado, Bento X foi antipapa e não deve figurar na lista dos Pontífices Romanos.

 

2.2.9. Alexandre II e Alexandre V. O Grande Cisma do Ocidente

A respeito de Alexandre II não resta dúvida de que foi legitimamente eleito após a morte de Nicolau II (1061) e governou legalmente até a morte em 1073. Viveu num período em que a Igreja lutava para se libertar da intervenção do poder dos reis e dos príncipes. Ora, como Alexandre II fosse homem austero e adepto da renovação da Igreja, a sua eleição não agradou aos nobres de Roma e ao Imperador da Alemanha; em conseqüência, estes promoveram em 1061 a eleição de Cádalo, bispo de Parma, que se tornou o antipapa Honório II (1061-1072); o poder imperial tudo fez para apoiar Honório contra Alexandre; todavia isto não invalida a posição de Alexandre nem legítima a de Honório II.

Quanto a Alexandre V, faz-se mister colocá-lo no contexto do Grande Cisma do Ocidente.

Desde os tempos do rei Filipe IV o Belo (1285-1314), da França, este país foi exercendo certa ascendência sobre o Papado. Este chegou a transferir a sua sede para Avinhão na França de 1309 a 1377. Quando, após o chamado “exílio de Avinhão”, o Papa Gregório XI morreu em Roma aos 27/03/1378, os Cardeais procederam à eleição de Urbano VI (1378-89), Papa legítimo nativo de Nápoles; todavia os monarcas da França e de Nápoles, descontentes pelo fato de ser o Pontífice italiano e não francês, incentivaram treze Cardeais a proceder a nova eleição em Fondi (reino de Nápolis), da qual resultou o antipapa Clemente VII (1378-94), que era francês, primo do rei da França, e foi residir em Avinhão. Instaurou-se assim um cisma de grande vulto no Ocidente cristão (1378-1417); os monarcas aderiam a um ou outro dos pastores em causa, segundo seus interesses particulares, deixando os fiéis muitas vezes perplexos. A situação de cisma foi-se protraindo, até que em Pisa um grupo de Cardeais de ambas as obediências reunidos em 1409 houve por bem declarar depostos

os dois Pontífices (o antipapa e o Papa) e elegeram, para assumir a cátedra de Pedro, o franciscano de origem grega Pedro Filargo, que tomou o nome de Alexandre V (1409-1410). Evidentemente esta eleição foi ilegítima, pois nenhum Concílio tem autoridade sobre o Papa legítimo, que, no caso, era Gregório XII< sucessor de Urbano VI.

Havendo três obediências na Igreja – a de Roma, a de Avinhão e a de Pisa -, os cristãos não viam como resolver o impasse, de mais a mais que isto não poderia ser feito mediante a deposição do Papa legítimo por parte de um Concílio.

O Espírito de Deus manifestou então sua presença providente na Igreja. Com efeito. O rei Sigismundo da Alemanha quis promover a celebração de um Concílio ecumênico em Constança para pôr termo ao cisma; o Concíílio, embora não legitimamente convocado pelo Imperador, reuniu-se em 1414 na cidade de Constança; o antipapa João XXIII, sucessor de Alexandre V, lá compareceu, certo de que seria confirmado Papa pelo Concílio; ora isto não se deu, pois foi tido como usurpador e assim constrangido a fugir; foi deposto finalmente e perdeu toda autoridade. O Papa legítimo Gregório XII, em Roma, já tinha noventa anos de idade. Pediu então aos padres conciliares que aceitassem ser por ele convocados e habilitados a agir conciliarmente; tendo os conciliares aceito tal delegação da parte do Papa legítimo, constituíram uma autêntica assembléia da Igreja universal; Gregório XII, a seguir, aos 4/07/1415, renunciou ao Papado, deixando a sede vacante para que os conciliares pudessem proceder à eleição de novo Papa. Quanto a Bento XIII, o antipapa de Avinhão, já estava idoso e perdera muito do seu prestígio; os seus seguidores o abandonavam aos poucos. O Concílio declarou-o ilegítimo. Estava assim o caminho aplainado para a eleição de novo Papa. Este foi o Cardeal Odo Colonna, que tomou o nome de Martinho V aos 11/11/1417. Assim terminou a terrível situação de cisma na Igreja sem derrogação ao primado do Romano Pontífice e sem quebra da sucessão apostólica. Embora os cristãos se tenham sentido perplexos durante os decênios do cisma, o Espírito Santo guiou a Igreja para que a linhagem de Pedro ficasse incólume através da borrasca.

É de notar que, após Martinho V, a sucessão dos Papas prossegue sem dúvidas nem motivo de hesitação para o historiador.

2.2.10. Martinho IV e Inocêncio XIII

Aníbal Pereira dos Reis cita ainda Martinho IV (1281-85) e Inocêncio XIII (1721-1724) como Papas discutidos ou não admitidos por todos os autores. Na verdade, nenhuma dúvida existe a respeito da legitimidade do pontificado de um e outro desses Papas, que constam de toda lista de Papas criteriosamente confeccionada.

São estas algumas observações que os quesitos lançados pelo pastor Aníbal Pereira dos Reis tornavam

necessárias. O fato de que a numeração dos Papas do mesmo nome ora inclua os antipapas, ora os exclua, não quer dizer que estão assim legitimados aqueles que foram antipapas; por exemplo, o fato de que Alexandre VI (1492-1503) não repetiu o número V, pois Alexandre V foi antipapa, não significa que Alexandre V tenha sido legítimo ou haja sido reconhecido como tal. Não é o nome nem o número que faz um Papa; a história, sendo obra da liberdade humana, nem sempre segue as estritas regras da lógica ou do cálculo, mas também nem por isto é incompreensível ou indecifrável.

 

3. Para escrever a história do Papado

Por último, ainda em vista do opúsculo do pastor Aníbal, importa observar que, se alguém deseja escrever em termos sérios e científicos a história do Papado (ainda que seja para criticá-la), deve recorrer aos documentos fontes e não a manuais escolares, que são geralmente obras de Segunda mão, derivados das fontes. Quem lê a bibliografia citada pelo pastor Aníbal à p. 66 do opúsculo, verifica que está longe das fontes da história; por isto, as ponderações do autor polemista carecem de autoridade científica.

Para escrever autêntica história do Papado, portanto, o estudioso há de recorrer aos seguintes documentários:

1) Chronicon e História Ecclesiastica de Eusébio de Cesaréia (+ 340), Patrologia Latina, ed. Migne, t. 19-24.

2) Liber Pontificalis, que, em seu núcleo originário, se deve provavelmente ao Papa São Dámaso I (366-384) e que foi sendo sucessivamente complementado no decorrer dos séculos; foi editado em termos críticos e científicos por Louis Duchesne.

3) Chronicon Pontificum et Imperatorum, de Martinho de Tropau O. P. (+ 1278). A terceira edição desta obra vai até Nicolau II (1277-1280). Cf. ed. L. Welland, em Monumenta Germanie Historica, Scriptoros XXII, pp. 327-345;

4) Liber de Vita Christi ae omnium Pontificum, de Platina. Editio Princeps, Venetiis 1479.

5) Epitome Pontificum Romanorum a S. Pedro usque ad Paulum III. Gestorum electionis singulorum et

conclavium compandiaria narratio, de O. Panvínio, Roma 1557.

6) Annales de Barônio, Roma 1588. A cronografia de Barônio, que vai até 1198, foi reconhecida por quase todos os historiadores até o século passado.

7) Conatus chronologico-historicus ad universam seriem Romanorum Pontificum de Daniel Papebroch.

8) Mémoires, de Tillemont, Paris 1693-1712.

9) Chronologia Romanorum Pontificum in pariete australi basilicae S. Pauli Viae Ostiensis depicta saee. V seu aetate S. Leonis Pp. Magni cum additione reliquorum Summorum Pontificum nostra ad hace tempora perducta, de G. Marangoni, Roma 1751.

10) Regesta Pontificum, de Jaffé até 1198, e de Potthast até 1304.

11) Hierarchia Catholica, de Eubel, de 1198 em diante.

No século XX são três os autores que mais autoridade possuem no tocante à cronografia dos Papas:

Duchesne, Ehrie e Mercati. Ora Aníbal P. dos Reis parece ter ficado à distância destes mananciais de

historiografia.

 

4. Conclusão

Verifica-se que a história do Papado esteve sujeita às vicissitudes da fraqueza humana, que lhe deram uma face por vezes opaca. Isto, porém, não decepciona o fiel cristão por dois motivos:

1) É o Senhor Jesus quem sustenta a sua Igreja, e não a habilidade ou a santidade dos homens que a

governam. Essa sua assistência indefectível, Jesus a prometeu não aos mais santos ou aos mais eruditos dos pastores da Igreja, mas a Pedro e a todos os que legitimamente sucedem a Pedro e aos demais Apóstolos.

Com efeito, além de Mt 16, 16-19, importa citar Mt 28,19s: “Ide, e fazei que todas as nações se tornem discípulos … Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.

Por conseguinte, o que dá ao cristão a garantia de estar sendo guiado por Cristo mediante os legítimos

pastores é a adesão aos sucessores de Pedro e dos Apóstolos, independentemente das vicissitudes por que passou a Sé Apostólica.

2) É certo que a sucessão apostólica se vem mantendo na Igreja Católica. As fases sombrias e complexas da história do Papado – que são inegáveis – não chegaram a causar a quebra da linhagem papal.

O fato de que as listas de Papas confeccionadas pelos historiadores enumerem dois ou três nomes a mais ou a menos, se explica pelos motivos atrás indicados (dois nome semelhantes foram atribuídos ao mesmo Pontífice, contou-se cá ou lá algum antipapa, que não devia ser considerado …); não implica perda da linha sucessória, mas elucida-se e entende-se pela reconstituição dos fatos históricos caso por caso.

3) Quem com objetividade estuda a história do Papado e a da Igreja, encontra especial motivo para ter fé ainda mais ardente, pois verifica de maneira quase palpável a presença e a ação do Espírito Santo na Igreja. Se Esta é hoje o grande baluarte da paz e da concórdia entre os povos apesar das tormentas por que passou, a Igreja é de origem divina e não humana, pois nenhuma obra meramente humana teria atravessado os séculos guardando a sua plena vitalidade, como a Igreja.

A Deus dêem-se graças por causa mesmo dessa história da Igreja!

____________________

1 Sabe-se que o Papa é sempre o bispo de Roma, visto que é o sucessor de São Pedro, martirizado como bispo de Roma.

 

1 Deformação de Domnus (= Senhor) ou Bonus (= bom).

 

2 Kletos, em grego, quer dizer chamado. Ana-kletos é aquele que é chamado de novo ou para cima.

 

1 “Prima sedes a nemine iudicatur (a sé primacial por nenhuma instância é julgada)”, afirma um princípio do antigo Direito da Igreja ainda hoje incluído no Código de Direito Canônico.

 

1 Referente à Divindade de Jesus Cristo.

 

2 O Papa Félix I governou de 269 a 274, como legítimo Pontífice.

Fonte: Revista : “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” D. Estevão Bettencourt, osb,  Nº 255 – Ano : 1981 – Pág. 116

Pedro Realmente Esteve em Roma?

Publicado: 3 de janeiro de 2011 por Rafasoftwares em História da Igreja, Mentiras

Muitas são as tentativas de provar que Pedro nunca esteve em Roma, porém como a verdade é sempre verdade, ela não pode ser mudada, portanto exporemos aqui as provas da estadia de Pedro em Roma refutando muitas objeções caluniadoras!

1ª Prova, bíblica.

1 Pedro 5, 13. A igreja escolhida de Babilônia saúda-vos, assim como também Marcos, meu filho.

Está é a principal prova de que Pedro esteve em Roma, visto que Roma era tira como a babilônia na época pela semelhança que tinha com a babilônia (Ap 17,5; 18, 10). Assim, na mente de Pedro, a Roma dos seus dias lembrava a antiga Babilônia em riqueza, luxúria e licenciosidade

Objeção:

Alguns dizem que está babilônia era Babilônia do Egito ou ainda mais fortemente a Babilônia do Eufrates é considerada por muitos como o lugar aí designado, pois muitos Judeus, ainda moravam em Babilônia.

Refutação:

A babilônia do Egito, sendo provavelmente um posto militar do Império Romano, no local onde hoje é a cidade do Cairo, não existe nenhum registro das missões e da tradição que havia uma comunidade de cristãos ali naquela época muito menos que Pedro tenha estado ali, não encontramos nenhum indicio de cristianismo lá.

Já a babilônia do Eufrates não existe notícia nem tradição de qualquer apóstolo ter estado na Mesopotâmia, salvo Tomé.

Ou seja, em nenhuma das outras babilônias literais há qualquer noticia de comunidade cristã por perto, somente Roma se encaixa na descrição de Pedro.

2ª Prova bíblica.

Colossenses 4, 10. Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, primo de Barnabé, a respeito do qual já recebestes instruções.

Assim como Pedro diz que Marcos está com ele em Babilônia (ROMA), Paulo também quando escreve sua carta aos Colossenses diz que Marcos está com ele em Roma.

Paulo manda Timóteo levar Marcos a Roma Em II Timóteo:

II Timóteo 4,11b. Toma contigo Marcos e traze-o, porque me é bem útil para o ministério.

Timóteo estava em Éfeso e só poderia Marcos estar lá ou em uma cidade por perto no caminho para Roma, e não em Babilônia do Eufrates.

Se formos ver as datas das cartas veremos que II Timóteo foi escrita antes de 1 Pedro, portanto as datas se encaixam, Marcos foi para Roma com Timóteo  por volta  do ano 65 quando Paulo escreveu a 2ª carta a ele , e antes do ano 67 Pedro escreveu sua carta as comunidades da Ásia menor com Marcos. E alguns Anos depois Paulo escreveu sua Cartas aos Colossenses e Marcos estava com ele em Roma. Será que Marcos iria de Éfeso a Roma, Depois ir pra Babilônia do Eufrates mais de 3000 km de distancia escrever a carta com Pedro e voltar pra Roma? É meio que absurdo para a época, sem meios de transportes e nem estradas e etc. veja o mapa:

Ele estaria viajando mais de 6000 km em um curto período de tempo o que é ilógico, como já disse, para a época.

3ª Prova bíblica

I Pedro 5, 12. Por meio de Silvano, que estimo como a um irmão fiel, vos escrevi essas poucas palavras. Minha intenção é de admoestar-vos e assegurar-vos que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes.

Todos Sabem que Silvano Andava junto a Timóteo, e na região de Éfeso próximo a Europa, o que era que Silvano iria fazer na Babilônia? Marcos e Silvano iriam para a babilônia do Eufrates somente para escrever a carta com Pedro e Depois voltarem para Roma? É geograficamente e fisicamente impossível eles estarem em 2 lugares ao menos tempo.

Relatos históricos ¹ (prestem atenção nas datas):

Como a verdade é única e imutável, assim como ninguém pode apagar a história, afim de desmentir aqueles que negam a vida do Santo Apóstolo Pedro em Roma, seu episcopado e martírio nesta cidade, vale a pena sempre recordar a memória cristã afim de combater o erro.

Pedro pregou em Roma

“Lancemos os olhos sobre os excelentes apóstolos: Pedro foi para a glória que lhe era devida; e foi em razão da inveja e da discórdia que Paulo mostrou o preço da paciência: depois de ter ensinado a justiça ao mundo inteiro e ter atingido os confins do Ocidente, deu testemunho perante aqueles que governavam e, desta forma, deixou o mundo e foi para o lugar santo. A esses homens […] juntou-se grande multidão de eleitos que, em conseqüência da inveja, padeceram muitos ultrajes e torturas, deixando entre nós magnífico exemplo.” (São Clemente Bispo de Roma, ano 96, Carta aos Coríntios, 5,3-7; 6,1).

Clemente o 3º Bispo de Roma após Pedro, dá testemunho do belíssimo exemplo que o Apóstolo deixou entre os cidadãos Romanos.

“Não é como Pedro e Paulo que eu vos dou ordens; eles foram apóstolos, eu não sou senão um condenado” (Santo Inácio Bispo de Antioquia – Carta aos Romanos 4,3 – 107 d.C).

Se Pedro não esteve em Roma, qual é o sentido destas palavras de Inácio de Antioquia?

“Assim, Mateus publicou entre os hebreus, na língua deles, o escrito dos Evangelhos, quando Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja.” (Santo Ireneu Bispo de Lião – Contra as Heresias,III,1,1 – 180 d.C).

“Logo depois, o supracitado mágico [Simão], com os olhos do espírito impressionados por uma luz divina e extraordinária, após ter sido convencido de suas insídias [cf. At 8,18-23] pelo apóstolo Pedro, na Judéia, empreendeu uma longa viagem além-mar. Fugiu do Oriente para o Ocidente, julgando que, somente ali, poderia viver de acordo com suas convicções. Veio para Roma, onde foi bastante coadjuvado pela potëncia ali bem estabelecida [cf. Ap 17], e em pouco tempo sua iniciativas tiveram êxito, pois foi honrado como um deus pelo povo da região, com a ereção de uma estátua. Mas estas coisas pouco duraram. Imediatamente depois, ainda no começo do império de Cláudio, a Providência universal, boníssima e cheia de amor aos homens, conduziu mão a Roma, qual adversário deste destruidor da vida, o valoroso e grande apóstolo Pedro, o primeiro dentre todos pela virtude. Autêntico general de Deus, munido de armas divinas [cf. Ef 6,14-17; 1Ts 5,8], trazia do Oriente ao Ocidente a preciosa mercadoria da luz inteligível, e anunciava, como a própria luz [cf. Jo 1,9] e palavra da salvação para as almas, a boa nova do reino dos céus” (Eusébio de Cesaréia – HE,III,14,4-6 – 317 d.C)

“Sob Cláudio [Imperador], Fílon [quande estoriador judeu] em Roma relacionou-se com Pedro, que então pregava aos seus habitantes.” (Eusébio de Cesaréia – HE II,17,1 – 317 d.C)

Pedro foi Bispo de Roma

Eusébio de Cesaréia, narrando sobre a primeira sucessão Apostólica em Roma escreve:

“Depois do martírio de Pedro e Paulo, o primeiro a obter o episcopado na Igreja de Roma foi Lino. Paulo, ao escrever de Roma a Timóteo, cita-o na saudação final da carta [cf. 2Tm 4,21].” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,III,2 – 317 d.C).

“[…]quanto a Lino, cuja presença junto dele [do Apóstolo Paulo] em Roma foi registrada na 2ª carta a Timóteo [cf. 2Tm 4,21], depois de Pedro foi o primeiro a obter ali o episcopado, conforme mencionamos mais acima.” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,IV,8 – 317 d.C).

“[…]Alexandre recebeu o episcopado em Roma, sendo o quinto na sucessão de Pedro e Paulo” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,IV,1 – 317 d.C).

Pedro sofreu o martírio em Roma

“Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente” (Dionísio de Corinto, ano 170, extrato de uma de suas cartas aos Romanos conforme fragmento conservado na HE II,25,8).

“Eu, porém, posso mostrar o troféu dos Apóstolos [Pedro e Paulo]. Se, pois, quereis ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, encontrarás os troféus dos fundadores desta Igreja” (Discursocontra Probo – Caio presbítero de Roma, + ou – 199 d.C). Eusébio também trata deste escrito em HE II,25,7.

“Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo” (Orígenes, +253, conforme fragmento conservado na HE, III,1)

“Quando Nero viu consolidado seu poder, começou a empreender ações ímpias e muniu-se contra o culto do Deus do universo. […] Foi também ele, o primeiro de todos os figadais inimigos de Deus, que teve a presunção de matar os apóstolos. Com efeito, conta-se que sob seu reinado Paulo foi decapitado em Roma. E ali igualmente Pedro foi crucificado [cf. Jo 21,18-19; 2Pd 1,14]. Confirmam tal asserção os nomes de Pedro e de Paulo, até hoje atribuídos aos cemitérios da cidade.” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,II,25,1-5 – 317 d.C).

“Pedro, contudo, parece ter pregado aos judeus da Diáspora, no Ponto, na Galácia, na Bitínia, na Capadócia e na Ásia [cf. 1Pd 1,1), e finalmente foi para Roma, onde foi crucificado de cabeça para baixo, conforme ele mesmo desejara sofrer.” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE III,2 – 317 d.C)

 

Os críticos atuais não têm dificuldade de admitir a tese católica. Citemos algumas das linhas de Harnack  (“Cronologia”): “O martírio de S. Pedro em Roma foi antigamente combatido pelos preconceitos tendenciosos dos protestantes… Mas foi um erro que todo investigador, que não queira ser cego, pode verificar”. “Hoje em dia”, diz o mesmo crítico num discurso (1907) pronunciado na Universidade de Berlim, “sabemos que esta vinda (de S. Pedro a Roma) é um fato incontestável e que o começo da primazia romana remonta ao século II”.

 

Acusações protestantes infundadas (retiradas de um site do qual não tenho mais o link se alguém tiver, por favor, poste aqui):

“A lenda corrente de que o apóstolo Pedro residira em Roma por um período de 25 anos (de 42 a 67 d.C.), onde teria sido supostamente sepultado, faz parte do rico fabulário inventado pelo sistema católico romano, baseado na tradição!”

“Interessante que tal lenda, surgida lá pelos idos do século terceiro, determinava um período de 42 até 67 d.C., justamente quando o apóstolo desenvolvia seu ministério em inúmeras cidades.”

Estes acusadores de “meia tigela” não mostram de jeito nenhum de onde tiraram que Igreja diz que Pedro esteve em Roma por 25 anos. Os Historiadores eclesiásticos que citam Pedro como bispo de Roma por 25 anos são Eusébio e Jerônimo, porém não é um tempo exato veremos mais a frente. Como já mostrei antes nos testemunho Patristicos desde o ano 96 no 1º  século já vemos notícias de pedro em Roma!

Vejamos a explicação para o que Diz Eusébio e Jeronimo dos 25 anos:

A Tradição Cristã conserva, que terminado o Concílio em Jerusalém, Pedro viajou para Roma. Era um antigo ideal que zelosamente guardava no coração, de poder evangelizar o centro do Império Romano. Provavelmente se deslocou para Cesaréia e ainda no ano 49 ou 50, foi para a Itália, quando Cláudio era o Imperador Romano.

Esta conclusão é confirmada pela voz unânime da Tradição. É praticamente certo que Pedro viajou para Roma depois de 49 A.D. Sobre a duração do trabalho evangelizador de Pedro em Roma, há também controvérsias e não podemos seguir integralmente os dados cronológicos de Eusébio e Jerônimo, cujas considerações foram estabelecidas sobre crônicas do terceiro século, as quais não fazem parte da Velha Tradição, mas apenas constituem o resultado de cálculos que tiveram por base uma lista episcopal datada de fins do segundo século. Conforme Eusébio, foi apresentado no terceiro século o “Chronograph 354”, que estabelece um tempo de vinte e cinco anos de pontificado para São Pedro em Roma. Entretanto, consideramos o mencionado tempo excessivamente longo, se lembrarmos que a chegada de Pedro a Roma foi em 49. De acordo com a “Crônica” de Eusébio, o décimo terceiro ou décimo quarto ano do reinado de Nero é considerado como o ano em que ocorreu a morte de Pedro e Paulo (ou seja, ano 67-68). Assim sendo, como Pedro chegou a Roma no ano 49 e morreu no ano 67, a relação apresentada pelo “Chronograph 354” que fixa o seu episcopado em vinte e cinco anos, evidentemente não está correta e assim, o tempo de 25 anos deverá ser reduzido para dezoito anos, (porque 67 – 49 = 18 anos) (cf. Bartolini, Roma, 1868). Na verdade o período de 18 anos é um tempo mais condizente com os fatos conservados pela Tradição Cristã.²

Ano 54 – O imperador Claudio (41-54) expulsou de Roma todos os judeus, porque causavam distúrbios (Atos 18.2). Até o ano 54, pois, Pedro não podia estar em Roma porque era judeu, não tendo ouvintes judeus.

Ora todos sabem que os primeiros cristãos viviam nas catacumbas de Roma onde os soldados romanos não podiam ir, e Pedro era Cristão e não mais judeu. E no entanto isto não quer dizer que ele não estava em Roma, visto que em muitos casos os apóstolos pregavam escondidos para não serem presos.
Ano 55 – Mencionado como “evangelista itinerante” (1Coríntios 9.5). Neste período, evangelizou o Ponto, a Galácia, aCapadócia, a Ásia, a Bitínia e Babilônia (1Pedro 1.1;5.13).

Vamos verificar está citação:

1 Coríntios 9, 5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?

Onde nesta passagem está escrito que Pedro era evangelista itinerante? O que eu posso ler ai é que Pedro pode levar consigo a esposa dele, além do mais em todos os lugares que os apóstolos passavam eles evangelizavam, porém isto não diz que eles são itinerantes!

Outro erro feio  o acusador cita 1 Pedro dizendo que os acontecimentos dela foram no 55, sendo que  1ª Pedro foi escrita depois do ano 60, entre 64 e 67 para ser mais exato. Portanto mais do que furada está acusação!

Ano 57 – Paulo, na Epístola aos Romanos, saúda, nominalmente, 28 pessoas, mas não fala de Pedro (Romanos 18.1-15).

Ora e o que isto tem haver com uma pessoa está em Roma ou não?

O argumento fundado no silêncio não tem valor algum, a não ser que se prova que o fato passado em silêncio devia ser tratado ou mencionado por Paulo.

Paulo, três dias depois de chegar a Roma, “convocou os judeus mais notáveis”, pregando-lhes a Salvação em CRISTO JESUS. Desconheciam a doutrina que lhes era anunciada (Atos 28.17-29).

Ora o fato de alguns judeus não conhecerem a doutrina cristã não quer dizer que Pedro não estava lá, o fato de alguns africanos não conhecerem Cristo não quer dizer que João Paulo II nunca esteve na África.

E onde estavam os cristãos que Paulo se dirigiu em suas epistola aos romanos que não evangelizaram estes judeus? Então não havia nenhum cristão em Roma, para pregar para aqueles judeus?

Anos 61 a 63

Paulo esteve preso em Roma por 2 anos, mas nunca Pedro o visitou.

Onde é que diz que Pedro nunca o visitou? Lucas em atos disse somente que Paulo esteve lá por 2 anos e não cita mais nada, é desconhecida as atividades de Paulo em Roma!

Na Segunda Epístola a Timóteo, escrita na prisão, no ano 63, Paulo queixou-se dos discípulos e amigos que se ausentaram: “Só Lucas está comigo” (2Timóteo 4.11). Pedro devia estar em Babilônia,de onde escreveu sua Primeira Epístola (1Pedro 5.13).

Mais uma omissão e deturpação e contradição:

Ele omite que Paulo mandou Timóteo levar Marcos para Roma, é só conferir os versículos seguintes a passagem que ele cita para ver, e já mostrei que Marcos estavam em Roma.

Se contradiz dizendo que em 63 Pedro estava em Babilônia. Ora como ele disse que Pedro era itinerante e disse que em 55 ele escreveu 1ª Pedro, então Pedro esteve ao menos 8 anos na Babilônia do Eufrates, e por que não encontramos nenhum indício na tradição ou mesmo histórico de nenhuma comunidade cristã lá?

Ano 67 – Pedro escreveu suas epístolas. Não há nenhum sinal de sua presença em Roma!

Vejam ai que Grande contradição, afinal Pedro escreveu suas epistolas em 55 como ele citou anteriormente ou em 67?

Ele era itinerante ou permaneceu 12 anos na babilônia do Eufrates? Por que de 55 a 67 são 12 anos quando foi então martirizado. É confuso entender tantas contradições!

Assim, entendemos, que a estada de Pedro em Roma, por 25 anos e a qual o catolicismo romano dá foros de verdade, não passa, isto sim, de uma ” lenda escandalosa e pérfida, não havendo provas de seu martírio em Roma”, conforme nos relata o ex-padre (ex-locutor do Vaticano), Antônio Gonçalves Pires, em seu livro “Pode um católico salvar-se?”

Assim entendemos que as tentativas de deturpar a verdade a qual a “acusogética” protestante dá foros de verdade, não passa, isto sim, de uma lenda escandalosa e pérfida, havendo VÁRIAS provas de seu martírio, episcopado e estadia em Roma conforme nos relata a bíblia, a história, geografia e a tradição!

E para Terminar nada melhor que um pastor Protestante Falar por nós:

In Cord Jesu, Semper,

Rafael Rodrigues.

 

Referencias Bibliográficas:

¹ http://www.veritatis.com.br

² http://apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/chero.html

http://capuchinhos.org

Conego A. Boulenger, Manual de Apologética.

Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental

Publicado: 14 de dezembro de 2010 por Rafasoftwares em História da Igreja

Vira e mexe encontro algum maluco afirmando que a Igreja sempre foi um entrave para o progresso da humanidade e besteiras desse jaez. Espero que essa pequena compilação faça algum bem às almas e inteligências dos que ainda tem essa idéia distorcida e estão de boa fé.

Descendo das alturas teológicas e filosóficas para o campo das ciências e das descobertas, os padres ocupam, de novo, o primeiro lugar.

Entre centenas, citemos os mais conhecidos:

Os padres Oton e Ardoíno inventaram o alfabeto.

roger-bacon-statue

O padre Rogério Bacon inventou o telescópio.

O padre Zeucchi aperfeiçoou-o, em 1652.

O padre Humberto, o grande, inventou a bússola.

O padre Flávio, de Nápoles, aperfeiçoou-a.

O padre Tiago, de Vitry, aplicou-a à navegação.

O padre Cassiodoro, em 505, inventou o relógio.

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O Papa Silvestre II fez o primeiro relógio de rodas.

O padre Pacífico, de Verona, inventou o relógio de bolso.

O padre Welogord, em 1316, fez o primeiro relógio astrológico.

O padre Alexandre Spina, dominicano, no 13º século, inventou o óculos.

O padre Magnon inventou o microscópio.

O padre Embriaco descobriu o hidro-cronômetro e o sismógrafo.

O padre Bertoldo Schwartz inventou a pólvora.

Dom Galeno, bispo de Munster, descobriu as bombas.

São Boaventura a teoria da termodinâmica.

Os padres Lona e Becaria descobriram as leis da eletricidade.

O padre Secchi, jesuíta, descobriu a análise espectral.

O padre Procópio Divisch, em 1759, descobriu o pára-raios, e não Franklin, que fez apenas aplicá-lo à proteção das casas.

O santo padre Beda descobriu as leis das marés.

O padre Gilbert introduziu os algarismos arábicos.

O padre Guido d’Arezzo inventou as notas musicais.

O padre José Joaquim Lucas, brasileiro, inventou o melógrafo, ou modo de escrever as notas e sinais que correspondem à escrita musical.

O padre Alberto, saxonio, imaginou as leis da navegação aérea.

O padre Bartolomeu de Gusmão, em 1720, fez a aplicação destas leis aos aerostatos, 60 anos antes de Mongolfier.

O padre Amaro, monge, foi o desenhador da célebre carta marítima, em 1456, que inclinou Colombo às suas explorações.

O padre Gauthier, em 1753, aproveitando as experiências de Papin, Dickens, Watt, inventou o moderno funcionamento da navegação.

O padre Nollet inventou as máquinas elétricas e descobriu a eletricidade nas nuvens.

O padre Raul, vigário de Sfax, é o verdadeiro inventor do submarino moderno.

Um padre dominicano, italiano, é o inventor das máquinas de compor, ou linotipia.

Os padres jesuítas são os descobridores do gás.

O padre Duen fundou, em 1715, a primeira fábrica de gás.

Foi um padre brasileiro quem inventou a máquina de escrever.

O padre Painton inventou a bicicleta, em 1745.

O padre Barrant, monge, descobriu o freio das locomotivas.

O padre cavalieri, jesuíta, inventou a policromia.

O bispo Regiomontanos, de Ratisbona, descobriu a teoria da imobilidade do sol e do movimento da terra em redor dele (em 1470). Isto é, 10 anos antes do padre Copérnico.

copernicus

O padre Copérnico, polaco, achou o duplo movimento dos planetas sobre si mesmos e em volta do sol.

Os padres Ponce e Epée, beneditinos, estabeleceram o método da educação dos surdos-mudos, etc., etc…

O padre J. B. de La Salle foi o primeiro a fundar escolas livres.

O padre Fegenece foi o primeiro a praticar a gravura nas vidraças.

O cardeal Mezzofanti foi o maior conhecedor de línguas do século passado.\nO bispo Virgílio, de Salzburg, foi o descobridor da existência dos antípodas.

O padre Alberto Magno, dominicano, descobriu o zinco e o Arsênico.

O cardeal Régio Fontana inventou o sistema métrico.

O padre Lucas de Borgo é o inventor da Álgebra.

O Bispo Niels Stensen (1638-1686) considerado o fundador da geologia e mineralogia;

O padre Athanasius Kircher (1602-1680) erudito em inúmeros campos científicos;

O padre Giovanni Batista Riccioli (1598-1671) autor de uma enciclopédia astronõmica que marcou época, primeira pessoa a calcular a velocidade de um corpo em queda livre que acelera até o chão;

O padre Francesco Maria Grimaldi (1618-1663) descobridor da difração da luz;

O padre Ruggero Boscovich (1711-1787) considerado o criador da física atômica fundamental;

O Padre Nicholas Steno é considerado o pai da estratigrafia.

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Chama-se Gregor Mendel (1822-1884), monge austríaco que elaborou as leis da hereditariedade, sobre as quais a moderna ciência da Genética está baseada, e proporcionou a refutação da miserável teoria evolucionista de Darwin.

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Pe. Théophile Moreux, sacerdote famoso pela sua ciência astronômica. Ele a demonstrou partindo de uma análise estritamente científica das pirâmides.

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Pe. Théophile Moreux (1867-1954), membro da Academia Pontifícia de Ciências, criador de dois observatórios astronômicos na sua cidade natal ‒ Bourges, na França ‒, escreveu incontáveis obras de divulgação científica que o tornaram célebre pela sua precisão. A NASA deu o nome do padre cientista a uma cratera de Marte.

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Padre Landell foi um dos pioneiros na descoberta do telefone sem fio, ou rádio, como é hoje conhecido, o precursor da radiotelefonia, o bandeirante da própria televisão, o descobridor das Ondas Landellianas.

Father Georges Lemaitre: Founder of the “Big Bang” Theory of Creation

Father Georges Lemaitre: criador da teoria do “big-bang”

Padre Georges Lemaitre e o introdutor do relativismo na ciência

Padre Georges Lemaitre e o introdutor do relativismo na ciência

Einstein e Lemaitre

Einstein e Lemaitre

***

A Pontíficia Academia de Ciências do Vaticano completou 400 anos em 2003. Galileu foi seu membro. Atualmente, conta com 61 acadêmicos, dos quais 29 são vencedores do Prêmio Nobel. Trata-se de uma relação de notáveis cientistas, premiados por suas pesquisas no campo da medicina, química, física, etc. Entre os quais figuram Marshaw Nerimberg, o descobridor do Código Genético de todos os seres, Francis Collins, o mapeador do DNA humano e diretor do Projeto Genoma e o Cosmólogo padre Michael Heller, ganhador do mais polpudo prêmio acadêmico já entregue pela ciência moderna. 35 crateras na lua possuem nome de jesuítas.

***

Eis a Série da TV americana EWTN, apresentada por Thomas E. Woods, autor do livro Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. O ilustre Thomas E. Woods possui bacharelado pela Universidade de Harvard e Ph.D. pela universidade de Columbia.

http://www.youtube.com/watch?v=kivCLSqBB3I&feature=player_embedded

 

Fonte:  Opus Christi

A Inquisição

Publicado: 9 de dezembro de 2010 por Rafasoftwares em História da Igreja

Inquisição é o ato de inquirir, interrogar judicialmente. A Santa Inquisição ou Santo Ofício, foi ato de “questionar judicialmente aqueles que iam seriamente contra os ensinamentos da Igreja Católica”. O Papa Gregório IX, em 20 de abril de 1233 editou duas bulas, a primeira foi a “Licet ad capiendos”, que marcam o início da Inquisição Católica. Ou seja, toda ofensa a Deus, sua Igreja e Doutrina eram considerados crimes civis também, e eram julgados. A Igreja julgava e o Estado aplicava a lei. Se fosse algo gravíssimo o Estado aplicava a pena de morte, que na época eram na fogueira ou enforcamento. Nos processos da inquisição, a denúncia era prova de culpabilidade, cabendo ao acusado a prova de sua inocência. A confissão podia dar direito a uma penalidade mais leve e se fosse condenado à morte (em casos extremos) apesar de confesso, o sentenciado podia “beneficiar-se” com a absolvição de um padre para salvá-lo do inferno. Ou seja, era como hoje em outros crimes, se o réu confessa ele terá que cumprir a pena.

No entanto, as principais penas impostas pelos inquisidores não eram na fogueira. Eram as multas, as contribuições para obras pias, as peregrinações, o servir na cruzada durante um certo tempo… As penas maiores, reservadas aos hereges sem arrependimento ou pouco sinceros e pouco firmes na sua conversão, eram o cárcere durante um certo tempo ou por toda a vida (prisão perpétua), a confiscação dos bens em proveito do fisco e a entrega deles ao braço secular (Estado, poder civil). Esta última pena, que tinha como resultado para o condenado o suplício na fogueira, só era imposta aos não arrependidos e principalmente aos que voltavam a blasfemar novamente.

Esta punição foi imposta por imperadores cristãos, mas, os chefes da Igreja não pediam estes castigos mais extremos. E a maioria dos Santos Padres, mostravam-se ser totalmente contra. E foi este o sentir que adotaram a maioria dos Papas do Ocidente. A tortura não foi conhecida na atuação dos bispos; e só se introduziu nos processos inquisitoriais no ano de 1252, e mesmo assim eram raras.
O suplício no fogo só se efetuava no dia seguinte, para que o condenado pudesse ainda reconsiderar e voltar atrás, pela madrugada. Se durante a fogueira fizesse a negação dos seus erros, era devolvido ao julgamento, e assim se livrava da morte. E mesmo assim as condenações à fogueira eram minoria. A tortura e pena de morte eram leis civis comuns na época. Tanto que o povo ia assistir e se alegrava com o fim do herege. O Estado era quem aplicava as penas de morte e não a Igreja.

O castigo era aplicado pelo Estado através do Poder Civil e não pela Igreja.

Outro conto, lenda ou invenção, muito propagado e ainda divulgado em filmes e novelas, além de ilustrações ditas ‘históricas’, é a de um sacerdote impondo o castigo. Como já vimos, isso é mais falso do que uma moeda de três reais!!! Os castigos eram impostos pelo chamado “Braço Secular” ou seja, o Poder Civil, o Estado. O que a Igreja fazia eram os “autos da fé” aonde se declarava se era culpada ou não a pessoa em questão, e o Poder Civil aplicava o castigo num julgamento a parte, e conforme lei local.

Toda essa perseguição era porque tinha-se como algo muito grave a ofensa a Deus e à sua Igreja e que isso deveria ser tratado não apenas com expulsões e penitências, pelo menos nos casos mais graves. E também era muito comum as heresias não ficarem apenas nas palavras, povos inteiros eram anticristãos ou anticatólicos e atacavam povos cristãos para dominar territórios. A igreja enfrentava uma Europa tomada pela bruxaria e feitiçaria. O objetivo de acabar com as heresias e defender o povo católico era louvável, mas, o método não muito, embora tenha raízes no Antigo Testamento e na vida cultural da época.

Não foi a Igreja Católica que inventou a pena de morte na fogueira, e muito menos por motivos religiosos. Tal pena já existia em povos antigos e foi adotada pelo povo de Deus, incluindo a pena de morte para as pessoas envolvidas em feitiçarias, por ordem do próprio Deus (Lv 20:14; 21:9; Js 7:25; Ex 22:18). A questão foi ter retomado tal prática de condenação. Mas, mesmo a perseguição religiosa sendo prática também de certos Luteranos, Calvinistas (e outros protestantes até hoje), certos Judeus (mataram Jesus e seguidores da época), muçulmanos e ateus (comunistas), a Igreja Católica é a única que pede perdão pelas perseguições em nome da defesa da fé.

Além da Europa, a Inquisição Católica também fez vítimas no continente americano. Em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba. Em 1692, no povoado de Salém, Nova Inglaterra (atual E.U.A.), dezenove bruxas foram enforcadas. No Brasil há notícias de que a Inquisição atuou no século XVIII. E no período entre 1721 e 1777. No século 18 chegaram ao fim as perseguições aos hereges através das inquisições católicas.

Porém, também neste período, antes dele e até hoje, jamais deixou de haver entre os católicos uma grande multidão de santos, de apóstolos, que deram suas vidas por Jesus contra as heresias e perseguição de povos inimigos e hereges, e que até hoje são exemplos para nós. Hinduístas radicais, muçulmanos radicais, protestantes, judeus, indígenas, ateus comunistas, nazistas, também perseguiram e mataram cristãos. Então a autenticidade de uma religião ou crença não deve levar em conta unicamente estas atitudes.

Galileu foi queimado na fogueira?

Não. Galileu não morreu em uma fogueira e nem foi julgado por motivos científicos. Eu sei que muitos já estarão pensando que sempre escutaram o contrário, mas tenha calma e leia com atenção. É comum ouvir inclusive de alguns professores, dizer que a Inquisição católica queimou Galileu porque este afirmara que a Terra se movia e que o Sol era o centro do Universo, negando assim a opinião da Igreja Católica de que a terra é que era o centro do universo. Importante saber que afirmar que a terra era o centro do universo ao invés do sol, não era uma doutrina, apenas a posição da Igreja, que acompanhava a opinião da maioria dos astrônomos da época. Mas, mesmo assim, afirmar que Galileu foi para a Inquisição unicamente por ter afirmado que o sol era o centro do universo, e que a terra era que girava em não o sol, é falso. Basta que se busque em qualquer enciclopédia e se concluirá que Galileu não morreu queimado e nada deste tipo.

Sua penitência foi ler os 7 (sete) salmos penitenciais por dois anos. Tempos depois, morreu tranqüilamente na casa de seu amigo que era bispo e de fato seguiu com sua cátedra e com seus escritos. E tão pouco Galileu foi julgado por sua teoria cientifica (terra era que girava e o sol era o centro do universo), uma prova disso é que ele não foi o primeiro a dizer esta teoria, e sim, Copérnico.

Por isso que hoje em dia chamamos o sistema copernicano em honra de seu nome Copérnico, que por certo era cônego e nunca se foi feito nada contra ele e suas afirmações. O que realmente aconteceu é que Galileu quis basear seu ponto de vista em passagens da Bíblia, atitude da qual não seguiu Copérnico, e foi isso que a Igreja recusou, pois era uma interpretação pessoal e que não tinha nada a ver com Bíblia. Por isso e não por motivos científicos, a Inquisição deu-lhe a penitência de rezar os 07 Salmos Penitenciais. Você percebeu como isto é muito diferente da fogueira que inventaram tempos depois?

Inquisição Anglicana

O rei da Igreja Henrique XVIII, auto-entitulado líder da Igreja Católica Anglicana, separada da Igreja Romana pouco antes, degola os católicos Thomas More e Jonh Fisher.

A Igreja Anglicana também persegue veementemente os batistas na Inglaterra nmo séc. XVII.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Batista

Missas são proibidas em território inglês por parte dos anglicanos (1547-1553).
http://www.materecclesiae.com.br/opusc6.htm#

Inquisição Luterana

Lutero persegue os anabatistas (protestantes que negavam o batismo de crianças aceito por Lutero).

“No século 16, os reformadores tinham sido expulsos por Roma; e depois eles expulsaram os Anabatistas. Acredite ou não, chegaram a perseguir seus companheiros de crença. Esse é um dos capítulos mais tristes, mais desconsertantes da história da Igreja. Primeiro, Zwinglio influenciou seus amigos políticos a esmagarem os não-conformistas.
Os Anabatistas de Zurique foram condenados à pena de morte. Mais tarde, na Alemanha, o colega de Lutero, Melâncton, argumentou que os Anabatistas deveriam ser executados. “Até a sua pacífica expressão de fé tem subvertido a ordem religiosa e civil”, acusou Melâncton. Ele predisse que a oposição deles ao batismo de bebês iria produzir uma sociedade pagã. Por isso, deviam ser exterminados para salvar a nação. Hoje seria difícil aceitar uma barbaridade dessa.
Sem dúvida, os líderes protestantes erraram. Por causa da fraqueza da natureza humana, não devíamos achar isso tão surpreendente. Todo despertamento espiritual tem sido manchado por algumas pessoas desorientadas. Mesmo nas Escrituras há alguns servos fiéis de Deus que cometeram muitos erros graves.
Isso também foi verdade durante a Reforma. Os Anabatistas foram arrancados de seus lares, jogados na prisão e cruelmente assassinados. Mas seu sangue foi como semente. E os Anabatistas que escaparam da espada espalharam sua fé por toda a Europa.”
http://www.mensagemprofetica.com.br/sermoes/vandeman/042.htm
http://194.6.181.127/por/geral/detail/Comunidades_anabatistas_retornam_a_p_tria.html?siteSect=201&sid=7664164&cKey=1175192845000

Invasão de Roma por parte de soldados de exércitos protestantes (1527), um massacre!
Fonte: Apologetica Católica
Autor: Prof. Jaime Francisco Moura

Com a Reforma, o caos iria aparecer na superfície da terra. Citemos aqui, uma sequência da guerra dos camponeses. A partir do dia 06 de Maio de 1527, começa o saque de Roma pelas tropas de Carlo V, comandadas pelo Duque de Bourbon. Cerca de quarenta mil homens espalharam na cidade o terror, a violência e a morte.
Furiosa, sem encontrar muita resistência, a horda dos invasores protestantes, penetra no hospital do Espírito Santo e ali, aos berros, degola os enfermos. À semelhança de uma torrente bravia, os bárbaros se lançam sobre Roma, todos cumprem a palavra de ordem: Quem for encontrado nas ruas deve morrer, seja moço ou velho, mulher ou homem, padre ou freira.

Ávidos, incansáveis na busca das riquezas, dos despojos, os Reformadores e outros invasores assaltam, saqueiam, incendeiam, trucidam, arrebentam as suas vítimas, jogam crianças pelas janelas ou as esmagam contra as paredes.
Conforme disse Maurice Andrieaux, esse ataque a Roma “superou em atrocidade todas as tragédias da história”, até mesmo a destruição de Jerusalém e a tomada de Constantinopla.

Igrejas são saqueadas, soldados profanam o túmulo de São Pedro, mexem nos restos mortais do Papa Júlio II, do qual lhe arrancam do dedo o anel.
Missais, cálices, relíquias, crucifixos, paramentos, vestes litúrgicas, o sudário de Santa Verônica, tudo isso andaram de mão em mão no meio dos saqueadores.
Bulas do Papa, bem como os manuscritos do Vaticano, servem de colchões para o repouso dos cavalos.

Entretanto, segundo o depoimento de um Veneziano, o inferno não era nada, se fosse comparado ao espetáculo oferecido pelos Reformadores. Alguns violentavam as virgens em cima das mães destas, e em seguida as próprias mães.

Nem as religiosas escapavam, eram violentadas nos conventos, sobre os degraus dos altares e se resistissem eram degoladas. Saciam a luxúria dos vândalos até na presença de familiares, mas certos pais, a fim de eliminar estas cenas, não hesitavam em matar as suas filhas.

Um nobre, chamado Gattinara, assim falou: “Nesse exército [o dos invasores de Roma] não há nem comandante, nem soldados, nem obediência, nem regras…os comandantes fazem o que podem, se comportam como verdadeiros Luteranos”.
Fidalgos, Burgueses, comerciantes, homens ricos, foram obrigados a despejar nas vias públicas, por suas próprias mãos, as fezes das latrinas, pois os invasores queriam ver se eles não haviam escondido, nessas fezes, objetos de valor ou reluzentes moedas de ouro.
E como centenas de cadáveres apodreciam ao ar livre, as ruas de Roma se converteram em cloacas fedorentas. Aquele cheiro enjoativo das matérias decompostas se tornou insuportável. Veio então, para aumentar o número de mortos, uma peste assoladora.
E com a peste surgiu a fome, porque nas lojas os víveres já não existiam, a cidade deixara de ser reabastecida. Todos passaram a comer os burros, os cavalos, os gatos, os cachorros. Como a fome não é preconceituosa, devoravam até os ratos.
Erasmo de Roterdan lamentou aquela fúria selvagem contra a gloriosa cidade dos Papas e dos Césares: “Roma sofreu mais do que com os Gauleses e os Godos”.

Conclui-se que, os apelos de Lutero à violência, durante a guerra dos camponeses, estimularam o furor insano dos soldados na capital da Cristandade. Citemos aqui mais uma vez, aquelas palavras do reformador, dirigidas aos príncipes da Alemanha: “Esmagai! degolai! Trespassai de todo modo! Matar um revoltado é abater um cão danado”.
Será que os Reformadores ficaram isentos da inquisição Medieval ?
Jaime Francisco de Moura – Livre para cópia e difusão

Por exemplo, Willian Cobbet, foi um escritor protestante e em seu livro, “História da reforma protestante” afirma que Isabel da Inglaterra (protestante) fez e causou mais mortes de católicos em um ano que a inquisição espanhola em toda a sua história.

Inquisição Calvinista (Presbiteriana)

Em países aonde era maioria protestante se houve uma tremenda perseguição contra o catolicismo. Recomendo ver em qualquer enciclopédia como Calvino aplicava as leis e inclusive com seus mesmos correligionários. A razão na qual todos, até mesmo Calvino (reformador protestante) fizeram isso, é porque acreditavam em um principio social que existia naquele tempo:
“cuyus regio ipsius religio”= de que a região é a religião.

Ou seja, se o rei, o príncipe ou o governante era católico, o povo em sua maioria deveria seguir esta fé. Se era Luterano, seguiria desta mesma maneira, se era calvinista, muçulmano seria assim todo o povo adepto desta fé. Estar contra a religião era estar contra o rei e contra o Estado.
Basta lermos como que Calvino (Presbiterianos) tomou igualmente esta radical postura contra os católicos. Não existia como em nossos dias, a sociedade com a chamada “Liberdade Religiosa. Todos caminhavam nesta mesma maneira de pensar.

Calvino foi drástico na vigilância em prol da fé reformada em Genebra (1541-1560). O anglicanismo perseguiu violentamente os católicos, ocasionando vários mártires.
Até mesmo no Brasil se fez sentir a ira calvinista através dos invasores protestantes holandeses, que deixou mártires no Rio Grande do Norte. Isto mesmo, aqui no Brasil também tivemos Inquisição Protestante!

Esquadras Calvinistas afundam navios que traziam missionários católicos para o Brasil em 1570-1571.

Calvino ordena a morte de seu opositor na fogueira, o espanhol Servetus, em 1553.
http://paginas.terra.com.br/educacao/histigreja/perscalvinomain.htm

Palavras da Igreja Presbiteriana (antes chamada Calvinista) sobre Calvino e sua participação ativa na morte do espanhol, aplicada pelas autoridades civis.

“Condenado à morte pela Inquisição em Lyons, na França, [Servetus] conseguiu fugir e foi parar em Genebra, onde foi preso, julgado e executado na fogueira pelas autoridades civis, sob a acusação de heresia. Calvino atuou como a principal testemunha de acusação. Esse evento lançou uma triste mancha sobre a sua reputação, mais tarde reconhecida e lamentada pelos seus seguidores.”

Reverendo Alderi Souza de Matos, historiador oficial da IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil)
Fonte: Jornal Brasil Presbiteriano.
http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/calvino_anos_finais.htm

Protestante perseguindo protestante

De fato, os primeiros fundadores do Estados Unidos, chamados comumente de “puritanos” eram protestantes fugindo da perseguição de outros protestantes. Os Adventistas do Sétimo Dia sofreram perseguição de outros protestantes também. Isto é calado e ignorado por todos os protestantes por isso é importante mencioná-lo para recordar um pouco a memória histórica de quem a deseja manipular.
Como entender as inquisições?
Julgar a inquisição usando critérios atuais seria um verdadeiro erro de anacronismo, quer dizer, “fora do tempo”, por isso não entendemos porque haviam as guerras sentas na Bíblia, as mortes pelas mãos de Davi, Josué e outros… Tudo precisa ser analisado conforme cultura e propósito da época.
No entanto, embora estejam a caminho da paz a pouco tempo, na Irlanda do Norte foram anos de perseguição da maioria protestante aos cristãos católicos. Que começou no chamado “Domingo sangrento”, que gerou a música “Sunday, bloody, Sunday” (U2) e filme de mesmo nome.
No entanto, é certo que ainda hoje há certo clima de disputa e rivalidade entre as religiões, tanto de um lado como de outro.
A tolerância religiosa da parte dos Católicos:
Nem Lutero, nem Calvino foram mortos na fogueira, mesmo com tantas afrontas ao papado na época, e tempos depois a Igreja sabia onde eles viviam e não instaurou inquisição alguma sobre eles.
São Francisco de Assis questionou pessoalmente o Papa de sua época e não foi para o Tribunal da Inquisição.

Para terminar mencionemos que em Maryland, a única das treze colonias de maioria catolica, no mesmo tempo da inquisição em 1649, foi uma das primeiras a proclamar uma lei pela “tolerancia religiosa”
Sitio de los: Misioneros de la Palabra
Direccion : P.O. Box 20463
Phoenix, AZ 85036-0463 , USA

Inquisição, o que dizer de tudo isso?

Fonte: Catolico:Defiende tu fé
Autor: Martin Zavala M.P.
Tradução: Rogério SacroSancttus

A Igreja perseguiu judeus na inquisição?
Autor: Prof. Carlos Nabeto
Fonte: Site Agnus Dei

Quanto aos judeus, a Inquisição da Igreja não existia nem para os judeus, nem para os muçulmanos. Ela só julgava quem fosse católico e tivesse traído a Fé, a judeus que se faziam passar por convertidos católicos chamados “judaizantes” ou muçulmanos que falsamente se faziam convertido ao catolicismo chamados de “morisco”, a quem se faziam uma investigação, e a católicos convertidos ao judaísmo (que nega Jesus como Deus e Salvador), bem como a judeus que afrontavam o catolicismo com afirmações do tipo: “Jesus é um filho bastardo (abandonado) de Maria com um soldado romano” e zombavam que Cristo foi concebido no ventre de Maria por milagre de Deus, sem intervenção humana alguma.

Fora estes casos, há textos de historiadores judeus que confirmam a defesa da Igreja ao judaísmo. George Sokolsky, editor judeu de Nova York, em artigo intitulado “Nós Judeus”, escreveu:

“A tarefa da Inquisição não era perseguir judeus, mas limpar a Igreja de todo traço de heresia ou qualquer coisa não ortodoxa. A Inquisição não estava preocupada com os infiéis fora da Santa Igreja, mas com aqueles heréticos que estavam dentro dela (Nova YorK, 1935, pg. 53).

O Dr. Cecil Roth, especialista inglês em “História do Judaísmo”, declarou num Forum sionista em Bufalo, (USA, 25 de Fev de 1927):

“Apenas em Roma existe uma colônia de judeus que continuou a sua existência desde bem antes da era cristã, isto porque, de todas as dinastias da Europa, o Papado não apenas recusou-se a perseguir os judeus de Roma e da Itália, mas também durante todos os períodos, os Papas sempre foram protetores dos judeus. (…) A verdade é que os Papas e a Igreja Católica, desde os primeiros tempos da Santa Igreja, nunca foram responsáveis por perseguições físicas aos judeus, e entre todas as capitais do mundo, Roma é o único lugar isento de ter sido cenário para a tragédia judaica. E, por isso, NÓS JUDEUS, deveríamos ter gratidão”. (caps lock meu)

Inquisição Católica ainda hoje?

O Tribunal da Inquisição foi transformado na atual Sagrada Congregação da Doutrina da Fé , da qual o atual Papa Bento XVI, já liderou. E muitos afirmam que através dela a Igreja Católica continua sua inquisição, pois, é contra as seitas, heresias, práticas homossexuais, bruxaria, etc… Ora, este é o setor da Igreja responsável em defender a fé, defender que Cristo deixou apenas uma Igreja, e tudo que vá contra a doutrina. Cabe a ela defender a fé, e não se moldar as opiniões do mundo.

O mais importante é que hoje em dia, líderes Judeus, Católicos Romanos, Católicos Anglicanos, Luteranos, Presbiterianos e outros estão vivendo cada vez melhor, caminhando juntos, realizando cultos e entrando em acordo em certas doutrinas que foram motivos de separação no passado.

Autor: Emerson.

Em defesa dos papas

Publicado: 9 de agosto de 2010 por Rafasoftwares em História da Igreja

É comum vermos em livros de histórias afirmações do tipo “o papa vendia indulgências”. E muitas outras acusações sérias são feitas aos papas com o objetivo de desacreditar a autoridade maior da Igreja Católica Apostólica Romana sobre a terra, o papa, tido como autêntico sucessor de São Pedro.

A primeira coisa que precisamos observar é que os pecados, os erros e até supostos escândalos de um papa não tira a autenticidade da sua autoridade. Desde que tenha sido um servo do senhor! Estranho não é? Mas, veja, os maiores líderes de Israel e do cristianismo, pecaram seriamente durante a vida, e certamente responderam por isso, mas, prevaleceram sobre tudo isso, as suas virtudes. E o que ensinaram e testemunharam se crê até hoje!

Exemplos: Adão, o primeiro ser humano, foi logo o primeiro homem a pecar (Gn 3); Noé se embriagou tanto a ponto de ficar nú diante dos filhos (Gn 9, 18-23); Abraão riu da promessa de deus de ser pai aos mais de 90 anos de idade, e teve um filho com outra mulher que não era a sua esposa sara (Gn 16, 1-3; Gn 17, 1-17); Jacó fingiu ser seu irmão mais velho Esaú, para receber a bênção e a herança do pai Isaac, que estava cego na velhice (Gn 27); Moisés insinuou que teria poder de tirar água da rocha sem a ação de Deus (Nm 20, 2-13)…

Saul, o primeiro rei de Israel, escolhido e consagrado por deus, perseguiu Davi para matá-lo e não perder a coroa (1.º SM 10, 17-26, 1.º SM 18, 1-16); Davi, segundo rei de Israel, facilitou a morte de um militar do seu próprio exército, Urias, para ficar com a esposa dele (1.º SM 16, 1-13; 2.º SM 11); Salomão, filho de Davi, e terceiro rei de Israel, adorou outros deuses na velhice e teve mil mulheres (1.º RS 1, 28-40; 1.º RS 11, 1-13); os apóstolos fugiram quando Jesus foi preso (mc 14, 43-52); Pedro negou Jesus três vezes (LC 22, 54-62); Paulo servia ao Deus pai, mas, perseguiu os cristãos antes da sua conversão a cristo (AT 7, 54-60; AT 9, 1-19)…

Os papas também tiveram, tem e terão pecados e falhas na suas vidas pessoais. Mas, isso não tira a verdade que ensinam. E mesmo que tivessem pecados graves, a confissão e o arrependimento os lavaria de todo o mal.

Porém, Há Acusações Graves Contra Alguns Papas Que Não Tirariam A Autenticidade De Sua Autoridade, Nem A Verdade Do Ensinamento, Mas, Que Não São Verdadeiras, E Por Isso Vamos Mostrar A Verdade, Uma Por Uma Agora:

1) O Papa Urbano VIII (†1644) condenou Galileu à morte por ele afirmar que a terra era redonda.

O Papa Urbano VIII era, há muitos anos, um admirador de Galileu, a quem inclusive havia dedicado uma poesia latina em que louvava seus descobrimentos astronômicos.

Além disso, desde o primeiro momento, teve em postos muita confiança em vários amigos e partidários de Galileu. em 1624 Galileu foi a Roma e o papa o recebeu seis vezes, com grande cordialidade. (Antonio Favaro: Le Opere Di Galileo Galilei, 20 volumes, reimpressão, g. Barbèra editore, firenze 1968).

A Igreja Católica já sabia e aceitava pela astronomia, que a terra era redonda e que o sol não circulava ao redor dela e sim ele ao redor dele. e que o sol era o centro do nosso sistema solar. Sabia disso pelas mãos de Copérnico, grande astrônomo e padre antes mesmo de Galileu nascer!!! Em 1533 o papa clemente vii pediu que Copérnico apresentasse em Roma, a teoria formulada em 1529.

Anos depois, o cônego Copérnico concluiu a obra a dedicou ao Papa Paulo III. Santo Alberto magno (†1280) e seu discípulo São Tomás de Aquino defenderam as idéias de Aristóteles sobre a terra ser redonda séculos antes de Galileu!

O problema é que Galileu questionou o milagre do sol, no qual deus fez com que o sol ficasse parado por muito tempo no mesmo lugar (Js 10, 12-15). Seria errado dizer que o sol parou, segundo Galileu, porque o sol não se move nunca, a terra é que se move.

Mas, de acordo com a teoria física da relatividade e o estudo do referencial, pode-se afirmar sim, cientificamente, que o sol tenha parado, tomando por base a visão de quem está na terra. Quem está na terra, vê o sol se movendo, embora seja a terra quem se mova. Porém, na linguagem referencial, pode-se dizer então que o sol se movimenta aos nossos olhos, e que por milagre pode ficar parado aos nossos olhos.

Galileu não foi condenado à morte nem posto numa cadeia. Mas, dizendo que o escritor bíblico errou, foi indicado a um curto período de tempo em prisão domiciliar. ele era católico, tinha uma filha freira, e morreu católico em 1642.
http://caiafarsa.wordpress.com/galileu-e-a-igreja/

2) Santo Ulrico afirmou que o Papa Gregório VII mandou esvaziar um aquário num convento de freiras dentro do qual haviam 6.000 esqueletos de bebês abortados por elas, e que eram filhos de padres e bispos.

Primeiro, São Ulrico nasceu no ano de 890, e o papa Gregório começou a liderar a igreja católica em 1073, logo, não poderia estar vivo com 183 anos na época em que Gregório foi Papa.

Não poderia afirmar algo que se quer estava vivo para ver. Segundo, para se cobrir de água 6.000 esqueletos de bebês seriam necessários cerca de 240 m3 de água, o mesmo que 6 piscinas grandes de 40m3 . Algo impossível para a época e local!!!


HTTP://CAIAFARSA.WORDPRESS.COM/A-LENDA-DA-%E2%80%9CVENDA-DE-INDULGENCIAS%E2%80%9D-3/

3) o Papa Leão X vendeu indulgência (perdão dos pecados) no ano de 1518, para construir a basílica de São Pedro no vaticano, e usava um cofre com os dizeres “ao som da moeda caindo no cofre uma alma é salva” e afirmava ainda que “mesmo que alguém tenha violentado a Mãe de Deus, comprando a indulgência será salvo”.

Esta afirmação faz parte de um livro chamado ‘o Papa e o Concílio’ traduzido no Brasil pelo famoso e Ainda jovem Rui Barbosa, ficando muito conhecido.

Na época do Papa Leão X vivia Martinho Lutero, primeiro líder protestante, que excluindo erradamente a carta de São Tiago da Bíblia, afirmava que a fé não precisa de obras de caridade, nem doar dinheiro.

Afirma-se muito que Lutero se levantou contra o papa por causa desta suposta venda de Indulgencias, porém, o próprio Lutero disse que não era o papa quem as vendia e nem sabia disso: “deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse da dedicação dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a basílica de s. Pedro a cinzas, do que edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas”. (95 TESES DE LUTERO, TESE N.º 50, 31 DE OUTUBRO DE 1517)

Na verdade, quem as vendia era, entre outros, um monge alemão sem conhecimento nem permissão do papa. Lutero escreve ainda: “seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.” (95 TESES DE LUTERO, TESE N.º 71, 31 D E OUTUBRO DE 1517).

Era o monge alemão, de nome João Tétzel, quem usou as frases de que moeda no cofre salva alma automaticamente, e perdão até a um estuprador de Maria, e não o papa Leão X. O papa apenas concedia bênçãos para quem doasse com a construção da basílica, por ser um gesto solidário e de amor a Igreja.

Só para concluir, Rui Barbosa, que trouxe ao Brasil, essas acusações, voltou atrás diante da verdade, proibiu a reimpressão do livro traduzido por ele mesmo, e declarou: “estudei todas as religiões do mundo e cheguei a seguinte conclusão: religião, ou a Católica ou nenhuma.” (LIVRO ORIENTE, DE CARLOS MARIANO M. SANTOS (1998-2004) – ART 5).
HTTP://CAIAFARSA.WORDPRESS.COM/A-LENDA-DA-%E2%80%9CVENDA-DE-INDULGENCIAS%E2%80%9D-2/

4) O Papa Alexandre VI (†1503) teve filhos secretos com a própria filha, era o pai de Santa Catarina, e tinha muitas prostitutas no vaticano.

O Papa Alexandre VI (1492-1503) teve 7 filhos, nenhuma era Catarina. Uma filha, foi a conhecida Lucrecia Borges, porém, isso foi antes de ser papa. Antes mesmo de entrar para o clero.

Era a sua família. Quem fez acusações sobre ele ser amante da filha, ter filhos com ela e ter prostituas no vaticano, foi filofila, nada mais do que um zombador mentiroso, pago e protegido pela família Orsini, para difamar a família que o papa formou antes de ser do clero. Tudo sem comprovação alguma do que falava. espalhava isso em cartazes, pela madrugada.

O marido de Lucrécia também a acusou de ter relações sexuais com os irmãos e com o pai, o papa Alexandre VI, mas veja o que diz o site sobre tais acusações:

“Essas acusações não devem ser levadas ao pé-da-letra, já que foram feitas na época em que convinha a ele [marido] acusar a Lucrecia.” toda esta mentira tomou alcance maior por Vitor Hugo, poeta e pensador francês do século vii, e hoje ainda é espalhada como se fosse a mais pura verdade!!!

HTTP://WWW.DICIONARIODAFE.COM/DEBATES/PAPA_ACUSACOES-ALEXANDRE-VI.HTM HTTP://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/LUCR%C3%A9CIA_B%C3%B3RGIA

Mt 5, 11. Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. 12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

= ORIGENS DAS IGREJAS CRISTÃS =

Sabendo que haveríam pessoas que causariam divisões na sua igreja, Jesus chega a orar pela unidade dos cristãos (Jo 17, 11.21-22)! Mas elas são inevitáveis, porque o ser humano é livre, e quando faz mal uso da liberdade cria suas próprias doutrinas, e dividem a igreja, deixando dúvidas em muitas pessoas.

Porém, muitos deixaram e deixam as igrejas que frequentam, algumas vezes para fundarem outra. Só que cristo fundou apenas uma!!! Bispo Clemente de Alexandria (215dc) diz: “que maravilhoso mistério! Há um pai no universo. Há também uma única virgem que se tornou mãe, e me agrada chamá-la de igreja (paed. 1,6)

Mas, se você perguntar à essas igrejas separadas quem fundou a igreja católica, ou vão ficar sem ter o que responder ou vão dizer que ela foi fundada pelo imperador romano pagão, Constantino, no século IV, por volta do ano 310. ou ainda que ela fundada por cristo, mas, depois de Constantino, o catolicismo teria sido desviado da verdade bíblica, e começado a pregar mentiras através do catolicismo.

Mas, será que Constantino, filho de santa helena, fundou a igreja católica?  Será que a igreja católica começou a pregar mentiras a partir dele? Não, Constantino não fundou a igreja católica. O que aconteceu foi que, prestes a se preparar para uma guerra decisiva, o imperador romano Constantino, filho de santa helena, teve um sonho no qual aparecia o símbolo da cruz, e uma voz disse: “Sobre este símbolo vencerás!” Constantino mandou colocar o símbolo cristão em todo o seu exército e venceu a guerra.

Porém, ele não se converteu ao cristianismo, mas, com certeza se tornou um simpatizante e colaborador da fé cristã e ajudou aos cristãos. Após 4 séculos de perseguição romana, muitas vezes impiedosa, do império romano aos cristãos, no ano 312dc, Constantino elaborou uma lei, chamada o edito de Milão (Itália), na qual ele dava liberdade para serem realizados as celebrações cristãs e de quaisquer outras religiões. bem, como os cristãos puderam construir templos o quanto quisessem.

E, a pedido da Igreja, liderada pelo papa Silvestre I, Constantino adotou o domingo como dia de descanso para todos, o que já era prática entre cristãos, porém, era debaixo de perseguição. Isso fez com que os cristãos pudessem realizar suas reuniões sem problema algum, principalmente aos domingos. Dizia o documento:

http://pt.wikipedia.org/wiki/persegui%c3%a7%c3%a3o_aos_crist%c3%a3os (Perseguição aos cristãos nos primeiros séculos

http://pt.wikipedia.org/wiki/%c3%89dito_de_mil%c3%a3o (Edito de Milão, libertando o culto cristão de toda perseguição romana)

Constantino não fundou a igreja católica, nem igreja ou religião alguma! ele deu liberdade de culto também aos cristãos, e tomou outras decisões que ajudaram o cristianismo. Porém, em 381dc, outro imperador romano, Teodosio I, esse sim, convertido ao cristianismo, deu um passo ainda maior. Adotou a religião cristã a todo o império como religião oficial. Proibiu o culto pagão (a outros deuses) em todo o império, derrubou templos pagãos e construiu templos cristãos. Acabou com as olimpíadas, que eram feitas em tributos a deus gregos e romanos.

É afirmado por muitos que Constantino foi o primeiro a chamar a Igreja cristã de Católica, e por isso a teria fundado. Mas, foi no reinado de Teodosio, durante o concílio de Constantinopla, que a igreja cristã recebeu oficialmente o nome de Igreja Católica Apostólica Romana. e nada há de novo nesse nome.

Essas expressões já eram usadas entre os cristãos desde o século I, e tem fundamento bíblico e histórico. Teodosio, junto ao papa, apenas oficializaram estes termos para a igreja que já existia desde cristo. Veja:

*Igreja – vem de ‘ekklesia’ na língua grega, e significa povo escolhido, povo chamado, povo reunido (Mt 16:18)

*Católica – também vem do grego ‘katholikos’, e significa universal, mundial. quando cristo mandou os apóstolos irem até os confins do mundo, ele mostrou o desejo de que a sua igreja fosse mundial, universal (mt 28:19). o bispo s. Inácio de Loyola (107dc) registra: “onde está cristo Jesus, está a igreja católica (carta aos erminenses 8,2)

*Apóstolica – quando Jesus subiu ao céu, confiou a evangelização pelo mundo aos doze apóstolos, que orientavam os discípulos e demais seguidores. sua igreja é apostólica. e eles já faziam isso desde o início da missão (Mc 6:7; Mt 28:19). Bispo Tertuliano (210dc): “…estas igrejas[séc. III] não foram senão uma só igreja: a primeira, que foi fundada pelos apóstolos e é a origem de todas as outras. assim, todas elas são primeiras e apostólicas, porque todas formam uma só.” (Tratado sobre os hereges)

*Romana – romana porque Deus fez grande obra em roma. o império que mais perseguiu cristãos até hoje foi o império romano. Porém, não só foi convertida ao cristianismo, como se tornou a capital mundial da fé cristã. Na verdade, na lógica humana, a sede da fé cristã deveria ser Jerusalém, capital de israel.

Mas, em Jerusalém, Cristo foi rejeitado pela maioria e crucificado. E no coração do mundo, que mais perseguiu cristão, deus transformou no local mais cheio de cristãos na época. A capital do mundo se tornou capital da fé cristã. No coração do perseguidor, Deus cravou a fé no evangelho. Administrada de Roma parte ao mundo! Se torna mundial! Bispo Inácio de Antioquia (110dc): “e tu [Igreja de Roma], ensinastes às outras [igrejas]. E eu quero que permaneçam firmes…” (carta aos romanos IV, 1)

Porém, mesmo com as orações de Jesus para a unidade da Igreja, surgiram aqueles que dela se separaram e formaram outras igrejas, depois se separaram entre si (até hoje), tendo a igreja católica como a mais antiga e raiz direta e indireta de todas as demais igrejas cristãs. Falemos das mais conhecidas:

1517 – Igreja Luterana – Martinho Lutero, ex-monge, pregava que a fé sem obras salvava, e acaba se separando dela, dando origem aos luteranos. mas, a fé sem obras é morta (Tg 2:26) http://pt.wikipedia.org/wiki/reforma_protestante

1534 – Igreja Anglicana – o Rei Henrique VIII queria se casar novamente, estando ainda casado com sua mulher. Mas, a igreja Católica não lhe deu permissão. Então, ele fundou uma outra Igreja na Inglaterra, daí o nome igreja Anglicana (igreja inglesa). http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=pergunta_resposta&id=prs0141

1561 – Igreja Congregacional – Richard Fitz lidera o primeiro movimento congregacional, que achava a doutrina da igreja anglicana insuficiente. http://pt.wikipedia.org/wiki/congregacionalismo

1572 – Igreja Presbiteriana – João Calvino rejeita severamente as imagens, e funda secretamente a Igreja Presbiteriana ou Calvinista. Hoje tal igreja possui imagens. http://pt.wikipedia.org/wiki/presbiterianismo

1609 – Igreja Batista – expulsos da Inglaterra pelos cristãos anglicanos, John Smyth e Thomas Helwys fundam a igreja batista por considerarem apenas o batismo por mergulho como sendo válidos. Sendo que a bíblia mostra batismo em lugares impossível de mergulho: prisão e casas (At 9, 17-18; 16, 25-34).
http://pt.wikipedia.org/wiki/igreja_batista

1840 – Adventista do Sétimo Dia – William Miller, deixa a Igreja Batista, e através da doutrina chamada Millerismo, convence várias pessoas de outras igrejas a seguirem uma nova doutrina, que seria chamada de Adventismo, que deu origem a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Falha duas vezes ao prever a volta de Jesus (At 1, 6-7)

http://pt.wikipedia.org/wiki/william_miller / http://pt.wikipedia.org/wiki/millerismo / http://pt.wikipedia.org/wiki/igreja_adventista_do_s%c3%a9timo_dia

1873 – Testemunhas de Jeová – Charles Taze Russell – era da igreja presbiteriana, e passou para a congregacional. Chegou a frequentar a Igreja Batista, mas, descordando de certos pontos da doutrina dessas igrejas, e pregado erradamente que Jesus não é deus, dá início às testemunhas de Jeová (Jo 20, 28-29) .
http://pt.wikipedia.org/wiki/testemunhas_de_jeov%c3%a1

1918 – Assembléia de Deus – fundada por Daniel Berg e Gunnar Vingren. Por sugestão do sueco Gunnar Vingren, adotam o nome de Assembléia de Deus, copiando o nome de uma outra igreja protestante que já existia nos estados unidos. eram da Igreja Batista, porém, não foram mais aceitos lá, por entre outras coisas, pregarem curas de doenças sem rémédio, unicamente por milagre. Mas, o próprio São Lucas era médico, mostrando a importância da medicina e dos remédios (Col 4:14)

http://pt.wikipedia.org/wiki/assembleia_de_deus

1962 – Igreja Deus é Amor – foi fundada por David Miranda. Sua família passou para uma certa Igreja Protestante. Ele foi a um culto de outra igreja protestante, e decidiu ser protestante. Porém, passou por várias Igrejas e segundo sua história, por ter sido alvo de inúmeras invejas de outros líderes dessas igrejas, acabou fundando sua própria igreja!!!

http://pt.wikipedia.org/wiki/igreja_pentecostal_deus_%c3%a9_amor

1977 – Igreja Universal do Reino de Deus – edIr maRcedo era membro da igreja nova vida. Por descordar de certos pontos, se separou dela, junto com Romildo Soares fundou a Igreja Universal.

Porém, Romildo acabou se separando de Edir Macedo, para fundar a Igreja Internacional da Graça de Deus em 1980. Da Universal, entre outras igrejas, também surgiu a Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada em 1998, por Valdemiro Santiago, ex-bispo da igreja universal.

http://pt.wikipedia.org/wiki/igreja_universal_do_reino_de_deus / http://pt.wikipedia.org/wiki/internacional_da_gra%c3%a7a_de_deus http://pt.wikipedia.org/wiki/igreja_mundial_do_poder_de_deus


Aula por : Emerson.

Os falsos Decretos de Isidoro

Publicado: 17 de julho de 2010 por Rafasoftwares em História da Igreja

Este texto visa responder ao apologista protestante William Webster pelo seu texto publicado em Christian Truth. Em um debate com o apologista protestante James White, do ministério Alfa e Ômega, fui direcionado a este site quando o mesmo fez referência sobre um documento conhecido com “Doação de Constantino” (Donatio Constantini ) também conhecido como “Decretos de Pseudo-Isidoro” ou simplesmente “Falsos Decretos”. Estes foram supostamente dados pelo imperador Constantino ao Papa Silvestre I (314-335). Sem dúvida alguma, o documento é uma falsificação, tendo sido escrito entre 750 e 850 d.C.

O fato deste documento ser falso não é debatido entre os católicos. O que tanto Webster quanto White dizem a seu respeito é que a doutrina do papado foi estabelecida tendo por base este falso documento. Não pode ser mais falsa esta acusação. Qualquer um que concorde com esta informação está grosseiramente mal-informado ou está sendo intensamente desonesto na sua representação sobre o papado.

Para que os clamores de Webster e White sejam verdadeiros, tanto o papado como as evidências do primado petrino deveriam aparecer entre os anos 750-850 d.C. Desta forma, o trabalho dos apologistas católicos está em demonstrar que tais ensinos são bem mais anteriores. Demonstraremos que esta evidência de fato existe e desacredita qualquer pessoa que mantenha a idéia de que os Falsos Decretos são a base do papado.

TESTEMUNHO DAS ESCRITURAS

Mt 16,18: “E te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e os portões do inferno não prevalecerão contra ela”. Aqui vemos Jesus concedendo a Pedro a fundação da Igreja. Certamente, no aramaico, que Jesus claramente falava quando falava aos apóstolos e é a língua original do livro de Mateus, não há distinção entre as palavras “Pedro” (Kepha) e “pedra” (Kepha). Consequentemente, se analisarmos bem a língua original (ao invés de traduzir para o grego ou para o português), o mesmo versículo ficaria assim: “Tu és Kepha, e sobre esta Kepha edificarei a minha Igreja”. Somente este versículo é suficiente para o que possui fé, mas para os nossos opositores protestantes, que requerem mais, continuaremos.

TESTEMUNHO DOS PAIS DA IGREJA

Em 517 os bispos orientais consentiram e assinaram a fórmula do Papa Hormisdas, que afirma em parte: “a primeira condição da salvação é manter a norma da verdadeira fé e de modo algum se desviar da doutrina dos Pais. Desta forma, é impossível que as palavras ditas por nosso Senhor ‘ tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja ? não seja confirmada. E sua verdade tem sido provada pelo curso da história, pois na visão apostólica a religião católica sempre se permaneceu imaculada'” (citado em “This Rock”, outubro 1998).

Tertuliano (220 d.C): “que o poder de ligar e desligar foi a vós concedido, isto é, a qualquer igreja ligada a Pedro? Que tipo de homem és para subverter e alterar o que foi a vontade manifestada do Senhor quando o confiriu pessoalmente a Pedro? Sob ti, disse Ele, edificarei a minha Igreja, e a ti darei as chaves, e não à Igreja; e o que tu ligares ou desligares e não o que eles ligarem ou desligarem” (Modesty, citado em Jurgens 387).

São Clemente de Alexandria (190-210 d.C): “‘Nem o reino dos céus pertence aos dormentes e aos preguiçosos; certamente seria tomado à força’ Ouvindo estas palavras o bem-aventurado Pedro, o escolhido, o pre-eminente, o primeiro entre os discípulos, o único a quem o próprio Senhor pediu que se pagasse o tributo, rapidamente compreendeu seu significado” (citado em “Que rico será salvo?”, Jurgens 436).

Orígens (226-232 et postea): “Pedro, sob o qual está edificada a Igreja, contra o qual os portões do inferno não prevalecerão, nos deixou somente uma epístoloa de genuidade conhecida. Nós aceitamos a segunda, porém ainda é duvidosa” (Comentários a João, citado em Jurgens 479a) . Este é um comentário sobre a epístola de Pedro, que mais tarde fora confimada genuína. Isto desacredita toda a teoria da Sola Scriptura, pois vemos que após duzentos anos depois de Cristo a canonicidade dos livros da Sagrada Escritura ainda era debatida.

Orígens (244 d.C): (se referindo a Pedro) “Observe a grande fundação da Igreja. A mais sólida das rochas, sob o qual Cristo a edificou. E o que o Senhor disse a ele? “homem de pouca fé” disse, “porque duvidas?” (homilia sobre o Êxodo, citado em Jurgens 489).

São Cipriano de Cartago (251 d.C): “O Senhor diz a Pedro: ‘Eu te declaro que és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus…’ O Senhor edifica sua Igreja sobre um só, embora conceda igual poder a todos os apóstolos depois de sua ressurreição, dizendo: ‘assim como o Pai me enviou, eu vos envio. Recebei o Espírito Santo, se perdoardes os pecados de alguém, ser-lhes-ão perdoados, se os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’. No entanto para manifestar a unidade, dispões por sua autoridade a orgiem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os demais apóstolos eram, como Pedro, dotados de igual participação na honra e no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser a única Igreja de Cristo…Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na Igreja quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?” (Sobre a Unidade da Igreja).

Santo Efrém (306-373 d.C): “Simão, meu seguidor, eu te fiz a fundação de toda a Igreja. Eu te chamei Pedro, porque em ti suportarão todos os fundamentos. Tu serás o inspetor de todos que edificarem a igreja para mim. Se edificarem o que for falso, tu, o fundamento, os condenará. Tu serás a principal fonte pela qual passarão meus ensinamentos, tu és o chefe dos meus discípulos. Por ti darei de beber a todos as pessoas. Ti escolhi para ser o primeiro de minha instituição, e dessa forma, como herdeiro, serás o executor de minhas riquezas. Te darei as chaves do meu Reino. Veja, te dei autoridade sobre todas as minhas ovelhas” (Homilias, citado em Jurgens 706).

Santo Agostinho (391-430 d.C): “Antes de sua paixão, o Senhor Jesus Cristo, como sabeis, reuniu seus discípulos, chamados apóstolos. Entre os apóstolos em quase todos os momentos Pedro obteve o mérito de representar toda a Igreja. Com o fim de representar toda a Igreja, como viria a fazer, ele mereceu escutar: ‘te darei as chaves do reino dos céus'” (Sermões, citado em Jurgens 1526).

Muito bem, existem ainda várias citações, mas as acima estão repletas de provas mais do que necessárias para demonstrar que a autoridade de Pedro e dos apóstolos existia muito antes da Doação de Constantino. Outro ponto a se colocar aqui é que se o papado ainda não fosse reconhecido como autoridade, esta falsificação seria fortemente rejeitada e ridicularizada. O fato de existirem tamanhas referências à autoridade de Pedro demonstra que ele possui credibilidade muito antes do Papa Nicolau I.

Mas porque o Falso Decreto foi escrito? Teria sido para reforçar o papado? Não, muito pelo contrário, foi para “manter os bispos locais contra seus metropolitanos e outras autoridades, para assegurar impunidade absoluta e a exclusão de qualquer influência do poder secular” (Dollinger, citado em “This Rock”, 22 de outubro 1998).

Tradução: Rondinelly Ribeiro.

Fonte : Veritatis Splendor

Pra quem diz que o Vaticano é rico vai ai essa matéria:

VATICANO, 10 Jul. 10 / 11:58 am (ACI).- Depois da reunião do Conselho de Cardeais para o estudo dos problemas organizativos e econômicos da Santa Sé, presididos pelo Secretário de estado, Cardeal Tarcisio Bertone, este sábado o Vaticano emitiu um comunicado no qual se destaca que no balanço do ano 2009 existe um déficit de mais de quatro milhões de euros.

No balanço apresentado aos cardeais pelo Arcebispo Velasio De Paolis, Presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, explica-se que houve um déficit total de 4 102 156 euros; que é a diferença entre os lucros (250 182 364) e os gastos (254 284 520 euros).

As saídas se atribuem sobre tudo aos gastos ordinários e extraordinários dos dicastérios e organismos da Santa Sé, nos quais emprestam serviço 2.762 pessoas, das quais 766 são eclesiásticos, 344 religiosos e 1 652 leigos.

Em relação ao balanço consolidado 2009 da Governadoria do Estado da Cidade do Vaticano, indica-se que a perda foi de quase 8 milhões de euros. Existem 1.891pessoas que trabalham sob a jurisdição da Governadoria.

No comunicado se destaca que a Governadoria iniciou o estudo para uma infra-estrutura de comunicação integrada que compreende os serviços de telefonia e Internet. O texto indica que “em continuidade com o esforço dos últimos anos, procedeu-se à tutela e valorização do patrimônio artístico com particular acento nos Museus Vaticanos, ampliando as áreas de exposição e os horários de visita”, assim como o desenvolvimento dos trabalhos nas Basílicas papais de São João de Latrão, São Paulo Extramuros e Santa Maria Maior”.

“Também é de destacar os custos considerados para a segurança ao interior do Estado da Cidade do Vaticano e para os grandes trabalhos de reestruturação da Biblioteca Apostólica Vaticano, cuja abertura está prevista para no próximo mês de setembro”, indica o texto.

Por último apresentou o balanço do Óbolo de São Pedro, que está constituído pelo conjunto de oferecimentos que fazem ao Santo Padre as Igrejas particulares, sobre tudo com ocasião da solenidade de São Pedro e São Paulo, assim como das contribuições que fazem chegar os institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, as fundações e alguns fiéis. A quantidade arrecadada em 2009 foi de 82 529 417 dólares, que servirão para as obras de caridade do Pontífice. Os maiores contribuições chegaram dos Estados Unidos e França, também se considerou como significativo as contribuições dos católicos na Coréia e Japão onde os católicos são minoria.

Entre os cardeais participantes na reunião estiveram: Roger Mahony, Arcebispo de Los Angeles (EUA), Antonio María Rouco Varela, Arcebispo de Madrid (Espanha), Juan Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima (Peru), Marc Ouellet, Arcebispo do Québec e recentemente nomeado Prefeito para a Congregação dos Bispos (Canadá), Jorge Liberato Urosa Savino, Arcebispo de Caracas (Venezuela), e Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (Brasil).

Fonte: ACIDIGITAL

A Igreja Fundada Por Cristo – Final

Publicado: 9 de julho de 2010 por Rafasoftwares em História da Igreja

Respondendo a certos questionamentos…

SE PEDRO FOSSE O PAPA.
• Os discípulos não brigariam pela primeira posição entre si (Mat. 23: 8,10; Luc. 9: 46; 22: 24-30).
Resposta: Quanto a chamar de pai e de mestre, vale lembrar que os apóstolos eram tidos como pais de cristãos, visto que os chamava de filhinhos (Gl 4:19; 1.ª Jo 2:1.12.18.28; 3, 1:5.7.18; 4:4; 5:21; 1.ª Pd 5:13; Fl 1:10; 2.ª Tm 1:2; 2:1; Tt 1:10). E Tiago chama Abraão de pai (Tg 2:21). Até S. João Batista tinha discípulos, logo era mestre (Mt 9:14). Mas, eram pais e mestres em Cristo, não por si só. Então Jesus é contra se chamar alguém de pai ou de mestre no lugar Dele.

• Não seria o apóstolo da Circuncisão (Gál. 2: 8).
Resposta: Enquanto que Paulo passou a pregar só aos pagãos pois foi rejeitado pelos judeus (circuncisos) At 13:46, Pedro pregou aos judeus e aos pagãos, alias foi ele quem decidiu em Cristo (mais uma autoridade exercida) que o Espirito Santo deveria sim continuar a ser derramado sobre os pagãos (At 10, 34-35).

• Como ficaria seu casamento? (Mat. 8: 14. Mar. 1: 30. Luc. 4: 38).
Resposta: Estas passagens falam da sogra de Pedro, até viúvos têm sogra. Nada cita de esposa de Pedro. Filhos então, silêncio total. Tanto de Pedro como de todos os apóstolos. Eram todos estéreis?

• Não levaria sua esposa em suas viagens missionárias (I Cor. 9: 5).
Resposta: Traduzir por “mulher cristã” por esposa crente é comprometedor, pois aqui estaria se fala em “uma esposa crente”. Ora, será que os apóstolos tinham mais de uma esposa para poderem trazer uma delas? Claro que não. A tradução aki é “mulher cristã” ou “mulher irmã”, não no sentido de mulher-esposa, mas de cristã. Uma cristã que viajava e auxiliava os apóstolos nas terefas domésticas pois estes eram cristãos. Esposa em grego é σύζυγος mulher em grego é γυναίκα e a palavra usada em 1.ª Cor 9:5 foi σύζυγος, ou seja, esposa.

Paulo não poderia exigir o direito de levar uma “esposa crente” para as viagens porque não era casado:
“Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu.” (1.ª Cor 7:8)

Logo, Paulo não poderia se incluir neste direito usando o pronome “nós”: “Não temos nós o direito…?”

A única tradução que faz lógica aqui é mulher e não no sentido de esposa, mas de cristã, serva. Sabendo disso é que as Bíblias protestantes mais sérias possuem esta tradução:

1 Coríntios 9, 5 Não temos nós direito de levar conosco uma mulher irmã, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? (Bíblia Protestante “Almeida”, Revista e corrigida)

1 Coríntios 9, 5 E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? (Bíblia Protestante “Almeida”, Revista e atualizada)

• Não negaria a Jesus (Luc. 22: 57).
Resposta: Negaria sim, pois, Pedro só recebeu a força do alto em Pentecostes, agia algumas vezes pelo humano. E além disso as 3 confirmações de amor a Jesus apagaram as 3 negações (Jo 21)

• Não mentiria ao ser identificado como apóstolo (Luc. 22: 58).
Resposta: Sim, na sua iniciativa humana. Pois o Papa tem falhas pessoais não quando proclama Dogmas.

• Não disfarçaria diante da verdade (Luc. 22: 60).
Resposta: Idem.

• Enviaria outros apóstolos para Samaria ao invés de ser enviado (Atos 8: 14).
Resposta: O Papa é escolhido, ele não se escolhe. Os cardeais o escolhem e ele é enviado a missão. E uma de suas missões é responde pela Igreja.

• Não se justificaria perante a igreja, por haver batizado Cornélio (Atos 11:1-11).
Resposta: Pedro não se justificou, explicou sua atitude de ir a casa de um pagão, e que a partir daquele momento o Evangelho estava sendo escancarado aos pagãos. Algo que até então não era aceito e não foi compreendido pelos demais.

• O primeiro Concílio Cristão, ocorrido no ano 52 d.C., seria presidido por ele e não por Tiago (Atos 15: 13,19).
Resposta: Até onde eu sei, se numa reunião os ânimos se elevam, e vira uma confusão, quem deve retomar a ordem é quem está a frente dela. E este foi Pedro:

“Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse:…” (At 15:7) Tiago apenas repetiu as palavras de Pedro como Bispo de Jerusalém, local do Concílio.

• A Carta Oficial deste Concílio seria assinada por ele e não foi (Atos 15: 22-23).
Resposta: Foi sim, só que não apenas ele. Em um Concílio não é só o Papa quem assina.

• Paulo não o repreenderia publicamente, sendo “infalível” (Gál. 2:11-14).
Resposta: É infalível quanto a dogmas não quanto a erros e pecados. São Francisco de Assis e outros santos chamaram a atenção de seus papas e não foram repreendidos e muito menos foram para a fogueira.

• Estaria na primeira posição e não na segunda, como coluna da igreja (Gál.2: 9).
Resposta: única exceção em todo o NT e já explicada.

• Jesus não repreenderia os discípulos dizendo que quem “quiser ser o primeiro seja vosso servo” (Mat. 20: 20-28).
Resposta: Ele não proíbe de querer ser o primeiro mas que queira ser o primeiro servindo aos outros.

• Jesus não diria que quem “quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos” (Mar. 9: 35).
Resposta: Idem

• Jesus não diria que entre eles quem “quiser ser grande, será vosso serviçal” (Mar. 10: 35-45).
Resposta: Idem.

• Jesus não diria que “aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande” (Luc. 9: 48).
Resposta: Aqui Cristo deixa claro que existe sim o maior “Aquele que for o maior…”, mas precisa estar a serviço da Igreja.

• Jesus não diria isso: “Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve” (Luc. 22: 26).
Resposta: Mais uma vez Ele confirma que há o maior, na humildade.

As chaves:

Alguns protestantes e judeus afirmam ainda que as chaves não foram dadas apenas a Pedro e sim a todos os Apóstolos. Engano, é claro que todos os Apóstolos tinham autoridade, assim como todo bispo tem sua autoridade, mas, não se pode confundir ligar e desligar com abrir e fechar. As chaves representam uma autoridade maior.

Ter a chave é para poucas pessoas na Bíblia, pois, demonstra confiança e autoridade. Pedro não roubou as chaves do Reino dos Céus, Jesus as deu a ele! Se não houvesse apenas uma pessoa como referência maior, ia ser difícil se ter uma decisão, porque cada Apóstolo teria opiniões diferentes. Onde há várias pessoas decidindo é preciso deixar que uma só dê a palavra final (Eclo 42:7). Eliaquim, filho de Helcias recebe as chaves sobre Israel, e chefia em Nome de Deus (Is 22, 20-22): “…Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá.” Depois os fariseus tiveram as chaves do conhecimento mas não a administraram bem (Lc 11:53). Daí a chave do Reino dos Céus, para abrir e fechar, que é ainda mais do que ligar e desligar, foi dada unicamente a Pedro: “Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus…”. Jesus, é o único dono de todas as chaves, as chaves da morte (Ap 1:18) e Pedro a usou certa vez (At 5), Ele é Quem tem a chave da casa de Davi (Israel) e deu a Eliaquim (Ap 3:7), tem a chave do inferno e deu ao Anjo do Abismo (Ap 9:1). E a chave dos Céus, que Lhe pertence, Ele a confiou a Pedro. Coube a Pedro ligar e desligar (doutrinar [com palavra final], permitir ou não permitir algo…) e com exclusividade, abrir e fechar o Céu às pessoas (sentenciar a morte [At 5], abrir os céus aos não-judeus [At 10]…) sempre nas questões mais polêmicas sua liderança é clara, em Nome de Cristo, claro.

Essa Foi nossa Série de aulas sobre a Igreja Fundada por Cristo, em breve postaremos outras aulas com o mesmo tema da história da Igreja…

Aula Por: Emerson.

A Igreja Fundada Por Cristo – Parte III

Publicado: 8 de julho de 2010 por Rafasoftwares em História da Igreja

BÍBLIA E PEDRO EM ROMA

Muitos anticatólicos ainda afirmam que, segundo a Bíblia, Pedro nunca esteve em Roma. Então vejamos:

Pedro escreve em sua primeira carta: “A igreja escolhida de Babilônia saúda-vos, assim como também Marcos, meu filho.” (1.ª Pd 5:13)

Pedro está escrevendo da chamada “Babilônia”, pois, envia-se saudação de onde se está ou pelo menos de onde se esteve. Sabemos ser Roma a referida Babilônia (cercada por 7 colinas e tudo o mais Ap 17, 5.9), pois a Babilônia original foi destruída 200 anos antes de Cristo e sobre ela foi construída a capital da Pérsia, que também foi destruída antes de Cristo. Mas, em Roma, em meio ao antigo império e ao paganismo, já havia Igreja de Cristo (Paulo aos Romanos…), daí Pedro usar a expressão “Igreja escolhida de Babilônia”. Logo, Pedro não só esteve lá, como de lá escreveu sua primeira carta. Estava lá juntamente com Marcos, trazido até Paulo na prisão de Roma, por Timóteo, pouco antes de seu martírio (2.ª Tm 4, 6-11). Vale ressaltar que embora Pedro não cite Paulo, este também estava em Roma na companhia de Marcos, aguardando martírio, conforme citação.

LINKS PARA APROFUNDAMENTO

http://www.prestservi.com.br/diaconoalfredo/provas_do_primado_petrino.htm

(50 provas do papado de Pedro)

http://www.redemptor.com.br/papa_peflavio/2_historia_eleicao_papas/hist_eleicao.htm

(história das eleições dos papas) http://www.redemptor.com.br/papa_peflavio/3_historia_conclave/hist_conclave.htm

(história dos conclaves – eleições papais a portas fechadas) http://www.psjose.com.br/perguntas_respostas.htm

(cronologia do surgimento das igrejas protestantes)

Este outro site protestante (entre vários outros) também é contra a tradução de petros por pedrinha, insinuando que tal tradução por pedrinha não passa de picuinha:

“Ao invés de chamar Simão, filho de Jonas, de uma pequena pedra ou de uma pedrinha, Jesus o chamou de UMA GRANDE PEDRA, UMA ROCHA. O Senhor fez uso do termo aramaico KEFAS, cujo correspondente grego é PETROS. Não há que negar ter sido Simão conceituado pelo Salvador como UMA GRANDE ROCHA, UMA GRANDE PEDRA. Mas, mesmo assim, não está dito e nem foi escrito que Pedro seria a pedra que serviria de base para a edificação da Igreja. Voltemos à expressão do Senhor: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”.

Mateus registrou da seguinte forma (16:18):[versão em grego]

“LÉGO OTI SÝ EI PETROS, KAI EPI TAUTÊ TÊ PÉTRA OIKODOMÊSO MOU TEN EKKLÊSIAN”

Pedro não é o fundamento da igreja, mas também não foi denominado pelo Senhor de “uma pedrinha”, como querem muitos evangélicos e adversários do Clero Romano.” (caps lock original)

http://www.missaoboasnovas.com.br/diversos/pedro_nao_foi_papa.HTM

Isto porque qualquer estudioso do grego bem informado, sabe que em Mateus 16 petros não é substantivo, e sim, um nome próprio. Logo, não se traduz diretamente por pedra, e sim, por pedro, substantivo masculino para nomes pessoais. Mas o significado é pedra. É como o nome Luiza, é feminino de Luiz, e ambos significam ‘luz’. Depois Jesus cita ‘petra’, aparecendo como substantivo, também significando pedra. Por isso foi usado petros e petra em Mt 16. Petros significando pedra, mas no masculino como nome de pessoa. E petra aparece logo depois unicamente como substantivo, também significando pedra. Mas o hebraico, língua original de Jesus, dos judeus, e do Evangelho de Mateus, não possui tal flexibilidade para se nomear pessoas. Tanto que para os judeus, Kéfa tanto serve para Pedro como para pedra. Os judeus messiânicos (anticatólicos) chamam a 2.ª Carta de Pedro, de 2.ª Carta de Kefá. E traduzem kefá por pedra, nunca por pedrinha. Logo, kéfa é usado para Pedro e para pedra. Então, em hebraico está sendo repetido sim, a palavra kéfa na frase de Jesus (embora seja erradamente questionado):

“Tu és Kéfa (nome Pedro=pedra) e sobre esta kéfa (substantivo pedra) edificarei a minha Igreja”. Enfim, em Mateus 16 a pedra, a rocha, é Pedro. Como vimos, até os anticatólicos conhecedores do grego e hebraico aceitam esta afirmação, só negam que Pedro tenha sido a pedra fundamental. E é lógico, Pedro é pedra, rocha, mas nunca será a pedra fundamental, angular, principal. Esta, só Jesus o é.

2.º) Vimos que até judeus anticatólicos afirmam, com documentos da História da Igreja, que o Evangelho de Mateus foi escrito em hebraico (semelhante ao aramaico), língua dos judeus na época de Jesus. E o nome original de Pedro em hebraico é Kefá (Kepha) em aramaico é Kéfas (Kephas).

Diz este site judeu messiânico:

“O hebraico e o aramaico são línguas bem parecidas uma com a outra, assim como o Português e o Espanhol, de modo que quem está acostumado a falar em aramaico tem muita facilidade para falar, ler e ecrever em hebraico. Portanto, vemos que no tempo de Jesus, os judeus não falavam somente aramaico, falavam hebraico também.” Vejam a seguir os trechos dos livros dos pais da igreja que dizem isto:

Eusébio, História Eclesiástica, 3:24:6:

“Porque Mateus, que tinha primeiramente pregado aos hebreus, quando ele estava para ir para outros povos, passou o seu Evangelho para escrito na sua língua nativa, e assim compensou aqueles que ele era obrigado a deixar, pela perda da sua presença.” http://www.familiadedeus.org.br/mateus_escreveu_em_hebraico.htm

Há versões protestantes do francês e do inglês que usam a mesma palavra para o nome de Pedro e o substantivo pedra, como acontece no aramaico. Aportuguesando, fica em Francês: Tu és Pedro (Pierre=pedra) e sobre esta pedra (Pierre) edificarei a minha Igreja. E no inglês fica: Tu és Pedro (rock=rocha) e sobre esta pedra (rock) edificarei a minha Igreja.

Vejamos estas mesmas traduções no original:

Bíblia de Jerusalém em Francês’ Mt 16:18:

“Eh bien ! moi je te dis : Tu es PIERRE, et sur cette PIERRE je bâtirai mon Église, et les Portes de l’Hadès ne tiendront pas contre elle.” (caps lock meu, PIERRE = PEDRA)

La Bible de Jérusalem Copyright (C) 1973 by Les Édition du Cerf

http://unbound.biola.edu/index.cfm?method=searchResults.doSearch

‘Bíblia em Inglês: Tradução Literal na Linguagem de Hoje’ Mat 16:18: “And I also say to thee, that thou art a ROCK, and upon this ROCK I will build my assembly, and gates of Hades shall not prevail against it.” (caps lock meu, ROCK = ROCHA) http://unbound.biola.edu/index.cfm?method=searchResults.doSearch

Veja “pierre” para Pedro e pedra em francês, e “rock” para Pedro e pedra em inglês. Sem diferença de palavras! Porém, mesmo que o Evangelho de Mateus tivesse sido escrito em chinês, o que vale é o nome original de Pedro, que é Kéfa, e significa sem dúvida alguma, pedra e rocha.

Aqui você relembra que kefá é pedra em hebraico:

http://www.geocities.com/horamesianica/terminologia.htm

[Tradução Kadosh Israelita Messiânica© das Escrituras]

E neste outro site judeu messiânico você vê logo no título a expressão 1.ª [Carta de] Kefas, que é a 1.ª [Carta de] Pedro. Kefás sendo usado para Pedro

http://www.yahshua.com.ar/encarcela.htm

Sites protestantes confirmando que Kefá significa pedra, e que este era seu nome no original (pedra, em versão masculina Pedro).

http://www.vivos.com.br/127.htm http://www.redeapostolica.com.br/index.php?page=conteudos&id=327

Sobre a Primazia de Pedro

Primazia é ser primeiro, ter destaque, ser diferente, especial, líder sobre demais. Não necessariamente o melhor mas, no caso de Pedro, uma autoridade maior.

Diz a Bíblia: “Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O PRIMEIRO, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão…” (Mateus 10:2) (caps lock meu)

Este “primeiro” quanto a Pedro é claro que não se trata de algo simplesmente cronológico, em ordem de chegada. Senão, a Bíblia diria para os demais, por segundo André, por terceiro Quando se vai formar uma equipe, o primeiro nome que vem é aquele no qual se tem confiança, segurança, e sabe-se que vai executar bem a tarefa. Como já vimos no estudo, dentre os 72 discípulos, 12 se tornaram apóstolos.

Dentre os 12, três ficavam mais à frente. Dentre os três o destaque de Pedro nas tomadas de decisões é clara. São dezenas de passagens em que Pedro é citado em primeiro, em muitas é até citado “Pedro e os Apóstolos…” A exceção de Paulo colocando-o em segundo vem de sua temporária decepção devido a um comportamento de Pedro. Então Paulo destaca Tiago que era bispo de Jerusalém. Mas o próprio Paulo cita Pedro por primeiro muitas vezes. Não vou enumerar novamente todas as decisões e iniciativas de Pedro em questões delicadas da Igreja, porque já estão postadas. Paulo viajou e escreveu mais do que os apóstolos, foi o maior escritor e missionário, porém, está muito longe de ter decido as questões mais polêmicas do NT.

Quando a Igreja fala em Primazia de Pedro ela lembra que Pedro foi o primeiro a ser chamado para ser discípulo (Jo 1, 40-42), e depois o primeiro a ser escolhido dentre os 72 discípulos para fazer parte dos Doze Apóstolos (Mt 10:2). O destaque de Pedro como líder, como aquele que mais tem iniciativas já foi visto neste estudo, afirmar que Pedro não se destacava em nada na sua missão em relação aos demais Apóstolos é não querer enxergar a verdade.

O site Instituto Cristão de Pesquisa, embora negue a primazia de Pedro, se contradiz ao frisar o destaque de Pedro dentre os Apóstolos. Veja o que o site diz, através do artigo de um dos membros de outro site protestante o CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas):

“Perfil de Pedro: …• Ministério: DESTACOU-SE DENTRE OS DOZE APÓSTOLOS…” (caps lock meu)

http://www.icp.com.br/77materia2.asp

E ainda outro site protestante:

“Pedro encabeça a lista dos apóstolos em cada um dos relatos dos Evangelhos, o que sugere que os escritores do NT o consideravam o mais importante dos doze. Ele não escreveu tanto como João ou Mateus, mas emergiu como o líder mais influente da igreja primitiva. Embora 120 seguidores de Jesus tenha recebido o ES no dia do Pentecoste, a Bíblia registra as palavras de Pedro (At 2.14-40). Ele sugeriu que os apóstolos procurassem um substituto para Judas Iscariotes (At 1.22).”

http://www.vivos.com.br/127.htm

Comentando Mt 16,13-20, este site protestante também acaba reconhecendo a autoridade específica dada a Pedro por Jesus (já traduzido):

“Nosso Senhor declarou a autoridade com a qual Pedro iria ser investido….E este ligar e desligar, na linguagem comum dos judeus, significa proibir e permitir, ou ensinar o que é legal [certo] ou ilegal[errado].”

http://unbound.biola.edu/index.cfm?method=commentary.showCommentaryResults&book_index=40N&chapter=16