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Pedro, a Rocha. (Parte I)

Publicado: 25 de agosto de 2011 por Rafasoftwares em Exegese, Patrística, Teologia

Esta é mais uma matéria Sobre Pedro. É com “grande freqüência” que estou postando matérias sobre Pedro, é que estou fazendo uma série de matérias e postando aos poucos, devido a falta de tempo para fazer uma maior.

Mas já foram (minhas próprias, fora as de outros autores):

Pedro Realmente esteve em Roma?

Pedro Simples Presbítero? (Que será também depois completada na refutação a um protestante que colocarei aqui outro dia.)

Pedro foi bispo de Roma! Testemunhos Primitivos.

E agora esta aqui, fundamentando Pedro como a Rocha de Mateus 16, 18, onde vamos analisar 3 fontes: Idiomática e Bíblica (juntas) e Patrística na Parte II.

Um aviso aos neófitos protestantes. Se quiserem se meter a refutar esta matéria, o faça no mesmo nível dela, com argumentações, em grego, aramaico, bíblicas e patrísticas todas em harmonia entre si, caso contrário todos os delírios serão ignorados.

Então vamos lá.

IDIOMÁTICA E BÍBLICA

Em Aramaico temos duas palavras para designar materiais rochosos:

1º  Evna = Pedra

2º Kepha  כף (ou cefas, transliterado para o grego) =  Rocha

Em Grego, assim como o aramaico, temos também 2 palavras:

1º Lithos (λθος), = Pedra pequena

2º Petra (πτρ ) = Rocha maciça, Pedra Grande (que é o equivalente de Kepha)

A Bíblia nos diz que Jesus deu um nome novo a um pescador que se chamava Simão e este nome foi “KEPHA” (Aramaico) e transliterado como “cefas”,  que no grego ficou “Petrus”, como podemos ver em João 1, 42:

“Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de Jonas, serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).” (Negrito meu)

Em aramaico não temos gênero, mas em grego sim, por isso a palavra Petra que é o equivalente a KEPHA (cefas) foi masculinizada para dar nome a um homem, Petrus, mas o significado permaneceu o mesmo (Rocha ou pedra grande) como é atestado nos seguintes Léxicos protestantes:

CONCORDÂNCIA STRONG

4074 πετρος Petros Pedro = “uma rocha ou uma pedra”
1) um dos doze discípulos de Jesus

 FRIBERG, ANALYTICAL GREEK LEXICON

“Πτρος, ου, Pedro, nome próprio masculino dado como um título descritivo para Simão, um dos apóstolos (MK 3.16), o significado do nome, a pedra, é provavelmente o equivalente grego de uma palavra aramaica transliterada como Κηφς (João 1,42 )”

THAYER, GREEK LEXICON OF NT

Πτρος, Πτρου, – um nome próprio apelativo, o que significa “uma pedra”, “uma rocha,” “rochedo “”.

Em português a diferença entre Pedro e Pedra não permite acentuar a força do original aramaico e grego que é a mesma palavra que designa a materialidade da rocha.

 A CONCORDÂNCIA STRONG, que é tão utilizada pelos protestantes brasileiros, diz que Cefas ou Kepha é Rocha, leiam:

 “03710 כף (keph)
Procedente de 3721, grego 2786 κηφας (cefas); DITAT – 1017; n m
1) rocha, cavidade duma rocha” (o parênteses em vermelho foi  adicionado por mim)

Os próprios protestantes em seus léxicos confirmam que o nome de Pedro Significa “ROCHA” ou “PEDRA”.

 Mais algumas passagens com o nome de “Cefas”.

 1Co 1:12 Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.

1Co 3:22 Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso,

1Co 9:5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?

1Co 15:5 E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.

Gal 2:9 E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;

 Refutando Algumas objeções dos que dizem que:

1 º O significado do nome de Petrus é Pedregulho.

Não existe nenhum prova para isto, até por que no NT Petrus só é designado para Pedro. E para nada mais.

2º O significado do nome Petrus é pequena pedra para arremessar.

Isso não existe no grego Koiné. No Grego Koiné usa-se a palavra “lithos” para significar “uma pedrinha ou uma pedra para arremessar” como podemos constatar no caso da mulher adúltera (João 8, 7) ou de Jesus (João 8, 59).

João 8, 7 Ὡς δὲ ἐπέμενον ἐρωτῶντες αὐτόν, ἀνακύψας εἶπεν πρὸς αὐτούς, Ὁ ἀναμάρτητος ὑμῶν, πρῶτον ἐπ᾽ αὐτὴν τὸν λθον βαλέτω.

Tradução: “Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.

John 8:59 Ἦραν οὖν λθους ἵνα βάλωσιν ἐπ᾽ αὐτόν· Ἰησοῦς δὲ ἐκρύβη, καὶ ἐξῆλθεν ἐκ τοῦ ἱεροῦ, διελθὼν διὰ μέσου αὐτῶν·

Tradução: “Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.”

Pedra de arremesso nunca foi nem será Petrus.

E para azar e confusão na cabeça dos protestantes que sustentam esta mesma idéia Jesus em 1 Pedro 2,4 é chamado de “Lithos” a mesma palavra em gênero, número, grau e declinação que foi usada para a Pedra de arremesso da adúltera e das pedras jogadas em Jesus.

1 Pd 2:4 “πρὸς ὃν προσερχόμενοι λθον ζῶντα ὑπὸ ἀνθρώπων μὲν ἀποδεδοκιμασμένον παρὰ δὲ θεῷ ἐκλεκτὸν ἔντιμον..”

Tradução “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa…”

Seria também Jesus uma pequena pedrinha de arremesso? E não a grande Rocha da Salvação?

Gostaria de ver algum protestante respondendo isto!

3º O significado do nome Petrus é pequena pedra igual as demais como citado em sua epistola.  

Não existem bases ou sustentações para afirmar que “Petrus” significa “pedra pequena” porque para isto a Bíblia utiliza outra palavra (lithos ou lithon) como foi mostrado.

E vejam:

1 Pd 2:5 καὶ αὐτοὶ ὡς λθοι ζῶντες οἰκοδομεῖσθε οἶκος πνευματικός, ἱεράτευμα ἅγιον, ἀνενέγκαι πνευματικὰς θυσίας εὐπροσδέκτους τῷ θεῷ διὰ Ἰησοῦ χριστοῦ.

Tradução: Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.

Ou seja, a palavra “Lithos” que é usada para Jesus em 1 Pd 2, 4 se referindo a Jesus é novamente utilizada em grau e gênero para os demais Cristãos em 1 Pd 2, 5.

E ainda aparecem protestante vindo dizer que a rocha ou Pedra só pode ser utilizada para Jesus.

Em outras passagens Jesus também é chamado de PETRA, assim como Pedro. Mas isso não tira a magnitude de Jesus como rocha da Salvação, nem da função de Pedro como Rocha da Unidade da Igreja.

Penso que por aqui já basta a explanação sobre o nome de Pedro, agora vamos a linda passagem do evangelho de Mateus que é o foco desta matéria.

Em Mateus 16, 18 lemos:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

Em Grego:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πτρος, κα π τατ τ πτρ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

Vejamos em aramaico este trecho em negrito na Bíblia Peshita (Tradução do grego para o aramaico do século V)

(lê se da direita pra esquerda)

Veja que não há diferença entre a rocha (em aramaico) e o nome de Pedro (em aramaico).

Agora analisaremos duas palavras em especial.

Voltemos ao grego de Mateus 16, 18:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πτρος, κα π τατ τ πτρ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

Note as duas palavras em vermelho que são τατ τ   que quase todas as traduções (católicas e protestantes) traduzem simplesmente por esta”.

Vamos fazer uma analise:

τατ  (tauth) é o dativo feminino de οτος (outós) e sua tradução simples é “esta”. E serve para dar ênfase a algo previamente mencionado.

τ (th) é também o dativo feminino e (o)  e é o artigo da frase ou seja sua tradução é “a”.

Estas duas palavras juntas  τατ  + τ,  tem o sentido ou tradução de “esta mesma”, “esta própria”.

Então juntando o nome de Pedro que foi previamente confirmado como ROCHA, e PETRA que também foi confirmada como ROCHA, pelos léxicos protestantes, podemos traduzir Mateus 16, 18 da seguinte forma:

“TU ÉS ROCHA E SOBRE ESTA MESMA ROCHA, EU EDIFICAREI A MINHA IGREJA.”

A pergunta que todo protestante faria ao ver isto “então por que as traduções católicas não traduzem assim?”

A Resposta : Por que o artigo, no grego, depois de um pronome demonstrativo não precisa ser traduzido já é sub-entendido, então se traduz somente o “esta” na maioria das vezes, mas o sentido continua o mesmo.

Além disso São Jerônimo traduziu  para o Latim da seguinte forma “HANC PETRAM” ou seja “Esta mesma Rocha“.

HANC no latim tem o sentido próprio de “esta mesma”, “esta própria” assim como τατ  + τ no grego. São Jerônimo, como falava fluentemente o grego Koiné, sabia muito bem o sentido real da passagem, quando ele trauziu a vulgata o grego Koiné ainda era “Vivo”.

E agora para o desespero de protestantes que apesar de tudo o que aqui foi demonstrado até agora ainda estejam duvidando, vou usar a própria bíblia João Almeida para provar que τατ  + τ tem o sentido e também tradução de “esta mesma”, apesar da maioria das passagens que contém estas duas palavras os tradutores não traduzam assim, por que já está implícito. Vou pegar aqui 1 passagem que a própria João Almeida confirma o que eu estou dizendo.

Antes que algum protestante venha com conversinha de versão da bíblia João Almeida, estou utilizando aqui 4 versões da mesma que traduzem a passagem do mesmo jeito em todas.

Vejamos em Atos 27, 23:

Grego:

 Atos 27, 23  παρέστη γάρ μοι τατ τ νυκτὶ τοῦ θεοῦ, οὗ εἰμι [ἐγώ] ᾧ καὶ λατρεύω, ἄγγελος

João Almeida

Atos 27, 23 Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo.

Podem conferir ai no grego e em suas bíblias.

Ai vai vim um protestante me dizer que viu em sua bíblia as palavras “esta mesma” e no grego não estavam escritas como τατ τ.  

 Como eu já disse  τατ e τ estão no dativo, declinadas, ou seja conjugadas. No português só temos conjugação para verbos na maioria das vezes, mas no grego não, acontece também com pronomes e substantivos, as palavras “esta mesma” podem ser encontradas também desta forma τατην τν, onde ταύτην equivale a τατ e τν equivale a τOnde não há nenhuma diferença entre as mesmas, apenas a declinação.

Portanto podemos dizer com clareza a quem quiser ouvir, PEDRO É A ROCHA.

 “TU ÉS ROCHA E SOBRE ESTA MESMA ROCHA, EU EDIFICAREI A MINHA IGREJA.”

 Na parte II desta matéria veremos os  vários testemunhos patrísticos a respeito disso.

Bibliografia Utilizada:

1 –  Malzoni, Cláudio Vianney, 25 Lições de Iniciação ao Grego do novo testamento/ Cláudio Vianney Malzoni. – 1. Ed. – São Paulo: Paulinas, 2009 (Coleção Línguas Bíblicas).

2 – Dicionário de Grego do Novo Testamento / Carlo Rusconi; [Tradução Rabuske] – São Paulo : Paulus 2003. – (Dicionários)

3 –Strong, James –  Exaustiva Concordância –  Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong.  Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo : Sociedade Bíblica do Brasil 2002.

4 – Friberg, Analytical Greek Lexicon.

 5 – Thayer, Greek Lexicon Of Nt.

 

A Patrística Refutando a Sola Scriptura

Publicado: 24 de agosto de 2011 por Rafasoftwares em Patrística

Esta é uma EXAUSTIVA MATÉRIA, repito, EXAUSTIVA MATÉRIA com dezenas de citações patrísticas confirmando que os pais da Igreja nunca foram adeptos da Heresia de Lutero.

Depois de não encontrarem na bíblia nenhuma citação que comprove a Sola Scriptura, os protestantes estão querendo agora utilizar os pais da Igreja, que eles tanto odiavam, para querer fundamentar esta sua heresia iniciada com John Huss e homologada por Lutero.

E por isso que Erasmo De Roterdam quando Lutero inventou este negócio ai, profetizou:

” SE ESTE TEU PRINCÍPIO FOR ADMITIDO A CRISTANDADE SE CONVERTERÁ NUM AMONTOADO DE SEITAS.”

O cumprimento da profecia está ai pra todo mundo ver!

Esta apologética desonesta se vale de textos isolados e truncados (Igualzinho fazem com a bíblia) para afirmar que os pais da Igreja eram adeptos desta coisa ai. Quem estuda Patrística e a Patrologia deve até achar engraçado este negócio, mas é a mais pura verdade, os protestantes querendo provar a Sola Scriptura por meio dos pais da Igreja. Todos sabemos que para saber qual era realmente o pensamento de um pai, temos que estudar seus escritos sua vida, ordem religiosa e etc, mas os protestantes como num passe de mágica descobrem isso lendo na internet uma ou duas passagens deles.

Veio um dia um protestante e disse que São Vicente De Lerins “apoiava” a Sola Scriptura e mostrou a passagem:

“Posto que o Cânon das Escrituras é em si mais que suficientemente perfeito para tudo” (Commonitorium).

A primeira vista isso seria uma grande prova que São Vicente era adepto da Sola Scriptura, só que o texto não passava de uma frase cortada de seu contexto original que se refere exatamente ao contrário, ou seja este mesmo texto de São Vicente refuta a Sola Scriptura Vejamos:

“Perguntando eu com toda a atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar segura, enquanto possível genérica e regular, para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer sadio e íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, SOB O AUXÍLIO divino, duplamente: com A AUTORIDADE DA LEI DIVINA E COM A TRADIÇÃO DA IGREJA CATÓLICA. Sem embargo, ALGUÉM PODERIA OBJETAR: Posto que o Cânon das Escrituras é em si mais que suficientemente perfeito para tudo, que necessidade há de se acrescentar a autoridade da interpretação da Igreja? Precisamente porque a Escritura, por causa de sua mesma sublimidade, não é entendida por todos de modo idêntico e universal. De fato, as mesmas palavras são interpretadas de maneira diferente por uns e por outros. Se pode dizer que tantas são as interpretações quantos são os leitores.” (Commonitorium).

Ou seja São Vicente nada mais está fazendo do que refutando os adeptos da Sola Scriptura, 1100 anos antes dela aparecer. Só que como o cara recorta a passagem fica parecendo que São Vicente falou algo que ele nunca quis dizer.

O Desonesto CA”C”P, diz que Irineu, Tertuliano, Cirilo de Jerusalém, Gregório de Nissa, Cipriano, Orígenes, Hipólito, Atanásio, Firmiliano e Agostinho,  Gregório de Nissa. Policarpo, Clemente de Alexandria, Orígenes, eram todos adeptos da Sola Scriptura, pois bem vou postar aqui testemunho de todos estes Pais e de outras dezenas afirmando exatamente ao contrário.

Como eu não tinha tempo de ficar traduzindo tudo, eu fui pesquisando em alguns sites católicos e fui juntando as passagens que existiam em português , os que não tinham em nenhum site eu tive que traduzir mesmo, por que a grande maioria dos livros patristicos que eu tenho estão em inglês, mas eu parei e não tinha chegado nem na metade, por que se não daria um Livro com mais de 380 citações dos Padres  do Século I ao VII sobre a Sagrada Tradição e a Autoridade Dos Bispos.

Os protestantes têm que fazer força, ginásticas mentais, adulterações, truncagens, malabarismos e textos imensos induzindo os Santos Padres a serem adeptos da Sola Scriptura. Eu, por minha vez, apenas me limitei a citá-los e fazer uma breve introdução em alguns dos seus comentários, pois eles falam sozinhos.

Feito isso vamos à exposição.

 

SÃO CLEMENTE DE ROMA (Papa, +100):

Autoridade da Igreja

“Devido às repentinas e repetidas calamidades e desventuras que se têm abatido sobre nós, precisamos reconhecer que tardamos um pouco em voltar nossa atenção para os assuntos de disputas entre vocês, amados; e especial-mente a abominável e ímpia rebelião, alienígena e estrangeira aos eleitos de Deus, que umas pessoas temerárias e rebeldes inflamaram a tal loucura que o seu nome venerável e ilustre, digno de ser amado por todos os homens, têm sido difamado. ” (Carta aos Coríntios, Palestra, 80 D.C).
“Aceitem o nosso conselho e não terão nada a lamentar.” (Carta aos Coríntios 58,2).

“Se, porém, alguns não obedecerem ao que foi dito por nós, saibam que se envolverão em pecado e perigo não pequeno” (Carta aos Coríntios 59,1).

Então ele Completa, Tradição:

“Sigamos a gloriosa e veneranda norma da nossa tradição.”

SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA (+107)

Eusébio (+330) diz sobre Santo Inácio:

“Advertia, antes de tudo, as igrejas das diversas cidades, que evitassem, sobre todas as coisas, as heresias que começavam então a se alastrar e exortava-as a se aterem tenaz-mente à Tradição dos Apóstolos(Euséb., Hist. Eccles., 3, 36 / MG, 20, 287);

“Antes exortei-vos a vos conservardes unânimes na doutrina de Deus, pois Jesus Cristo nossa vida inseparável, é a doutrina do Pai, como a doutrina de Jesus Cristo são os bispos constituídos nas diversas regiões da terra(S. Inácio, in Ad Ephesios, 3-4).

“Onde quer que o Bispo apareça, deixe o povo estar; assim como onde quer que Jesus Cristo esteja, lá está a Igreja Católica.” (Sto Inácio. Carta aos Cristãos de Esmirna 8,1).

“De maneira semelhante, que todos respeitem os diáconos como eles respeitariam Jesus Cristo, e assim como eles respeitam o Bispo como uma tipologia do Pai, e os presbíteros como o Concílio de Deus e o colégio dos apóstolos. Sem estes, não se pode chamar de uma Igreja.” (Sto. Inácio. Carta aos Trallians 3,1).

S. POLICARPO DE ESMIRNA (+156)

Diz sobre a tradição:  “a palavra que nos foi transmitida desde o princípio.” (Filip. 7,2; cfr. 3,2; 4,2).

”Desde que me tornei discípulo dos apóstolos, sou doutor do povo. O que me foi transmitido, ofereço-o aos discípulos, que são dignos da verdade.”(Carta a Diogneto, Cap XI)

PAPIAS (+130)

Caso viesse alguém que tivesse convivido com os presbíteros, eu procurava saber os ditos dos presbíteros, isto é, o que haviam ensinado André, Pedro, Filipe, Tomé, Tiago, João, Mateus ou qualquer outro discípulo do Senhor. Estava convencido de que da leitura dos livros não retiraria tanto proveito quanto da voz viva e permanente(segundo Eusébio, História da Igreja 3,39).

JUSTINO MÁRTIR (+165)

Alguns dizem que São Justino era adepto desta “Sola Scriptura”, e citam vários textos truncados do dialogo dele com Tifão quando ele refuta as tradições judaicas, vou citar somente uma dele, pois não deu tempo de traduzir outras:

“E então, quando Jesus foi para o rio Jordão, onde João estava batizando, e quando Ele entrou na água, um fogo se acendeu no Jordão; e quando Ele saiu da água, o Espírito Santo se acendeu sobre Ele como uma pomba…” (Dialogo com Tifão Capítulo LXXXVIII)

Me digam ai Protestantes de onde é que ele tirou isso ai da bíblia? Onde é que tem na Bíblia o Jordão em fogo e o Espírito Santo se acendendo em cima de Jesus?

Está ai é mais um fato transmitido oralmente que chegou até ele. Vemos isso também relatado em um Livro apócrifo do NT, que não me recordo o nome.

SANTO IRINEU DE LIÃO (+202)

“Quando são [os gnósticos] vencidos pelos argumentos tirados das Escrituras retorcem a acusação contra as próprias Escrituras, (…) E quando, por nossa vez, os levamos à Tradição que vem dos apóstolos e que é conservada nas várias igrejas, pela sucessão dos presbíteros, então se opõem à tradição.” (Contra as Heresias 2,1-2 Livro III).

“(…) Mas, quando os hereges acusam as Escrituras, como se as mesmas estivessem erradas, fossem desautorizadas, mutantes e como se nelas não pudessem encontrar qualquer verdade por aqueles que são ignorantes na Tradição… E, quando em desafio, nós lhes apontamos a mesma Tradição, que nos veio dos apóstolos, que é resguardada pela sucessão dos antigos nas igrejas, eles se opõem a esta Tradição, julgando-se mais sábios, não somente do que os antigos, mas, igualmente, do que os apóstolos.” (Contra as Heresias)

“Sob Clemente, havendo nascido forte discórdia entre os irmãos de Corinto, a Igreja de Roma escreveu-lhes uma carta enérgica, exortando-os à paz, reparando-lhes a fé, e anunciando-lhes a Tradição que havia pouco tinham recebido dos apóstolos” (Contra as Heresias 3, c.3,n.3) ;

“Aí está claro, a quantos querem ver a verdade, a tradição dos apóstolos, manifesta em toda a Igreja disseminada pelo mundo inteiro…” (Contra as heresias 3, 3, 1);

“Não devemos buscar nos outros a verdade que é fácil receber da Igreja, pois os apóstolos a mãos cheias, versaram nela, como em riquíssimo depósito, toda a verdade… Este é o caminho da vida” (Idem, In Contra as heresias 3, 4, 1);

“E se os apóstolos não nos houvessem deixado as Escrituras, não cumpria seguir a ordem da Tradição por eles ensinada a quem confiavam à sua Igreja? Esta norma é seguida por muitos povos bárbaros que creem em Cristo sem papel e sem tinta, enquanto possuem a mensagem da salvação, escrita em seu coração pelo Espírito Santo e ciosamente conservam a antiga Tradição.” ( Idem, In contra as heresias 3, 4,1)

Santo Irineu na mesma obra escreveu:

“Desde então, a mesma Tradição dos apóstolos existe na Igreja, e permanece conosco (…). “ (Contra as Heresias 3,5,1)

“Portanto, a Tradição dos apóstolos, que foi manifestada no mundo inteiro, pode ser descoberta e toda igreja por todos os que queiram ver a verdade. Poderíamos enumerar aqui os bispos que foram estabelecidos nas igrejas pelos apóstolos e seus sucessores até nós; e eles nunca ensinaram nem conheceram nada que se parecesse com o que essa gente [os hereges] vai delirando. […] Mas visto que seria coisa bastante longa elencar numa obra como esta, as sucessões de todas as igrejas, limitar-nos-emos à Tradição da maior e mais antiga e conhecida por todos, à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos, Pedro e Paulo, e, indicando a sua tradição recebida dos apóstolos e a fé anunciada aos homens, que chegou até nós pelas sucessões dos bispos, refutaremos todos os que de alguma forma, quer por enfatuação ou vanglória, que por cegueira ou por doutrina errada, se reúnem prescindindo de qualquer legitimidade. Com efeito, deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa da sua origem mais excelente, toda a igreja, isto é, os fiéis de todos os lugares, porque nela sempre foi conservada, de maneira especial, a tradição que deriva dos apóstolos.” (Contra as Heresias, III,3,1-2). Grifos nossos.

“A mensagem da Igreja é, portanto, verídica e sólida, pois é nela que um único caminho de salvação aparece no mundo inteiro” (Contra as Heresias 5,20,1).

TERTULIANO DE CARTAGO (+220)

Erros de doutrina nas comunidades eclesiais devem ter surgido necessariamente sobre vários assuntos. Quando, contudo, se encontrava de forma unânime e igual aquela doutrina que fora passado a muitos, não era resultado de um erro, mas da tradição. Pode alguém, então, ser tão irresponsável que diga que aqueles que receberam a tradição estavam em erro?” (Prescrição contra os Hereges, 28).

“A crença uniformemente professada por diversas comunidades não deriva do erro, mas da legítima Tradição”. (Tertuliano)

“De nada vale as discussões das Escrituras. A heresia não aceita alguns de seus livros, e se os aceita, corrompe-lhes a integridade, adulterando-os com interpolações e mutilações ao sabor de suas idéias, e se, algumas vezes admitem a Escritura inteira, pervertem-lhe o sentido com interpretações fantásticas…” (Tertuliano séc 3 In De Praescriptionibus., c. 19 / ML, II,31).

Ai completa:

“aí se achará a verdade das Escrituras, da sua interpretação e de todas as tradições cristãs” (Idem, De Praescript., c. 19 ML, 2, 31).

“… Resta, pois, demonstrar que nossa doutrina, cuja regra formulamos acima, procede da tradição dos apóstolos e, por isso mesmo, as demais procedem da mentira. Nós estamos em comunhão com as igrejas apostólicas, se nossa doutrina não difere da sua: eis o sinal da verdade” (Tertuliano, Da Prescrição dos Hereges, XIII-XX).

“Mas, novamente, quando os pomos diante daquela tradição que se originou dos apóstolos, [e] que é preservada através das sucessões de presbíteros nas Igrejas, eles objetam contra a tradição, dizendo que são mais instruídos…” (Irineu, Contra as Heresias, III,2,2).

“Seu testemunho, portanto, é verdadeiro, e a doutrina dos apóstolos está às claras e firme, de nada fazendo reservas; nem ensinaram eles um acervo de doutrinas privadamente e um outro publicamente.(Contra as Heresias, III,15,1).

“[Os Apóstolos] logo foram pelo mundo e pregaram a mesma doutrina da mesma fé às nações. Eles, portanto, de modo semelhante, andaram pelas igrejas em cada cidade, e dessas para todas as igrejas, uma após outra, e transmitiram a tradição da fé e as sementes da doutrina, e a cada dia as passavam adiante para constituírem igrejas. Certamente, é por causa disso somente que foram capazes elas próprias de se considerarem apostólicas, tendo sua origem nas igrejas apostólicas. Cada espécie de coisa deve necessariamente voltar às suas origens para sua adequação. Daí, as igrejas, embora sejam tantas e tão grandes, são ligadas a uma única igreja primitiva [fundada] pelos apóstolos, delas todas [fonte]. Dessa maneira todas são primitivas e todas apostólicas, enquanto são todas confirmadas por uma, [indissolúvel] unidade, por sua comunhão pacífica, por característica de irmandade e por laço de hospitalidade, privilégios que nenhuma outra norma determina senão que uma única tradição do mesmo mistério.” (Tertuliano, Prescrição Contra os Hereges, 20).


SÃO CLEMENTE DE ALEXANDRIA (+215)

“Mas ele, salvaguardando a verdadeira Tradição dos ensinamentos abençoados, que nos vêm direto dos apóstolos Pedro, Tiago, João e Paulo e foram transmitidos de pai para filho, chegara até nós, com a ajuda de Deus para que em nós fossem depositadas as sementes destes apóstolos.” (Stromata 1, 11). Grifos nossos.

“Para nós,… que crescemos com as Escrituras, que preservamos a correta doutrina dos apóstolos e da Igreja, que vivemos de acordo com o Evangelho, é nos permitido descobrir as provas da Lei e dos Profetas que eles tanto buscam.” (Stromata, 7, 104). Grifos nossos.

HIPÓLITO DE ROMA (+235)

“Justamente por não observarem as Sagradas Escrituras e não guardarem a Tradição de algumas santas pessoas é que os hereges criaram essas [ímpias] doutrinas” (Refutação de Todas as Heresias 1, Prefácio).

ORÍGENES DE ALEXANDRIA (+253)

“que só se deve crer nas verdades ligadas às tradições eclesiástica e apostólica” (De princ. Prae., 2).

“Esta pedra é inacessível às serpentes, é ela é mais forte que os portões do inferno em oposição, é por causa disso que as forças dos portões do Hades não prevalecerão contra ela; mas a Igreja, como uma construção feita pelo próprio Cristo construindo sua morada, é incapaz de admitir que os portões do Hades prevaleçam sobre qualquer um que esteja fora desta pedra, mas não possui forças para tal” (Orígenes, Sobre Mateus,12,11).
Quando hereges nos mostram as Escrituras canônicas – nas quais o cristão crê e confia – parecem dizer: ‘Oh, ele está restrito’. Contudo, não cremos neles, nem abandonamos a Tradição original da Igreja, nem acreditamos em outras coisas que não nos foram trazidas pela sucessão existente na Igreja de Deus” (Homilia sobre Mateus 4,6).

SÃO CIPRIANO DE CARTAGO (+258):

“Depois de tudo isto, eles ainda, tendo um falso bispo que hereges lhes ordenaram, atreveram-se a selar e carregar cartas de pessoas cismáticas e profanas para a Cátedra de Pedro (que é) a Igreja principal, de onde surge a unidade do pastoreio. Eles não refletiram que os romanos são os mesmos cuja fé foi louvada publicamente pelos apóstolos, e aos quais a descrença jamais terá acesso.” (Epist. 59,14). Grifos nossos.

“Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade recomendada por Paulo? (Ef 4,4-6). Confia estar na Igreja quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?” (S. Cipriano).

“A Esposa de Cristo não pode tornar-se adúltera, ela é incorruptível e casta [Cf Ef 5,24-31]. Conhece só uma casa, observa, com delicado pudor, a inviolabilidade de um só tálamo. É ela que nos guarda para Deus e torna partícipes do Reino os filhos que gerou. Aquele que, afastando-se da Igreja, vai juntar-se a uma adúltera, fica privado dos bens prometidos à Igreja. Quem abandona a Igreja de Cristo não chegará aos prêmios de Cristo. Torna-se estranho, torna-se profano, torna-se inimigo. Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe. Como ninguém se pôde salvar fora da arca de Noé, assim ninguém se salva fora da Igreja.” (Sobre a unidade da Igreja, cap. 4).

LACTÂNCIO (+-300):

“Só a Igreja Católica é que conserva o verdadeiro culto. Esta é a fonte da verdade; este o domicílio da fé, o templo de Deus, no qual se alguém não entrar, do qual se alguém sair, está privado da esperança de vida e salvação eterna” (livro 4º cap. 3º).

SÃO BASÍLIO O GRANDE (329-379)

“Sobre os dogmas e querigmas preservados pela Igreja, alguns de nós possuímos ensinamento escrito e outros recebemos da tradição dos Apóstolos, transmitidos pelo mistério. Com respeito à observância, ambos são da mesma força. Ninguém que seja versado mesmo um pouco no proceder eclesiástico, deverá contradizer qualquer um deles, em nada. Na verdade, se tentarmos rejeitar os costumes não escritos como não tendo grande autoridade, estaríamos inconscientemente danificando os Evangelhos em seus pontos vitais; ou, mais ainda, estaríamos reduzindo o querigma a uma única expressão” (O Espírito Santo, 27,36).


EUSÉBIO (+330)

“[Os apóstolos] Anunciaram o reino dos céus a todo orbe habitado, sem a menor preocupação de escrever livros. Assim procediam porque lhes cabia prestar um ser-viço maior e sobrehumano. Até Paulo, o mais potente de todos na preparação dos discursos, o mais dotado relativamente aos conceitos, só transmitiu por escrito breves cartas, apesar de ter realidades inúmeras e inefáveis a contar […] Outros seguidores de nosso Salvador, os primeiros apóstolos, os setenta discípulos e mil outros mais não eram inexperientes das mesmas realidades. Entretanto, dentre eles todos, somente Mateus e João deixaram memória dos entretenimentos do Salvador. E a Tradição refere que estes escreveram forçados pela necessidade. […] Quanto a João [o apóstolo], diz-se que sempre utilizava o anúncio oral. Por fim, também ele pôs-se a escrever pelo seguinte motivo. Quando os três evangelhos precedentes já se haviam propagado entre todos os fiéis e chegaram até ele, recebeu-os, atestando sua veracidade. Somente careciam da história das primeiras ações de Cristo e do anúncio primordial da palavra. E trata-se de verdadeiro motivo.” (História Eclesiástica Livro III, 24,3-7.)
“A Clemente [3º sucessor de São Pedro na Cáthedra de Roma] sucedeu Evaristo; a Evaristo, Alexandre, depois, em sexto lugar desde os apóstolos, foi estabelecido Xisto; logo, Telésforo, que prestou glorioso testemunho; em seguida, Higino; após este, Pio, e depois, Ani-ceto. Tendo sido Sotero o sucessor de Aniceto, agora detém o múnus espiscopal Eleutério, que ocupa o duodécimo lugar na sucessão apostólica. Em idêntica ordem e idêntico ensinamento na Igreja, a tradição proveniente dos apóstolos e o anúncio da verdade chegaram até nós.” (História Eclesiástica Livro V, 6,4-5. Eusébio de Cesareia).


Veja a observação de Eusébio quanto à degeneração doutrinária das seitas: “Extinguiram-se, pois rapidamente as maquinações dos inimigos, confundidas pela atuação da Verdade. As heresias, uma após outras, apresentavam inovações; as mais antigas continuamente desvaneciam e desvirtuavam-se, de difrentes modos, para dar lugar a idéias diversas e variadas. Ao invés, ia aumetando e crescendo o brilho da única verdadeira Igreja católica, sempre com a mesma identidade, e irradiando sobre gregos e bárbaros o que há de respeitável, puro, livre, sábio, casto em sua divina conduta e filosofia. […] Além do mais, na época de que tratamos, a verdade podia apresentar numerosos defensores, em luta contra as heresias ateias, não somente através de refutações orais, mas também por meio de demonstrações escritas.” (História Eclesiástica Livro IV, 7,13.15. Eusébio de Cesareia, + ou – 317 d.C).

 

SÃO CIRILO DE JERUSALÉM (+315-386)

“Mas aprendendo a Fé e a professando, tenhais em mente e conservai aquilo somente que vos é agora transmitido pela Igreja e que foi estruturado fortemente nas Escrituras(Leituras Catequéticas, 5,12).

Ai ele Completa:

“Aprendei também diligentemente DA IGREJA quais são os livros do Antigo Testamento e quais os do Novo” (Leituras Catequéticas, 4,33).

SÃO GREGÓRIO DE NISSA (+340):

“Se um problema é desproporcional ao nosso raciocínio, o nosso dever é permanecer bem firmes e irremovíveis na Tradição que recebemos dos Padres” (- Quod non sint tres dii, MG 45,117).

Pois é suficiente para provar nossa afirmação de que a Tradição veio até nós por nossos pais, transmitida como uma herança, por sucessão dos apóstolos e dos santos que os sucederam. Aqueles, por outro lado, que mudaram suas doutrinas com novidades, necessitariam do suporte de abundantes argumentos, se quisessem mostrar seus pontos de vista, não à luz de homens controversos e instáveis, mas de homens de peso e firmeza. Mas já que suas posições se apresentam sem fundamentos e sem provas, quem é tão louco e tão ignorante para considerar os ensinamentos dos evangelistas e apóstolos, e daqueles que sucessivamente brilharam como luzes nas igrejas de menos força do que tais coisas sem sentido e sem provas?” (Contra Eunômio, 4,6).

SANTO ATANÁSIO DE ALEXANDRIA (+373)

“Mas nossa fé é correta, começando com o ensinamento do apóstolos e Tradição dos padres, sendo confirmada por ambos os Testamentos.” (Epis 60). Grifos nossos.
Esse grande Padre da Igreja ainda dizia: “Mas depois do demônio, e com ele, vêm todos os que inventam heresias ilegais, que muito embora se refiram à Escritura, não mantém as mesmas opiniões que os Santos transmitiram, e, não as conhecendo nem ao seu poder, recebem tradições de homens caindo em erro.” (Festal Letter 2)
“Estamos de acordo com o fato de que este não é o ensinamento da Igreja Católica, nem os pais o sustentam”. (S. Atanásio, A Epicleto, Epístola 59,3).
Como se vê Santo Atanásio não só conservava a Tradição como também cria no Magistério da Igreja. Dizia ele ainda:

“A confissão chegada a Nicéia era, afirmamos, mais suficiente e bastante a si mesma para a subversão de toda heresia contrária à religião, e para a segurança e desenvolvimento da doutrina de Cristo.” (Ad Afros 1)

“Mas a Palavra de Deus que veio através do Sínodo Ecumênico de Nicéia, permanece para sempre”. (Ad Afros 2)

“Eles não cometem um crime ao pensar que podem contradizer Concílio tão grande e universal?” (De decretis 4)

E o Concílio afirmou:

“Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica”.
Veja isto ainda: “Mas o que também é importante, deixe-nos notar que a própria Tradi-ção, ensinamento e fé da Igreja Católica desde o começo, que foi dada pelo Senhor, foi pregada pelos apóstolos e preservada pelos Pais. Nisso foi fundada a Igreja; se alguém se afasta disso, ele não é e nem deveria mais ser chamado Cristão.” (Santo Atanásio, Cartas a Serapião de Thmuis, 1,28-).

S. BASÍLIO DE CESAREIA (+380):

“Meta comum de todos os adversários, inimigos da sã doutrina, é abalar o fundamento da fé em Cristo, arrasando, fazendo desaparecer a Tradição apostólica. Por isso, eles, aparentando ser detentores de bons sentimentos, recorrem a provas extraídas das Escrituras, e lançam para bem longe, como se fossem objetos vis, os testemunhos orais dos Padres.” (Tratado sobre o Espírito Santo, Cap 25).

“Um dia inteiro não nos bastaria se quiséssemos expor os mistérios da Igreja que não constam das Escrituras. Deixando de lado tudo mais, pergunto de quais passagens retiramos a profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Se a extraímos da tradição batismal, de acordo com a piedade (pois devemos crer segundo a maneira como fomos batizados), para entregarmos uma profissão batismal, essencial ao batismo, consequentemente nos seja permitido também glorificar conforme nossa fé. Mas, se esta forma de dar glória nos é recusada, por não constar das Escrituras, sejam-nos mostradas provas escritas da profissão de fé e de todo o restante, que enumeramos. Desde que há tantas coisas que não foram escritas, e coisas tão importantes para o mistério da piedade, ser-nos-á recusada uma só palavra, proveniente dos Pais, que nós vemos persistir por um uso espontâneo nas Igrejas isentas de desvios, uma palavra muito razoável, e que muito contribui para a força do mistério?” (Tratado sobre o Espírito Santo. Cap 67.).
Diz ele ainda: “Entre as verdades conservadas e anunciadas na Igreja, umas nós as recebemos por escrito e outras nos foram transmitidas nos mistérios, pela Tradição apostólica. Ambas as formas são igualmente válidas relativamente à piedade. Ninguém que tiver, por pouco que seja, experiência das instituições eclesiásticas, há de contradizer. De fato, se tentássemos rejeitar os costumes não escritos, como desprovidos de maior valor, prejudicaríamos imperceptivelmente o evangelho, em questões essenciais. Antes, transformaríamos o anúncio em palavras ocas.” (Tratado sobre o Espírito Santo. Cap 66.).

“Considero apostólica a firme adesão às tradições que não estão contidas na Escritura” (Cfr. 27,66; Migne, 32,188).

SANTO AMBRÓSIO DE MILÃO (+397)

“Mas, se eles não acreditam na Doutrina dos Padres, que acreditem nos oráculos de Cristo, nas admoestações dos anjos que dizem ‘para Deus nada é impossível’. Que acreditem no Credo apostólico que a Igreja de Roma sempre manteve intacto.”
“Ao despontar do dia que fora escolhido para a disputa com Simão [Mago], Pedro [Apóstolo], levantando-se aos primeiros cantos do galo, despertou também a nós; todos juntos, éramos treze a dormir no mesmo aposento. […] À luz da candeia […] sentamo-nos todos. Pedro, vendo-nos alertas e bem atentos, saudou-nos e começou seu discurso: ‘É surpreendente, irmãos, a elasticidade de nossa natureza, a qual me parece ser adaptável e maleável a tudo. Digo-o apelando para o eu mesmo tenho experimentado. Logo depois da meia-noite, costumo acordar espontaneamente e não consigo voltar a dormir. Isto me acontece porque me habituei a evocar em minha memória as palavras que ouvi de meu Senhor Jesus Cristo. Desejo de as revolver no espírito, incito o meu ânimo e a minha mente a se despertarem, a fim de que, em estado de vigília, recorde cada palavra de Jesus em particular e as guarde todas ordenadamente na memória. Já que desejo com profundo deleite meditar no meu coração as palavras do Senhor, adquiri o hábito de ficar em vigília, mesmo que nada, fora deste intento, me preocupe o espírito” (Pseudo-Clemente, século III, Recognitiones II,1).

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO (354-407)

“Dessa forma, irmãos, fiquem firmes e guardem as tradições que lhes foram ensinadas, seja por palavra ou por carta. Isso deixa claro que eles não transmitiram tudo por carta, mas que havia muita coisa também que não foi escrita. Como a que foi escrita, a não escrita também é digna de crédito. Então vamos considerar a tradição da Igreja como sendo digna de crédito. Isto é uma tradição? Não procure outra coisa.” (Homilias sobre a 2ª Epístola aos Tessalonicenses 4,2).

E completa:
“Não te afaste da Igreja: nada é mais forte que ela. Ela é a tua esperança, o teu refúgio. Ela é mais alta que o céu e mais vasta que a terra. Ela nunca envelhece”.

“Jesus disse [a Pedro] ‘Alimenta minhas ovelhas’. “Por que Jesus não leva em conta os demais Apóstolos e fala do rebanho somente a Pedro? “Porque ele foi escolhido entre os Apóstolos, ele foi a boca de seus discípulos, o líder do coro. Foi por essa razão que Paulo foi procurar a Pedro antes que os demais. E também o Senhor fez isso para demonstrar que ele devia ter confiança uma vez que a negação de Pedro havia sido perdoada. Jesus lhe confia o governo sobre seus irmãos… SE ALGUÉM PERGUNTAR “POR QUE ENTÃO FOI SANTIAGO QUEM RECEBEU A SÉ DE JERUSALÉM?”, EU LHE RESPONDERIA QUE PEDRO FOI CONSTITUÍDO MESTRE NÃO DE UMA SÉ, MAS DO MUNDO TODO” (Homilia 88 (87) in Joannem, I. Cf. Orígenes, “In epis. Ad Rom.”, 5, 10; Efrém da Síria “Humn. In B. Petr.”, en “Bibl.Orient. Assema.) (Caps lock, meu)

S. EPIFÂNIO DE SALAMINA (+403):

“Também a Tradição é necessária, pois que nem tudo se pode tirar da Escritura; os apóstolos deixaram-nos uma parte de seu ensinamento nas Escrituras, os demais acha-se nas tradições(Haer. 41,6; Migne, 41, 1047).

“A Igreja deve guardar este costume, recebido como tradição dos Pais. E quem haverá de suprimir o mandato da mãe ou a lei do pai? Conforme o que diz Salomão, ‘tu, filho meu, escuta as correções de teu pai e não rejeites as advertências da tua mãe’. Com isto, se ensina que o Pai, o Deus unigênito e o Espírito Santo, tanto por escrito como sem escritura, nos deram doutrinas, e que nossa Mãe, a Igreja, nos legou preceitos, os quais sãos indissolúveis e definitivos” (Haer. 75,8).

S. JERÔNIMO (+420):

“Você quer uma prova da Escritura? Poderá encontrar nos Atos dos Apóstolos. E se não restar provado com a autoridade da Escritura, o consenso de todo o mundo (=isto é, da Igreja Católica) sobre esse assunto serve como força de comando(Diálogo com os Luciferanos 8).

SANTO AGOSTINHO (+433):

A mais louca e insensata mentira dos protestantes é dizer que Santo Agostinho era um adepto da Heresia de Lutero, logo ele, pois bem vejam e tirem as próprias conclusões:

“Eu não creria no Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja católica.” (Contra a Carta de Mani 5,6)

“Mas com relação àquelas observâncias que seguimos cuidadosamente e que o mundo todo mantém, e que não vêm da Escritura, mas da Tradição, é-nos concedido compreender que foi ordenado e recomendado que a guardássemos seja pelos próprios apóstolos, seja pelos Concílios plenários, a autoridade que é tão vital para a Igreja.” (Carta de Agostinho para Januário 54,1,1, 400 D.C).

Acredito que esta prática venha da tradição apostólica, assim como tantas outras práticas não encontradas nos escritos deles nem nos concílios de seus sucessores, mas que, porque são observadas por toda a Igreja em todos os lugares, acredita-se que tenham sido confiadas e concedidas pelos próprios apóstolos.” (Sto. Agostinho, Batismo 1,12,20, 400 D.C.)

“Eles guardaram o que encontraram na Igreja; o que lhes foi ensinado, ensinaram; o que receberam dos pais, transmitiram aos filhos.” (Santo Agostinho, Contra Juliano, 2,10,33, 421 D.C).

“Assim pelo favor de Cristo somos Cristãos católicos:” (Santo Agostinho, Carta a Vitalis, 217,5,16, 427 D.C.).

“Vocês nasceram pela mesma palavra, pelo mesmo Sacramento, mas não obterão a mesma herança de vida eterna, a menos que retornem para a Igreja Católica.” (S. Agostinho, Sermões, 3, 391 D.C).
“Esta Igreja é santa, a única Igreja, a verdadeira Igreja, a Igreja Católica, lutando como o faz contra todas as heresias. Ela pode lutar, mas não pode ser vencida. Todas as heresias são expelidas dela, como galhos inúteis são podados de uma vinha. Ela permanece fixa à sua raiz, em sua vinha, em seu amor. As portas do inferno não a conquistarão.” (S. Agostinho, Sermão aos Catecúmenos sobre o Credo, 6,14, 395 D.C).
“Um homem Cristão, é Católico enquanto vive no Corpo, separado é um herético, o Espirito não segue a um membro amputado.” (Santo Agostinho)

“Deve ser seguida por nós aquela religião cristã, a comunhão daquela Igreja que é CATÓLICA, e Católica é chamada não só pelos seus, mas também por todos os inimigos.” (Verdadeira Religião c. 7; n 12).

“É óbvio que se a fé permite e a Igreja Católica aprova, então deve ser crido como verdade” (Santo Agostinho, Sermão 117,6).
“Roma locuta, causa finita est” (S. Agostinho, Sermão 131,10).

Tradução:  “Roma falou, questão encerrada”.

SÂO VICENTE DE LERINS  (+450)

“Perguntando eu com toda a atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar segura, enquanto possível genérica e regular, para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer sadio e íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, sob o auxílio divino, duplamente: com a autoridade da Lei Divina e com a Tradição da Igreja Católica. Sem embargo, alguém poderia objetar: Posto que o Cânon das Escrituras é em si mais que suficientemente perfeito para tudo, que necessidade há de se acrescentar a autoridade da interpretação da Igreja? Precisamente porque a Escritura, por causa de sua mesma sublimidade, não é entendida por todos de modo idêntico e universal. De fato, as mesmas palavras são interpretadas de maneira diferente por uns e por outros. Se pode dizer que tantas são as interpretações quantos são os leitores. Vemos, por exemplo, que Novaciano explica a Escritura de um modo , Sabélio de outro, Donato, Eunomio, Macedônio, de outro; e de maneira diversa a interpretam Fotino, Apolinar, Prisciliano, Joviano, Pelágio, Celestino, e em nossos dias, Nestório. É pois, sumamente necessário, ante as múltiplas e arrevesadas tortuosidades do erro, que a interpretação dos Profetas e dos Apóstolos se faça seguindo a pauta do sentir católico. Na Igreja Católica deve-se ter maior cuidado para manter aquilo em que se crê em todas as partes, sempre e por todos. Isto é verdadeira e propriamente católico, segundo a ideia de universalidade que se encerra na mesma etimologia da palavra. Mas isto se conseguirá se nós seguimos a universalidade, a antiguidade e o consenso geral. Seguiremos a universalidade se confessamos como verdadeira e única fé a que a Igreja inteira professa em todo o mundo; a antiguidade, se não nos separamos de nenhuma forma dos sentimentos que notoriamente proclamaram nossos santos predecessores e pais; o consenso geral, por último, se, nesta mesma antiguidade, abraçamos as definições e as doutrinas de todos, ou de quase todos, os Bispos e Mestres.” (Commonitorium).

SÃO PEDRO CRISÓLOGO († 450)

“No interesse da paz e da fé não podemos discutir sobre questões referentes a fé sem o consentimento do Bispo de Roma”

São Máximo, o Confessor (c. 580-662)

“Quanto mais no caso do clero e a Igreja dos Romanos, que da antiguidade até agora preside todas as igrejas que estão abaixo do sol? Tendo recebido seguramente isto canonicamente, bem como de conselhos e dos apóstolos, como dos príncipes (Pedro e Paulo), e sendo contada na companhia deles, ela não é sujeita a nenhum escrito ou questões em documentos sinodais, por causa da eminência do seu pontificado …. mesmo que em todas essas coisas todos sejam igualmente sujeitos a ela (à Igreja de Roma) segundo a lei sacerodotal. E assim quando, sem medo,mas com toda a confiança sagrada e conveniente, aqueles ministros (os Papas) são da rocha realmente firme e imóvel, que é da Igreja mais grandiosa e Apostólica de Roma.” (Santo. Maximus, em JB Mansi editor Amplissima Collectio Conciliorum, volume 10)

 

S. JOÃO DAMASCENO (+749):

“Se alguém se apresentar com um Evangelho diferente daquele que a Igreja Católica recebeu dos Santos Apóstolos, dos Padres e dos Concílios, e que ela conservou até aos nossos dias, não o escuteis” (Discurso sobre as Imagens 3,3).

AGORA VAMOS A ALGUNS PATRIARCAS ORIENTAIS

 MACEDÔNIO, PATRIARCA DE CONSTANTINOPLA

“Macedonius declarou, quando designado pelo Imperador Anastasius para condenar o Concilio de Calcedonia, que ‘tal passo sem um Sínodo Ecumênico presidido pelo Papa de Roma é impossível.'” (Macedonius, Migne PG 108:360a [Theophan Chronogr, pagina 234-346])

 

JOÃO VI, PATRIARCA DE CONSTANTINOPLA

 “O Papa de Roma, a cabeça do sacerdócio cristão, quem em Pedro, o Senhor ordenou para confirmar os seus irmãos [Luke 22:31-32].” (John VI, anúncio de Epist anúncio de Constantin Pap Combefis Auctuar Bibl)

 

SÃO NICÉFORO, PATRIARCA DE CONSTANTINOPLA

 “Sem quem(os Romanos que presidem o Setimo Concilio) uma doutrina apresentada na Igreja não poderia, embora confirmada por decretos canônicos e pelo uso eclesiástico, alguma vez obter a aprovação total ou a aceitação geral. Já que são eles (os Papas de Roma) quem tiveram destinado a eles a regra em coisas sagradas, e quem receberam nas suas mãos a dignidade da Chefia entre os Apóstolos.” (Santo. Nicephorus, Niceph Cpl pro s imag c 25)

 “As extremidades da terra, e todo o mundo em cada parte dela quem puramente e justamente confessam o Senhor, olha diretamente em direção à Santa Igreja Romana e a sua confissão e fé, como um sol de luz infalível que emana dela o brilho radiante dos dogmas sagrados dos nossos Pais, segundo aquilo que os Concílios inspirados e sagrados decretaram sem mancha e piamente. Pois,da descida da Palavra Encarnada entre nós, todas as igrejas em cada parte do mundo mantivera a maior grandiosa Igreja sozinha para ser a sua base e fundação, vendo que, segundo a promessa de Cristo O nosso Salvador, as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela, que ela tem as chaves da confissão ortodoxa e fé verdadeira Dele, que ela abre a religião verdadeira e exclusiva a tais homens como aproximação com a piedade, e ela cala e tranca toda boca herética que fala contra o Altíssimo.” (Santo. Maximus, Opuscula theologica e polemica, Migne PG 90)

 “Se a Sé Romana reconhece que Pyrrhus é não só um reprovado mas um herético, é certamente claro que todo o mundo que anatematiza aqueles que rejeitaram Pyrrhus também anatematiza a Sé de Roma, isto é, ele anatematiza a Igreja Católica. Tenho apenas acrescentar que ele se excomunica também, se de fato ele estiver na comunhão com a Sé Romana e a Igreja Católica de Deus….  Deixe-o apressar-se antes de que todas as coisas para satisfazer a Sé Romana, já que se for satisfeito, todos aceitação em chamá-lo de pio e ortodoxo. Portanto, fala em vão quem pensa que ele engana pessoas como eu, e não satisfaz e implora ao bem-aventurado Papa da Santa Igreja Católica dos Romanos, isto é, a Sé Apostólica e não satisfaz e implora o Papa abençoado da Igreja Católica mais sagrada dos Romanos, isto é, a Sé Apostólica, que rocede da encarnação do Filho do Próprio Deus, e também de todos os sínodos sagrados, segundo os cânones sagrados e as definições recebeu o domínio universal e surpremo, a autoridade, e o poder de ligar e desligar sobre todas as santas igrejas de Deus em todas as partes de todo o mundo.” (St. Maximus, Letter to Peter in Mansi 10:692)

 

São Teodoro Estudita

“Já que o Grande Pedro, Cristo o nosso Senhor deu o ofício de Chefe Pastor depois de confiar-lhe as chaves do Reino do Céu, a Pedro ou ao seu sucessor deve inevitavelmente toda novidade na Igreja Católica ser notificada. [Por isso], salve nós, oh mais divina Cabeça das Cabeças, o Chefe Pastor da Igreja do Céu.” (Santo. Theodore, Reserve I, Epístola 23)

 “Ouça, ó Cabeça dos Apóstolos, divinamente escolhido Pastor das ovelhas de Cristo, Guardião das Chaves do Reino do Céu, a Rocha da Fé sobre a qual a Igreja Católica é construída. Pois Pedro és tu, quem adorna e governa a Cadeira de Pedro. Deste lado, então, do Oeste, o imitador de Cristo, surge e repele não para sempre. A ti falará Cristo o nosso Senhor: ‘e eu um dia sendo convertido, converta os os seus irmãos.’ Observe a hora e o lugar. Ajude-nos, tu que és estabelecido por Deus para isto.” (Carta dos Santos. Theodore e Quatro Abades ao Papa Pascoal, Reserve 2, Epístola 12, Migne PG 99:1152-3)

E mais:

“Testemunho agora perante Deus e homens, eles desgrudaram-se do Corpo de Cristo, da Suprema Sé(Roma), na qual Cristo colocou as chaves da Fé, contra a qual as portas do inferno (quero dizer, boca de heréticos) não prevalecerão até a Consumação, de acorco com a promessa Dele que não pode mentir.Deixe o abençoado e Apostólico Pascoal (Papa Santo. I) alegrar-se, por isso, já que ele cumpriu o trabalho de Pedro.” (Santo. Theodore, Reserve II, Epístola 63)

 “Na realidade vimos que um sucessor manifesto do príncipe dos Apóstolos preside a Igreja Romana. Realmente acreditamos que Cristo não desertou a Igreja daqui (Constantinopla), já que a sua assistência tem sido nosso único e antigo socorro e desde o início pela providencia de Deus nos tempos críticos. Você é, de fato a fonte tranqüila e pura da ortodoxia do começo, você é o porto calmo da Igreja inteira, longe retirada das ondas da heresia, você é a cidade escolhida por Deus para refúgio.” (Carta dos Santos. Theodore e Quatro Abades a Papa Pascoal)

 “Deixe-o (o Patriarca Nicephorus de Constantinopla) que reúna um sínodo daqueles com que ele esteve em diverfência, se for impossível que os representantes de outro Patriarcas estejam presentes, uma coisa que poderia ser certamente se o Imperador desejar é que o Patriarca Ocidental (o Papa Romano) esteja presente, a quem é dado a autoridade sobre um sínodo ecumênico; mas deixe-o fazer a paz e união enviando as suas cartas sinodicais ao prelado da Primeira Sé.”(Santo. Theodore o Studite, Migne PG 99:1420)

Acho que por aqui Chega de Tanta Citação, QUERO VER SE AINDA VAI ME APRECER ALGUM PROTESTANTE AQUI PROFERINDO ESTAS ASNEIRAS de que os pais da Igreja seguiam as heresias deles, como se os cristãos dos primeiros séculos tivessem alguma coisa haver com o protestantismo.

In Cord Jesu, Semper,

Rafael Rodrigues.

Os primitivos Padres da Igreja acreditavam na “Sola Scriptura”?

Publicado: 22 de agosto de 2011 por Rafasoftwares em Patrística

Por  Joseph A. Gallegos

William Webster, num ensaio entitulado “A ‘Sola Scriptura’ e a Igreja Primitiva” tentou transformar a Igreja Primitiva em defensora da Sola Scriptura. Em minha contribuição “Not by Scripture Alone” (Não Somente pela Escritura”; Santa Bárbara Queenship, 1997), no Capítulo 8 e Apêndice, descrevi três enfoques usados pelos apologistas Protestantes que defendiam a Sola Scriptura no pensamento patrístico. William Webster escolheu o terceiro enfoque que iguala a Sola Scriptura com a suficiência material das Escrituras.

O Sr. Webster escreve:

A Reforma foi responsável pela restauração na Igreja do princípio da Sola Scriptura, princípio que tinha estado sempre presente na Igreja desde o início da era pós-apostólica. Inicialmente os apóstolos ensinavam oralmente mas, com o término da era apostólica, toda revelação especial que Deus queria preservar para os homens foi reunida nas Escrituras escritas. Sola Scriptura é o ensinamento e a crença de que há uma única revelação de Deus que o homem possui atualmente: as Escrituras escritas ou a Bíblia, e que, consequentemente, as Escrituras são materialmente suficientes e, já que inspiradas por Deus, são por sua natureza a última autoridade para a Igreja.”

Dois pontos devem ser observados a respeito.

Primeiramente, o Sr. Webster iguala a Sola Scriptura com a suficiência material das Escrituras. Em segundo lugar, de acordo com o Sr. Webster, os Reformadores foram responsáveis pela restauração desse entendimento limitado da Sola Escritura. A Sola Scriptura consiste de um elemento material e de um formal. Em primeiro lugar, a Sola Scriptura afirma que todas as doutrinas da fé cristã estão contidas no corpo do Antigo e do Novo Testamentos. Por conseguinte, as Escrituras são materialmente suficientes.

Em segundo lugar, as Escrituras não necessitam de outra autoridade coordenadora tais como uma Igreja Mestra ou a Tradição para determinar seu sentido. A Sola Scriptura sustenta a suficiência formal das Escrituras. Os Católicos podem afirmar a suficiência material das Escrituras e, portanto, a posição do Sr. Webster prova que a crença dos Padres da Igreja na suficiência material da Sola Scriptura é inquestionável.

Para o Sr. Webster levantar essa questão da Sola Scriptura deve provar que os Padres da Igreja afirmaram a suficiência formal das Escrituras. Os Padres afirmaram tanto a suficiência material como a insuficiência formal das Escrituras. O Sr. Webster afirma:

E não há indicação nos escritos dos Padres de uma Tradição que é oral por natureza, e para defender isso eles apelam para a Tradição Apostólica. A Tradição Apostólica para Irineu e Tertuliano se constitui simplesmente das Escrituras.”

Observem o prestidigitação do Sr. Webster. Ele iguala o entendimento da Tradição de Santo Irineu e de Tertuliano com as Escrituras. Ambos os Padres entenderam claramente a Tradição como uma autoridade substantiva e coordenadora ao lado das Escrituras. Esses mesmos Padres acreditavam que as doutrinas da Igreja Católica estavam fundamentadas na Tradição tanto quanto nas Escrituras. Contudo, não tiraram a errônea conclusão de que a Tradição é igual às Escrituras já que a Tradição inclui as mesmas doutrinas contidas nas Escrituras. A diferença primordial entre as Escrituras e a Tradição é que se unem no mesmo ensinamento, mas através de meios diferentes. Uma transmite as doutrinas via as Escrituras escritas, enquanto a Tradição transmite as mesmas doutrinas através da vida, da fé e das práticas da Igreja. Se as Escrituras fossem igualadas com a Tradição então os escritos de Santo Irineu e Tertuliano ficariam sem sentido.

Santo Irineu escreve como se antecipasse os primeiros Protestantes:

“Quando, contudo, eles foram refutados pelas Escrituras, voltaram atrás e acusaram essas mesmas Escrituras, como se elas não fossem corretas, nem tivessem autoridade, e afirmaram que elas são ambíguas, e que a verdade não pode ser retirada delas por aqueles que não conhecem a tradição... Aconteceu, portanto, que aqueles homens agora nem concordam com as Escrituras nem com a tradição” (Contra as Heresias III,2,1).

“Suponhamos que se levante uma questão sobre algum importante ponto entre nós, e não possamos recorrer às mais primitivas comunidades com as quais os apóstolos mantiveram constante relacionamento, as quais aprenderam deles o que é certo e claro a respeito dessa questão. O que aconteceria se os próprios apóstolos não nos tivessem deixado escritos? Não seria necessário (nesse caso) seguir o curso da tradição que transmitiram àqueles aos quais entregaram às Igrejas?” (Contra as Heresias III,4,1).

De conformidade com Santo Irineu, a Tradição é substantiva em seu conteúdo, normativa em sua autoridade e continua a viver nas comunidades Apostólicas.

Como Tertuliano escreve:

Erros de doutrina nas comunidades eclesiais devem ter surgido necessariamente sobre vários assuntos. Quando, contudo, se encontrava de forma unânime e igual aquela doutrina que fora passado a muitos, não era resultado de um erro, mas da tradição. Pode alguém, então, ser tão irresponsável que diga que aqueles que receberam a tradição estavam em erro?” (Prescrição contra os Hereges, 28).

De modo igual, as palavras de Tertuliano ficariam sem sentido se aplicássemos o entendimento do Sr. Webster sobre a Tradição. O sr. Webster continua:

“Irineu e Tertuliano tiveram contenda com os Gnósticos que foram os primeiros a sugerir e ensinar que possuíam uma Tradição oral Apostólica que era independente das Escrituras. Aqueles Padres Primitivos rejeitaram tal conceito e apelaram unicamente para as Escrituras para sua proclamação e defesa da doutrina.”

Primeiramente, Santo Irineu e Tertuliano não emitiram opinião sobre o conceito de uma Tradição com autoridade ao lado das Escrituras. Suas críticas aos Gnósticos foi à tradição que era privada e encontrada somente entre os Gnósticos usada em oposição a uma Tradição que era pública, reconhecida, ensinada e preservada pela Igreja Católica. Este foi o ponto que foi lançado ao rosto dos Gnósticos por Santo Irineu e Tertuliano:

“Mas, novamente, quando os pomos diante daquela tradição que se originou dos apóstolos, [e] que é preservada através das sucessões de presbíteros nas Igrejas, eles objetam contra a tradição, dizendo que são mais instruídos…” (Irineu, Contra as Heresias, III,2,2).

“Seu testemunho, portanto, é verdadeiro, e a doutrina dos apóstolos está às claras e firme, de nada fazendo reservas; nem ensinaram eles um acervo de doutrinas privadamente e um outro publicamente.” (Contra as Heresias, III,15,1).

“[Os Apóstolos] logo foram pelo mundo e pregaram a mesma doutrina da mesma fé às nações. Eles, portanto, de modo semelhante, andaram pelas igrejas em cada cidade, e dessas para todas as igrejas, uma após outra, e transmitiram a tradição da fé e as sementes da doutrina, e a cada dia as passavam adiante para constituírem igrejas. Certamente, é por causa disso somente que foram capazes elas próprias de se considerarem apostólicas, tendo sua origem nas igrejas apostólicas. Cada espécie de coisa deve necessariamente voltar às suas origens para sua adequação. Daí, as igrejas, embora sejam tantas e tão grandes, são ligadas a uma única igreja primitiva [fundada] pelos apóstolos, delas todas [fonte]. Dessa maneira todas são primitivas e todas apostólicas, enquanto são todas confirmadas por uma, [indissolúvel] unidade, por sua comunhão pacífica, por característica de irmandade e por laço de hospitalidade, privilégios que nenhuma outra norma determina senão que uma única tradição do mesmo mistério.” (Tertuliano, Prescrição Contra os Hereges, 20).

O entendimento do Sr. Webster de que os Padres apelaram somente para as Escrituras é simplesmente uma fantasia. Como apoio de sua recente idéia de que Santo Irineu e Tertuliano abraçaram a Sola Scriptura, Sr. Webster cita Ellen-Flessman-Van Leer, uma erudita não católica.

Infelizmente para o Sr. Webster, Ellen Flessman-Van Leer escreveu com profundidade e sem equívoco sobre o entendimento de Santo Irineu e Tertuliano a respeito da Tradição Apostólica. O Sr. Webster deixa-nos a impressão de que Van Leer e os Padres abraçaram a Sola Scriptura. Nada poderia estar mais longe da verdade. Ellen Flessman-Van Lerr disse:

“Para Irineu, por outro lado, a tradição e as Escrituras convivem ambas perfeitamente sem problemas. Elas estão independentemente lado a lado, ambas com autoridade total, ambas incondicionalmente verdadeiras, fidedignas e convincentes” (A Tradição e As Escrituras na Igreja Primitiva, p. 139).

Em outro lugar, Van Leer comenta Tertuliano:

“Tertuliano disse explicitamente que os apóstolos transmitiram seus ensinamentos ou oralmente ou mais tarde através de epístolas, e o corpo todo desses ensinamentos ele designava com a palavra “traditio”… Isso é tradição no sentido real da palavra. Ela foi usada na mensagem original dos apóstolos, vindo em seguida à revelação, e na mensagem proclamada pela Igreja, a qual foi recebida através dos apóstolos” (Ibid. pp. 146, 147 e 168).

Van Leer conclui:

“Irineu e Tertuliano apontam para a tradição da Igreja como a fonte de autoridade do ensinamento inalterável dos apóstolos, porque eles não mais podiam apelar para a memória imediata como o faziam os primeiros escritores. Em seu lugar eles permaneciam firmes na afirmação de que esse ensinamento tinha sido transmitido fielmente de geração para geração. Poder-se-ia dizer que, em seu modo de pensar, a sucessão apostólica ocupa, nos Padres Apostólicos, o mesmo lugar que é dada à memória viva” (ibid. p.188).

Claramente o Sr. Webster não entendeu Van Leer, nem Santo Irineu, nem Tertuliano. O Sr. Wesbster continua:

“A Bíblia foi a última autoridade para os Padres da Patrística. Ela era materialmente suficiente e o árbitro final em todas as matérias de verdade doutrinal. Como J.N.D. Kelly destacou: ‘A evidentíssima posição do prestígio gozado pelas Escrituras é o fato de que todo o esforço teológico dos Padres – fossem seus objetivos polêmicos ou construtivos – era despendido no acervo da exposição da Bíblia. Mais tarde, generalizadamente se admitiu que, para que qualquer doutrina fosse aceita, fosse primeiramente baseada nos fundamentos das Escrituras’ (Primitivas Doutrinas Cristãs, San Francisco: Harper & Row, pp. 42 e 46).”

Aqui temos o Sr. Webster apresentando erroneamente a fé de J.N.D. Kelly, o erudito patrístico Anglicano. Interessante é como o Sr. Webster deixou de citar o que se segue na mesma obra:

“Seria desnecessário juntar mais evidências. Durante todo o período as Escrituras e a tradição foram colocadas como autoridades complementares, diferentes na forma instrumental, mas coincidentes no conteúdo. Pesquisar o que era tido como superior ou mais definitivo, é estudar a questão com termos enganosos. Se as Escrituras eram completamente suficientes em princípio, a tradição era reconhecida como a mais segura pista para sua interpretação, porque na tradição a Igreja reteve um legado dos apóstolos que estava embebido em todos os órgãos de sua vida institucional, laço infalível do sentido e significação reais da revelação, da qual as Escrituras e a tradição eram como testemunhas repetitivas” (Primitivas Doutrinas Cristãs, pp. 47-48).

O Sr. Wesbster cita então vários parágrafos de São Cirilo de Jerusalém, São Gregório de Nissa e São Basílio o Grande em apoio a Sola Scriptura. E resume seus achados sobre a primitiva Igreja:

“Esses Padres são simplesmente representativos da totalidade dos Padres. Cipriano, Orígenes, Hipólito, Atanásio, Firmiliano, Agostinho são alguns poucos dos Padres que podem ser citados como proponentes do princípio da Sola Scriptura, em adição a Tertuliano, Irineu, Cirilo e Gregório de Nyssa. A primitiva Igreja operava com base no princípio da Sola Scriptura e foi seu princípio histórico que os Reformadores procuraram restaurar na Igreja.”

Para uma completa refutação da reivindicação acima, cito minha contribuição em “Não Somente pelas Escrituras” (Santa Bárbara Queenship, 1997), capítulo 8: “O que ensinaram os Padres da Igreja sobre as Escrituras e a Tradição” e o Apêndice: “Um dossiê dos Padres da Igreja sobre as Escrituras e a Tradição”.

Há um par de temas recorrentes nos escritos dos Padres da Igreja sobre as regras da fé. Primeiramente os Padres afirmam que a mais perfeita expressão da fé dos Apóstolos se encontra nas Sagradas Escrituras. Os Padres afirmam a suficiência material das Escrituras. De acordo com os Padres, todas as doutrinas da fé Católica devem se encontrar na Bíblia. Em segundo lugar, os Padres afirmam, ao mesmo tempo e com igual convicção, que a fé apostólica foi transmitida à Igreja através da Tradição. De acordo com os Padres, as Escrituras podem somente ser interpretadas dentro da Igreja Católica na luz de sua Sagrada Tradição. Os Padres, principalmente aqueles que combateram as heresias, afirmaram que a falha fatal dos hereges era interpretar as Escrituras de acordo com suas interpretações particulares, diferentemente da mãe Igreja e de sua Tradição. Em resumo, quando os Padres afirmam a suficiência e autoridade das Escrituras, eles o fazem não no vazio, mas dentro das estruturas da autoridade da Igreja e da Tradição. Permitam-me citar passagem dos mesmos Padres que o Sr. Webster usou:

São Cirilo de Jerusalém (~315-386), Doutor e Bispo Católico de Jerusalém, entre os anos 348-360, escreveu:

“Mas aprendendo a Fé e a professando, tenhais em mente e conservai aquilo somente que vos é agora transmitido pela Igreja e que foi estruturado fortemente nas Escrituras” (Leituras Catequéticas, 5,12).

O sr. Webster citou tal trecho, mas eu acrescento aqui que ele preste atenção ao conceito católico de São Cirilo da regra da fé! Em outro lugar, São Cirilo chama a atenção não para as Escrituras quando fala da definição do Cânon:

“Aprendei também diligentemente da Igreja quais são os livros do Antigo Testamento e quais os do Novo” (Leituras Catequéticas, 4,33).

São Gregório de Nissa (~335-394), irmão de São Basílio o Grande, Doutor da Igreja Católica e Bispo de Nissa escreve:

“Pois é suficiente para provar nossa afirmação de que a Tradição veio até nós por nossos pais, transmitida como uma herança, por sucessão dos apóstolos e dos santos que os sucederam. Aqueles, por outro lado, que mudaram suas doutrinas com novidades, necessitariam do suporte de abundantes argumentos, se quisessem mostrar seus pontos de vista, não à luz de homens controversos e instáveis, mas de homens de peso e firmeza. Mas já que suas posições se apresentam sem fundamentos e sem provas, quem é tão louco e tão ignorante para considerar os ensinamentos dos evangelistas e apóstolos, e daqueles que sucessivamente brilharam como luzes nas igrejas de menos força do que tais coisas sem sentido e sem provas?” (Contra Eunômio, 4,6).

São Basílio o Grande (329-379), Doutor da Igreja Católica, Bispo de Cesaréia e irmão de São Gregório de Nissa escreve:

“Sobre os dogmas e querigmas preservados pela Igreja, alguns de nós possuímos ensinamento escrito e outros recebemos da tradição dos Apóstolos, transmitidos pelo mistério. Com respeito à observância, ambos são da mesma força. Ninguém que seja versado mesmo um pouco no proceder eclesiástico, deverá contradizer qualquer um deles, em nada. Na verdade, se tentarmos rejeitar os costumes não escritos como não tendo grande autoridade, estaríamos inconscientemente danificando os Evangelhos em seus pontos vitais; ou, mais ainda, estaríamos reduzindo o querigma a uma única expressão” (O Espírito Santo, 27,36).

Irineu, Cirilo de Jerusalém, Gregório de Nissa e Basílio são os únicos Padres citados pelo sr. Webster para fundamentar a Sola Scriptura. Eu citei passagens desses mesmos Padres para contradizer-lhe devidamente. Seria fácil a qualquer um recortar e copiar trechos dos Padres à sua vontade, contudo para encontrar a verdadeira fé de um Padre devemos verificar seus escritos completos.

É claro que os Padres da primitiva Igreja apelaram para a Tradição lado a lado com as Escrituras. Essa Tradição era normativa, substantiva, aplicável a todos, e preservada pelas Igrejas Apostólicas, particularmente pela Sede de Roma.

Fonte: Site Agnus Dei. Tradução de José Fernandes Vidal

A força do testemunho dos cristãos de Lião

Publicado: 30 de julho de 2011 por Rafasoftwares em Patrística, Testemunhos

Em Lião, no ano 177, uma amotinação popular prendeu cristãos condenados com a concordância do mesmo imperador Marco Aurélio. Eusébio nos conservou uma carta que relata os acontecimentos. Carta das Igrejas de Lião e de Viena às Igrejas da Ásia e da Frígia.

“Os servos de Cristo que habitam em Viena e em Lião, na Gália, aos irmãos da Ásia e da Frígia, que, como nós, têm fé e esperam a redenção: paz, graça e honra em nome de Deus, o Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor.

20 – A todas as perguntas Sanctus respondia em latim: “Sou cristão”; essa afirmação fazia para ele as vezes do nome, da cidade, da raça e de tudo; os pagãos não ouviam dele outra palavra (…). Para terminar, eles lhe aplicaram lâminas de ferro incandescentes nas partes mais delicadas do corpo. Elas o queimavam, mas ele continuava inflexível e inquebrantável, firme na confissão de sua fé e recebendo da fonte celeste como que um orvalho fortalecedor da água viva que saído lado de Cristo. Seu pobre corpo testemunhava o que se tinha passado: todo ele era contusões e chagas; encolhido em si mesmo, ele não linha mais aparência humana. Mas era Cristo que sofria nele e realizava uma obra grande e gloriosa: tornava impotente o adversário e mostrava aos outros, como exemplo, que nada é temível onde está o amor do Pai, que nada é doloroso onde está a glória de Cristo (..).

24 – Alguns dias mais tarde, os carrascos torturaram novamente o mártir; pensavam que o submeteriam, aplicando-lhe as mesmas torturas, já que ele não podia suportar nem o simples contato das mãos. Na pior das hipóteses, ele morreria nos tormentos, e esse exemplo encheria os outros de medo. Mas não foi assim; contra toda a expectativa, o corpo do mártir se refez, se fortaleceu nas novas torturas e recobrou, com sua forma anterior, o uso de seus membros. Em vez de ser um sofrimento, o novo suplício foi para Sanctus uma cura pela graça de Cristo.

28 – Outros tinham sido tão cruelmente torturados que pareciam não poder sobreviver, apesar de todos os cuidados; não obstante, eles resistiram na prisão: privados de todo o socorro humano, mas reconfortados por Deus, recobraram as forças do corpo e da alma, encorajavam e sustentavam seus companheiros. Enfim, os que foram presos por último, cujos corpos ainda não tinham sido levados à tortura, não suportaram o horrível amontoamento da prisão e morreram.

29 – O bem-aventurado Fotino, ao qual tinha sido confiado o ministério do episcopado em Lião, tinha então mais de noventa anos. Ele se achava em extrema fraqueza física, respirando com dificuldade, mas, sob a influência do Espírito e desejando ardentemente o martírio, reencontrava suas forças. Também ele foi arrastado ao tribunal; seu corpo velho e doente o abandonava, mas nele velava a sua alma, para que por ela Cristo fosse glorificado. Conduzido pelos soldados ao tribunal, era seguido pelos magistrados da cidade e por todo o povo, que levantava contra ele toda a sorte de gritos como se ele fosse o Cristo: ele deu um belo testemunho. Interrogado pelo Legado sobre o Deus dos cristãos, respondeu: “Conhecê-lo-ás se fores digno” (…).

41. Blandina, suspensa num poste, estava exposta como alimento para as feras soltas sobre ela. Vendo-a suspensa nessa espécie de cruz e ouvindo-a rezar em voz alta, os combatentes sentiam crescer sua coragem; no meio de seu combate, eles viam, com seus olhos de carne, através de sua irmã, aquele que foi crucificado por eles, a fim de mostrar aos seus fiéis que todos aqueles que sofrem para glorificar o Cristo conservam sempre a união com o Deus vivo (…).

55. A bem-aventurada Blandina, a última de todos – como uma nobre mãe que, depois de ter encorajado seus filhos, os enviou na frente, vitoriosos, até o rei -, sofria, por sua vez, o rigor de todos os combates sustentados por seus filhos. Agora ela se apressava em ir juntar-se a eles, feliz e radiante de alegria por causa dessa partida, como se fosse convidada para um banquete de núpcias, e não entregue às feras. Depois dos golpes, depois das feras, depois da grelha, colocaram-na dentro de uma rede e a expuseram assim a um touro. Atirada muitas vezes ao ar por esse animal, ela nem percebia mais o que lhe acontecia, absorvida como estava na esperança e na expectativa de sua fé e no seu entretenimento com Cristo. Ela também foi degolada, e os próprios pagãos reconheciam que entre eles jamais uma mulher tinha suportado tantos tormentos (…)”.

Autor: Toni Lopes

Fonte: http://www.veritatis.com.br/patristica/patrologia/1115-os-martires-de-liao

Pedro Foi Bispo de Roma! Testemunho Primitivos.

Publicado: 26 de julho de 2011 por Rafasoftwares em Patrística

Já fiz algumas matérias aqui no blog provando o primado Pedro e que ele foi o primeiro bispo de Roma, foram mostradas provas bíblicas, patrísticas, e ainda não postei as arqueológicas por falta de tempo, mas em breve o farei. Nesta presente matéria quero apenas elucidar alguns testemunhos patrísticos, por que estou freqüentemente vendo na internet por parte de alguns protestantes a negação que os Pais da Igreja sustentavam que Pedro foi bispo de Roma.

Em minhas outras matérias isto já foi provado, mas como parece que precisaremos de agora por diante colocar notas de Rodapé nos texto falando “aqui eu quero dizer isto, e ali eu quero dizer aquilo”,  irei fazer algumas matérias com pontos específicos .

Este texto porá fim as duvidas ou acusações de que os Pais da Igreja não sustentavam que Pedro estava e foi bispo em Roma.

Começaremos por Eusébio de Cesaréia. Muitos protestantes,principalmente adventistas, estão se valendo de algumas afirmações de Eusébio tiradas fora do contexto para afirmar que Pedro não foi Bispo de Roma, estão querendo fazer com a patrística e até com os documentos da Igreja a mesma coisa que já fazem com a bíblia, isolar textos do contexto para dizer algo que os autores nunca quiseram dizer.

A afirmação de Eusébio que comumente usam é a seguinte:

“Depois do martírio de Pedro e Paulo, o primeiro a obter o episcopado na Igreja de Roma foi Lino. Paulo, ao escrever de Roma a Timóteo, cita-o na saudação final da carta [cf. 2Tm 4,21].” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,III,2 – 317 d.C).

 Então ai segundo eles Eusébio está falando que o primeiro bispo de Roma foi Lino e não Pedro.

Ora pegar unicamente um texto de Eusébio e afirmar algo, sem ler o resto da História eclesiástica é bem interessante. Agora infelizmente aos protestantes que acreditam que estas palavras de Eusébio provam que Lino foi o primeiro Bispo de Roma terão que acreditar e aceitar os outros testemunho de Eusébio na mesma história eclesiástica que eu já tinha citado no meu outro texto, mas parece que muitos se fazem de cegos, Vamos lá:

 Veja este magnífico testemunho de Eusébio:

 Pedro, de nacionalidade Galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma cidade.” (Eusébio, História Eclesiástica)

 

É bem engraçado que afirmem que Eusébio não afirmava que Pedro estava em Roma e que ele não foi bispo, sendo Eusébio afirma que ele foi Bispo de Roma 25 anos. Como já falei na minha outra matéria estes 25 anos não são exatos, é uma data calculada por Eusébio e que também foi sustentada por São Jerônimo.

 Vamos a mais testemunho de Eusébio:

 “[…]quanto a Lino, cuja presença junto dele [do Apóstolo Paulo] em Roma foi registrada na 2ª carta a Timóteo [cf. 2Tm 4,21], depois de Pedro foi o primeiro a obter ali o episcopado, conforme mencionamos mais acima.” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,IV,8 – 317 d.C).

 “[…]Alexandre recebeu o episcopado em Roma, sendo o quinto na sucessão de Pedro e Paulo” (Eusébio Bispo de Cesaréia – HE,IV,1 – 317 d.C).

 Note que Eusébio diz que Depois de Pedro Alexandre foi o 5º bispo de Roma ou seja o 6º bispo de Roma:

Pedro -> Lino -> Anacleto -> Clemente -> Evaristo -> Alexandre

 Vamos adiante:

“Sob Cláudio [Imperador], Fílon [quande estoriador judeu] em Roma relacionou-se com Pedro, que então pregava aos seus habitantes.” (Eusébio de Cesaréia – HE II,17,1 – 317 d.C)

 Este mesmo Cláudio que Eusébio fala é o Cláudio que é citado por Lucas em Atos 11, 28.  Logo as datas do cridas no século 3 e 4 da estadia de Pedro em Roma e do Reinado de Cláudio, são as mesmas que os historiadores modernos afirmam.

Bem, penso que está mais do que Provado que Eusébio afirmava veementemente que Pedro Foi bispo e esteve em Roma vários anos.

Saindo de Eusébio vamos para mais testemunho anteriores a Eusébio:

O bispo Dionísio de Corinto, em extrato de uma de suas cartas aos romanos (170) trata da seguinte forma o martírio de Pedro e Paulo:

“Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente.” (Fragmento conservado na História Eclesiástica de Eusébio, II,25,8.)

Gaio, presbítero romano, em 199:

Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro.

Gaio dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges: “Posso mostrar-vos os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que fundaram esta Igreja.(Eusébio, História Eclesiástica, 1125, 7.)

 Ireneu (130 – 202), Bispo de Lião (nascido em Izmir atual Turquia) referiu:

Para a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo.

E ainda

Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado.

Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja.” (L. 3, c. 1, n. 1, v. 4).

Veja que os Testemunhos destes Pais que citei até agora batem corretamente, um concordando com o outro em séculos diferentes.

Como Irineu fala que Pedro Fundou a Igreja, logo quando Paulo se refere a Igreja de Roma ele se refere a uma Igreja já fundada e famosa em toda parte:

Romanos 1,7.a todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos: a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!”

Romanos 1, 8. “Primeiramente, dou graças a meu Deus, por meio de Jesus Cristo, por todos vós, porque em todo o mundo é preconizada a vossa fé.

E por fim diz que Satanás será esmagado aos pés desta mesma Igreja:

Romanos 16,20O Deus da paz em breve não tardará a esmagar Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco!”

Ou seja a Primeira dentre as Igreja instituídas pelos apóstolos, há qual o chefe dos apóstolos instituiu.

Continuemos …

Tertuliano (155-222 d.C.) falou da morte e atividade de Pedro em Roma:

A Igreja também dos romanos pública – isto é, demonstra por instrumentos públicos e provas – que Clemente foi ordenado por Pedro.

Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina integral!” – e falando da Igreja Romana, “onde a paixão de Pedro se fez como a paixão do Senhor.

Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz.(Scorp. c. 15)

Epifânio (315-403 d.C.), Bispo de Constância :

A sucessão de Bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, Cleto, Clemente etc…(ii. 27 – Sales, St. Francis de, The Catholic Controverse, Tan Books and Publishers Inc., USA, 1989, pp. 280-282.)

Doroteu de Tiro:

Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro. (In: Syn.)

Optato de Milevo:

Você não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro investida por Pedro, na qual Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou.” (De Sch. Don. )

Cipriano (martirizado em 258), Bispo de Cartago (norte da África):

A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal.(Epístola 55,14.)

Santo Agostinho (354 – 430):

A Pedro sucedeu Lino.(Ep. 53, ad. Gen.)

 

Depois de Todos Estes testemunhos patrísticos comprovando a estadia de Pedro e episcopado em Roma quero ver só se ainda vai me aparecer aqui alguém dizendo que a patrística não sustenta que Pedro  foi bispo de Roma.

Infelizmente para os protestantes que antes aceitavam os testemunhos de Eusébio tirados fora do contexto como prova de refutação da Verdade, ou agora acreditam nestes testemunhos que eu citei ou cairão em forte contradição.

In Cord Iesu, Semper,

Rafael Rodrigues.

O motivo mais importante é que Jesus ressuscitou no Domingo, inaugurando a “nova Criação” libertada do pecado. Assim o Domingo (= dominus, dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é um figura do Domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica:

§2175 – “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.

 

Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…” Em Mt 28, 1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…” Em Ap 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1Cor 16,2).

 

A Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o dia em que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabás 15:6-8).

Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo, dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte” (Carta aos Magnésios. 9,1).

 

“Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”. (Cat. §1166)

São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).

 

São Jerônimo (†420), disse: “O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52)

Desta forma a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição da Apostólica nos mostram porque desde a Ressurreição do Senhor a Igreja guarda o Domingo como o Dia do Senhor.

Fonte: Eterna Misericordia

Didaqué – Primeiro Catecismo Apostólico

Publicado: 16 de junho de 2010 por Rafasoftwares em Patrística

Primeiro documento utilizado na catequese do século I. Teve várias redações, que definem as etapas da catequese para os missionários no meio judeu-cristão. Possui uma parte doutrinária e outra litúrgica.


Capítulo I – Amor a Deus e ao próximo

Os dois caminhos: o da vida exige o amor a Deus e ao próximo


Introdução (Didaqué) do Senhor aos gentios.


1 – Há dois caminhos: um da vida e outro da morte [Cf Jer 21,8; Dt 5,32s; 11,26-28;

30,15-20; Eclo 15,15-17]. A diferença entre ambos é grande.

2 – O caminho da vida é, pois, o seguinte: primeiro amarás a Deus que te fez; depois a teu próximo como a ti mesmo [Cf Dt 6,5; 10,12s; Eclo 7,30; Lev 19,18; Mt 22,37]. E tudo o que não queres que seja feito a ti, não o faças a outro [Cf Mt 7,12; Lc 6,31].

3- Eis a doutrina relativa a estes mandamentos: Bendizei aqueles que vos amaldiçoam, orai por vossos inimigos, jejuai por aqueles que vos perseguem. Com efeito, que graça vós tereis, se ama is os que vos amam? Não fazem os gentios o mesmo? Vós, porém, amai os que vos odeiam e não tenhais inimizade [Cf Mt 5,44s; Lc 6,27s; 6,32s].

4 – Abstém-te dos prazeres carnais [Cf 1 Pd 2,11]. Se alguém te bate na face direita, dá lhe também a outra e tu serás perfeito. Se alguém te obrigar a mil (passos), anda dois mil com ele. Se alguém tomar teu manto, dá-lhe também tua túnica. Se alguém toma teus bens, não reclames, pois de todo o jeito não podes [Cf Mt 5,39ss; Lc 6,29].

5 – Dá a todo aquele que te pedir, sem exigir devolução. Pois a vontade do Pai é que se dê dos seus próprios dons. Bem-aventurado é aquele que dá conforme a lei, pois é irrepreensível. Ai daquele que toma (recebe)! Se, porém, alguém tiver necessidade de tomar (receber), é isento de culpa. Mas se não estiver em necessidade, terá que se responsabilizar pelo motivo e pelo fim por que recebeu. Colocado na prisão, ele não sairá de lá, até ter pago o último quadrante (vintém) [Mt 5,25s; Lc 12,58s].

6 – Mas é verdade que a este propósito também foi dito: Que tua esmola sue em tuas

mãos, até que souberes a quem dar [Cf Ecli 12,1].

Capítulo II- Deveres para com a vida (aborto)

Dos deveres para com a vida e a propriedade do próximo


1 – O segundo mandamento da Instrução (Didaqué) é:

2 – Não matarás, não cometerás adultério; não te entregarás à pederastia, não fornicarás, não furtarás, não exercerás magia, nem bruxaria (charlatanice). Não matarás criança por aborto, nem criança já nascida; não cobiçarás os bens do próximo.

3 – Não serás perjuro [Cf Mt 5,33; Ex 20,7], nem darás falso testemunho; não falarás

mal do outro, nem lhe guardarás rancor.

4 – Não usarás de ambigüidade nem no pensamento nem na palavra, pois a duplicidade é

uma trama fatal [Cf Prov 21,6].

5 – Tua palavra não seja falsa, nem vã; mas, ao contrário, seja cheia de sinceridade e

seriedade (comprovada pela ação).

6 – Não serás cobiçoso nem rapace, nem hipócrita, nem malicioso, nem soberbo. Não nutrirás má intenção contra teu próximo [Cf Ex 20,13-17; Dt 5,17-21].

7 – Não odiarás ninguém, mas repreenderás uns e rezarás por outros, e ainda amarás aos outros mais que a ti mesmo (que tua alma).


Capítulo III – Contra a paixão e idolatria

Advertências contra a paixão e a idolatria


1 – Meu filho, evita tudo o que é mau e semelhante ao mal.

2 – Não sejas odiento, pois o ódio conduz à morte; nem ciumento, nem brigalhão ou provocador, pois de tudo isso nascem os homicidas.

3 – Meu filho, não sejas cobiçoso de mulheres, pois a cobiça conduz à fornicação. Evita a obscenidade e os maus olhares, pois de tudo isto nascem os adúlteros.

4 – Meu filho, não sejas dado à adivinhação, pois ela conduz à idolatria. Abstém-te também da encantação (feitiçaria) e da astrologia e das purificações, nem procures ver ou ouvir (entender) estas coisas, pois tudo isto origina a idolatria.

5 – Meu filho, não sejas mentiroso, pois a mentira conduz ao roubo; não sejas avarento ou cobiçoso de fama, pois tudo isto origina o roubo.

6 – Meu filho, não sejas furioso, pois isto conduz à blasfêmia; não sejas insolente nem malvado, pois tudo isto origina as blasfêmias.

7 – Sê, antes, manso, pois os mansos possuirão a terra [Cf Mt 5,5; Sl 31,11].

8 – Sê longânime, misericordioso, sem falsidade, tranqüilo e bom e guarda com toda a reverência a instrução ouvida.

9 – Não te eleves a ti mesmo e não entregues teu coração à insolência; não vivas com os ‘grandes’, mas com os justos e humildes.

10 – Tu aceitarás os acontecimentos da vida como sendo bons, sabendo que a Deus nada daquilo que acontece é estranho.


Capítulo IV – Deveres dos senhores e empregados

É melhor dar que receber. Deveres do senhor e dos escravos


1 – Meu filho, lembra-te dia e noite daquele que te anuncia a palavra de Deus e o honrarás como ao Senhor, pois onde se proclama sua soberania aí está o Senhor presente [Cf Hb 13,7].

2 – Todos os dias procurarás a companhia dos santos, para encontrar apoio em suas

palavras.

3 – Não causarás cismas, mas reconciliarás os que lutam entre si. Julgarás de maneira justa, sem considerar a pessoa na correção das faltas [Cf Dt 1,16s; Prov 31,9].

4 – Não demorarás em procurar o que te há de acontecer ou não.

5 – Não terás as mãos sempre estendidas para receber, retirando-as quando se trata de dar.

6 – Se possuíres algo, graças ao trabalho de tuas mãos, dá-o em reparação por teus pecados.

7 – Não hesitarás em dar e, dando, não murmurarás, pois algum dia reconhecerás quem é o verdadeiro dispensador da recompensa.

8 – Não repelirás o indigente, mas antes repartirás tudo com teu irmão, não considerando nada como teu, pois, se divides os bens da imortalidade, quanto mais o deves fazer com os corruptíveis [Cf At 4,32; Heb 13,16].

9 – Não retirarás a mão de teu filho ou de tua filha, mas desde sua juventude os

instruirás no temor a Deus.

10 – Não darás ordens com rancor ao teu povo ou à tua serva, que esperam no mesmo Deus que tu, para que não percam o temor de Deus que está acima de todos. Com efeito, Ele não virá chamar segundo a aparência da pessoa, mas segundo a preparação do espírito.

11 – Vós, servos, sede submissos aos vossos senhores como se eles fossem uma imagem de Deus, com respeito e reverência [Cf Ef 6,1-9; Col 3,20-25].

12 – Detestarás toda a hipocrisia e tudo o que é desagradável ao Senhor.

13 – Não violarás os mandamentos do Senhor e guardarás o que recebeste, sem acrescentar nem tirar algo.

14 – Na assembléia, confessarás tuas faltas e não entrarás em oração de má consciência.

15- Este é o caminho da vida.


Capítulo V – Do caminho da morte

Do caminho da morte


1- O caminho da morte é o seguinte: em primeiro lugar, é mau e cheio de maldições: mortes, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatrias, práticas mágicas, bruxarias, rapinagens, falsos testemunhos, hipocrisias, ambigüidades (falsidades), fraude, orgulho, maldade, arrogância, cobiça, má conversa, ciúme, insolência, extravagância, jactância, vaidade e ausência do temor de Deus;

2 – Perseguidores dos bons, inimigos da verdade, amantes da mentira, ignorantes da recompensa da justiça, não-desejosos do bem nem do justo juízo, vigilantes, não pelo bem, mas pelo mal, estranhos à doçura e à paciência, amantes da vaidade, cobiçosos de retribuição, sem compaixão com os pobres, sem cuidado para com os necessitados, ignorantes de seu Criador, assassinos de crianças, destruidores da obra de Deus, desprezadores dos indigentes, opressores dos aflitos, defensores dos ricos, juizes iníquos dos pobres, pecadores sem fé nem lei. – Filho, fica longe de tudo isso.


Capítulo VI – Aceita o jugo do Senhor

Perfeito é quem aceita o jugo do Senhor


1 – Vigia para que ninguém te afaste deste caminho da instrução, ensinando-te o que é estranho a Deus [Cf Mt 24,4].

2 – Pois, se puderes portar todo o jugo do Senhor, serás perfeito; se não puderes, faze o que puderes.

3 – Quanto aos alimentos, toma sobre ti o que puderes suportar, mas abstém-te completamente das carnes oferecidas aos ídolos, pois este é um culto aos deuses mortos.


Capítulo VII – Instrução sobre o Batismo

Instrução sobre o batismo


1 – No que diz respeito ao batismo, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente [Cf Mt 28,19].

2 – Se não tens água corrente, batiza em outra água; se não puderes em água fria, faze o em água quente.

3 – Na falta de uma e outra, derrama três vezes água sobre a cabeça em nome do Pai e

do Filho e do Espírito Santo.

4 – Mas, antes do batismo, o que batiza e o que é batizado, e se outros puderem, observem um jejum; ao que é batizado, deverás impor um jejum de um ou dois dias.


Capítulo VIII – Sobre o jejum e oração

Sobre o jejum e a oração


1 – Vossos jejuns não tenham lugar (não sejam ao mesmo tempo) com os hipócritas; com efeito, eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana; vós, porém, jejuai na quarta-feira e na sexta (dia de preparação).

2 – Também não rezeis como os hipócritas, mas como o Senhor mandou no seu Evangelho: Nosso Pai no céu, que teu nome seja santificado, que teu reino venha, que tua vontade seja feita na terra, assim como no céu; dá-nos hoje o pão necessário (cotidiano), perdoa a nossa ofensa assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal [Cf Mt 6,9-13; Lc 11,2-4], pois teu é o poder e a glória pelos séculos.

3 – Assim rezai três vezes por dia.


Capítulo IX – Sobre a celebração da Eucaristia

Instrução sobre a celebração eucarística


1 – No que concerne à Eucaristia, celebrai-a da seguinte maneira:

2 – Primeiro sobre o cálice, dizendo: Nós te bendizemos (agradecemos), nosso Pai, pela santa vinha de Davi, teu servo, que tu nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos! Amém.

3 – Sobre o pão a ser quebrado: Nós te bendizemos (agradecemos), nosso Pai, pela vida e pelo conhecimento que nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos! Amém.

4 – Da mesma maneira como este pão quebrado primeiro fora semeado sobre as colinas e depois recolhido para tornar-se um, assim das extremidades da terra seja unida a ti tua igreja (assembléia) em teu reino; pois tua é a glória e o poder pelos séculos! Amém.

5 – Ninguém coma nem beba de vossa Eucaristia, se não estiver batizado em nome do Senhor. Pois a respeito dela disse o Senhor: Não deis as coisas santas aos cães!


Capítulo X – Ação de graças após a ceia

Ação de graças depois da ceia


1 – Mas depois de saciados, bendizei (agradecei) da seguinte maneira:

2 – Nós te bendizemos (agradecemos), Pai Santo, por teu santo nome, que tu fizeste habitar em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que tu nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos. Amém.

3 – Tu, Senhor, Todo-poderoso, criaste todas as coisas para a glória de teu nome e, para o gozo deste alimento e a bebida aos filhos dos homens, a fim de que eles te bendigam; mas a nós deste uma comida e uma bebida espirituais para a vida eterna por Jesus, teu servo.

4 – Por tudo te agradecemos, pois és poderoso; a ti, a glória pelos séculos. Amém.

5 – Lembra-te, Senhor, de tua Igreja, para livrá-la de todo o mal e aperfeiçoá-la no teu amor; reúne esta igreja santificada dos quatro ventos no teu reino que lhe preparaste, pois teu é o poder e a glória pelos séculos. Amém.

6 – Venha tua graça e passe este mundo! Amém. Hosana à casa de Davi [Cf Mt 21,15]. Venha aquele que é santo! Aquele que não é (santo) faça penitência: Maranatá! [Cf 1Cor 16,22; Apoc 22,20] Amém.

7 – Deixai os profetas bendizer (celebrar a Eucaristia) à vontade.


Capítulo XI – Os Apóstolos e Profetas

Da hospitalidade para com os apóstolos e profetas


1 – Se, portanto, alguém chegar a vós com instruções conformes com tudo aquilo que acima é dito, recebei-o.

2 – Mas, se aquele que ensina é perverso e expõe outras doutrinas para demolir, não lhe deis atenção; se, porém, ensina para aumentar a justiça e o conhecimento do Senhor, recebei-o como o Senhor.

3 – A respeito dos apóstolos e profetas, fazei conforme as normas (texto grego: dogma) do Evangelho.

4 – Todo o apóstolo que vem a vós seja recebido como o Senhor.

5 – Mas ele não deverá ficar mais que um dia, ou, se necessário, mais outro. Se ele, porém, permanecer três dias é um falso profeta.

6 – Na sua partida, o apóstolo não leve nada, a não ser o pão necessário até a seguinte estação; se, porém, pedir dinheiro é falso profeta.

7 – E não coloqueis à prova nem julgueis um profeta em tudo que fala sob inspiração, pois todo pecado será perdoado, mas este pecado não será perdoado [Cf Mt 12,31].

8 – Nem todo aquele que fala no espírito é profeta, a não ser aquele que vive como o Senhor. Na conduta de vida conhecereis, pois, o falso profeta e o (verdadeiro) profeta.

9 – E todo profeta que manda, sob inspiração, preparar a mesa não deve comer dela; ao contrário, é um falso profeta.

10 – Todo profeta que ensina a verdade sem praticá-la é falso profeta.

11 – Mas todo profeta provado (e reconhecido) como verdadeiro, representando o mistério cósmico da Igreja, não ensinando, porém, a fazer como ele faz, não seja julgado por vós, pois ele será julgado por Deus. Assim também fizeram os antigos profetas.

12 – O que disser, sob inspiração: dá-me dinheiro ou qualquer outra coisa, não o escuteis; se, porém, pedir para outros necessitados, então ninguém o julgue.


Capítulo XII – Hospitalidade com o próximo

Da hospitalidade para com os outros


1 – Todo aquele que vem a vós, em nome do Senhor, seja acolhido. Depois de o haverdes sondado, sabereis discernir a esquerda da direita (pois tendes juízo).

2 – Se o hóspede for transeunte, ajudai-o quanto possível. Não permaneça convosco senão dois ou, se for necessário, três dias.

3 – Se quiser estabelecer-se convosco, tendo uma profissão, então trabalhe para o seu

sustento.

4 – Mas, se ele não tiver profissão, procedei conforme vosso juízo, de modo a não deixar nenhum cristão ocioso entre vós.

5 – Se não quiser conformar-se com isto, é um que quer fazer negócios com o cristianismo. Acautelai-vos contra tal gente.


Capítulo XIII – Deveres para com os profetas

Deveres para com os verdadeiros profetas


1 – Todo verdadeiro profeta que quer estabelecer-se entre vós é digno de seu alimento.

2 – Do mesmo modo, também o verdadeiro mestre, como o operário, é digno de seu alimento.

3 – Por isso, tomarás as primícias de todos os produtos da vindima e da eira, dos bois e das ovelhas e darás aos profetas, pois estes são os vossos grandes sacerdotes.

4 – Se vós, porém, não tiverdes profeta, dai-o aos pobres.

5 – Se tu fizeres pão, toma as primícias e dá-as conforme manda a lei.

6 – Do mesmo modo, abrindo uma bilha de vinho ou de óleo, toma as primícias e dá-as aos profetas.

7 – E toma as primícias do dinheiro, das vestes e de todas as posses e, segundo o teu juízo, dá-as conforme a lei.


Capítulo XIV – Santificação do domingo

Santificação do domingo pela eucaristia


1 – Reuni-vos no dia do Senhor para a fração do pão e agradecei (celebrai a eucaristia), depois de haverdes confessado vossos pecados, para que vosso sacrifício seja puro.

2 – Mas todo aquele que vive em discórdia com o outro, não se junte a vós antes de se ter reconciliado, a fim de que vosso sacrifício não seja profanado [Cf Mt 5,23-25].

3 – Com efeito, deste sacrifício disse o Senhor: Em todo o lugar e em todo o tempo se me oferece um sacrifício puro, porque sou um grande rei – diz o Senhor – e o meu nome é admirável entre todos os povos [Cf Mal 1,11-14].


Capítulo XV – Eleição de bispos e diáconos

Eleição dos bispos e diáconos


1 – Escolhei-vos, pois, bispos e diáconos dignos do Senhor, homens dóceis, desprendidos

(altruístas), verazes e firmes, pois eles também exercerão entre vós a liturgia dos

profetas e doutores (mestres).

2 – Não os desprezeis, porque eles são da mesma dignidade entre vós como os profetas e doutores.

3 – Repreendei-vos mutuamente uns aos outros, não com ódio, mas na paz, como tendes no Evangelho. E ninguém fale com (todo) aquele que ofendeu o outro (próximo), nem o escute até que ele se tenha arrependido.

4 – Fazei vossas preces, esmolas e todas as vossas ações como vós tendes no Evangelho de Nosso Senhor.


Capítulo XVI – Parusia do Senhor

Da parusia do Senhor


1 – Vigiai sobre vossa vida. Não deixeis apagar vossas lâmpadas nem solteis o cinto de vossos rins, mas estai preparados, pois não sabeis a hora na qual Nosso Senhor vem [Cf Mt 24,41-44; 25,13; Lc 13,35].

2 – Reuni-vos freqüentemente para procurar a salvação de vossas almas, pois todo o tempo de vossa fé não vos servirá de nada se no último momento não vos tiverdes tornado perfeitos.

3 – Com efeito, nos últimos dias se multiplicarão os falsos profetas e os corruptores; as ovelhas se transformarão em lobos e o amor em ódio [Cf Mt 24,10-13; 7,15].

4 – Com o aumento da iniqüidade, os homens se odiarão, se perseguirão e se trairão mutuamente e então aparecerá o sedutor do mundo como se fosse o filho de Deus. Ele fará milagres e prodígios e a terra será entregue em suas mãos e ele cometerá tais crimes como jamais se viu desde o começo do mundo [Cf Mt 24,24; 2Tes 2,4-9].

5 – Então toda a criatura humana passará pela prova de fogo e muitos se escandalizarão e perecerão. Mas aqueles que permanecerem firmes na sua fé serão salvos por aquele que os outros amaldiçoam (pelo amaldiçoado) [Cf Mt 24,10-13].

6 – Aparecerão os sinais da verdade: primeiro o sinal da abertura no céu, depois o sinal do som da trombeta e, em terceiro lugar, a ressurreição dos mortos [Cf Mt 24,31; 1Cor 15-52; 1Tes 4,16].

7 – mas não de todos, segundo a palavra da escritura: O Senhor virá e todos os santos com Ele.

8 – Então verá o mundo a vinda do Senhor sobre as nuvens do céu [Cf Mt 24,30; 26,64].7


Fonte : Pastoralis

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DIDAQUÉ
“Doctrina Apostolorum” – “Doutrina dos doze Apóstolos”
Primeiro documento utilizado na catequese do século I. Teve várias redações, que
definem as etapas da catequese para os missionários no meio judeu-cristão. Possui uma
parte doutrinária e outra litúrgica.
Capítulo I – Amor a Deus e ao próximo
Os dois caminhos: o da vida exige o amor a Deus e ao próximo
Introdução (Didaqué) do Senhor aos gentios.
1 – Há dois caminhos: um da vida e outro da morte [Cf Jer 21,8; Dt 5,32s; 11,26-28;
30,15-20; Ecli 15,15-17]. A diferença entre ambos é grande.
2 – O caminho da vida é, pois, o seguinte: primeiro amarás a Deus que te fez; depois a
teu próximo como a ti mesmo [Cf Dt 6,5; 10,12s; Ecli 7,30; Lev 19,18; Mt 22,37]. E
tudo o que não queres que seja feito a ti, não o faças a outro [Cf Mt 7,12; Lc 6,31].
3 – Eis a doutrina relativa a estes mandamentos: Bendizei aqueles que vos amaldiçoam,
orai por vossos inimigos, jejuai por aqueles que vos perseguem. Com efeito, que graça
vós tereis, se ama is os que vos amam? Não fazem os gentios o mesmo? Vós, porém,
amai os que vos odeiam e não tenhais inimizade [Cf Mt 5,44s; Lc 6,27s; 6,32s].
4 – Abstém-te dos prazeres carnais [Cf 1Ped 2,11]. Se alguém te bate na face direita, dálhe
também a outra e tu serás perfeito. Se alguém te obrigar a mil (passos), anda dois
mil com ele. Se alguém tomar teu manto, dá-lhe também tua túnica. Se alguém toma
teus bens, não reclames, pois de todo o jeito não podes [Cf Mt 5,39ss; Lc 6,29].
5 – Dá a todo aquele que te pedir, sem exigir devolução. Pois a vontade do Pai é que se
dê dos seus próprios dons. Bem-aventurado é aquele que dá conforme a lei, pois é
irrepreensível. Ai daquele que toma (recebe)! Se, porém, alguém tiver necessidade de
tomar (receber), é isento de culpa. Mas se não estiver em necessidade, terá que se
responsabilizar pelo motivo e pelo fim por que recebeu. Colocado na prisão, ele não sairá
de lá, até ter pago o último quadrante (vintém) [Mt 5,25s; Lc 12,58s].
6 – Mas é verdade que a este propósito também foi dito: Que tua esmola sue em tuas
mãos, até que souberes a quem dar [Cf Ecli 12,1].
Capítulo II- Deveres para com a vida (aborto)
Dos deveres para com a vida e a propriedade do próximo
1 – O segundo mandamento da Instrução (Didaqué) é:
2 – Não matarás, não cometerás adultério; não te entregarás à pederastia, não
fornicarás, não furtarás, não exercerás magia, nem bruxaria (charlatanice). Não matarás
criança por aborto, nem criança já nascida; não cobiçarás os bens do próximo.
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3 – Não serás perjuro [Cf Mt 5,33; Ex 20,7], nem darás falso testemunho; não falarás
mal do outro, nem lhe guardarás rancor.
4 – Não usarás de ambigüidade nem no pensamento nem na palavra, pois a duplicidade é
uma trama fatal [Cf Prov 21,6].
5 – Tua palavra não seja falsa, nem vã; mas, ao contrário, seja cheia de sinceridade e
seriedade (comprovada pela ação).
6 – Não serás cobiçoso nem rapace, nem hipócrita, nem malicioso, nem soberbo. Não
nutrirás má intenção contra teu próximo [Cf Ex 20,13-17; Dt 5,17-21].
7 – Não odiarás ninguém, mas repreenderás uns e rezarás por outros, e ainda amarás
aos outros mais que a ti mesmo (que tua alma).
Capítulo III – Contra a paixão e idolatria
Advertências contra a paixão e a idolatria
1 – Meu filho, evita tudo o que é mau e semelhante ao mal.
2 – Não sejas odiento, pois o ódio conduz à morte; nem ciumento, nem brigalhão ou
provocador, pois de tudo isso nascem os homicidas.
3 – Meu filho, não sejas cobiçoso de mulheres, pois a cobiça conduz à fornicação. Evita a
obscenidade e os maus olhares, pois de tudo isto nascem os adúlteros.
4 – Meu filho, não sejas dado à adivinhação, pois ela conduz à idolatria. Abstém-te
também da encantação (feitiçaria) e da astrologia e das purificações, nem procures ver
ou ouvir (entender) estas coisas, pois tudo isto origina a idolatria.
5 – Meu filho, não sejas mentiroso, pois a mentira conduz ao roubo; não sejas avarento
ou cobiçoso de fama, pois tudo isto origina o roubo.
6 – Meu filho, não sejas furioso, pois isto conduz à blasfêmia; não sejas insolente nem
malvado, pois tudo isto origina as blasfêmias.
7 – Sê, antes, manso, pois os mansos possuirão a terra [Cf Mt 5,5; Sl 31,11].
8 – Sê longânime, misericordioso, sem falsidade, tranqüilo e bom e guarda com toda a
reverência a instrução ouvida.
9 – Não te eleves a ti mesmo e não entregues teu coração à insolência; não vivas com os
‘grandes’, mas com os justos e humildes.
10 – Tu aceitarás os acontecimentos da vida como sendo bons, sabendo que a Deus nada
daquilo que acontece é estranho.
Capítulo IV – Deveres dos senhores e empregados
É melhor dar que receber. Deveres do senhor e dos escravos
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1 – Meu filho, lembra-te dia e noite daquele que te anuncia a palavra de Deus e o
honrarás como ao Senhor, pois onde se proclama sua soberania aí está o Senhor
presente [Cf Hb 13,7].
2 – Todos os dias procurarás a companhia dos santos, para encontrar apoio em suas
palavras.
3 – Não causarás cismas, mas reconciliarás os que lutam entre si. Julgarás de maneira
justa, sem considerar a pessoa na correção das faltas [Cf Dt 1,16s; Prov 31,9].
4 – Não demorarás em procurar o que te há de acontecer ou não.
5 – Não terás as mãos sempre estendidas para receber, retirando-as quando se trata de
dar.
6 – Se possuíres algo, graças ao trabalho de tuas mãos, dá-o em reparação por teus
pecados.
7 – Não hesitarás em dar e, dando, não murmurarás, pois algum dia reconhecerás quem
é o verdadeiro dispensador da recompensa.
8 – Não repelirás o indigente, mas antes repartirás tudo com teu irmão, não
considerando nada como teu, pois, se divides os bens da imortalidade, quanto mais o
deves fazer com os corruptíveis [Cf At 4,32; Heb 13,16].
9 – Não retirarás a mão de teu filho ou de tua filha, mas desde sua juventude os
instruirás no temor a Deus.
10 – Não darás ordens com rancor ao teu povo ou à tua serva, que esperam no mesmo
Deus que tu, para que não percam o temor de Deus que está acima de todos. Com
efeito, Ele não virá chamar segundo a aparência da pessoa, mas segundo a preparação
do espírito.
11 – Vós, servos, sede submissos aos vossos senhores como se eles fossem uma imagem
de Deus, com respeito e reverência [Cf Ef 6,1-9; Col 3,20-25].
12 – Detestarás toda a hipocrisia e tudo o que é desagradável ao Senhor.
13 – Não violarás os mandamentos do Senhor e guardarás o que recebeste, sem
acrescentar nem tirar algo.
14 – Na assembléia, confessarás tuas faltas e não entrarás em oração de má consciência.
– Este é o caminho da vida.
Capítulo V – Do caminho da morte
Do caminho da morte
1- O caminho da morte é o seguinte: em primeiro lugar, é mau e cheio de maldições:
mortes, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatrias, práticas mágicas, bruxarias,
rapinagens, falsos testemunhos, hipocrisias, ambigüidades (falsidades), fraude, orgulho,
maldade, arrogância, cobiça, má conversa, ciúme, insolência, extravagância, jactância,
vaidade e ausência do temor de Deus;
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2 – Perseguidores dos bons, inimigos da verdade, amantes da mentira, ignorantes da
recompensa da justiça, não-desejosos do bem nem do justo juízo, vigilantes, não pelo
bem, mas pelo mal, estranhos à doçura e à paciência, amantes da vaidade, cobiçosos de
retribuição, sem compaixão com os pobres, sem cuidado para com os necessitados,
ignorantes de seu Criador, assassinos de crianças, destruidores da obra de Deus,
desprezadores dos indigentes, opressores dos aflitos, defensores dos ricos, juizes iníquos
dos pobres, pecadores sem fé nem lei. – Filho, fica longe de tudo isso.
Capítulo VI – Aceita o jugo do Senhor
Perfeito é quem aceita o jugo do Senhor
1 – Vigia para que ninguém te afaste deste caminho da instrução, ensinando-te o que é
estranho a Deus [Cf Mt 24,4].
2 – Pois, se puderes portar todo o jugo do Senhor, serás perfeito; se não puderes, faze o
que puderes.
3 – Quanto aos alimentos, toma sobre ti o que puderes suportar, mas abstém-te
completamente das carnes oferecidas aos ídolos, pois este é um culto aos deuses
mortos.
Capítulo VII – Instrução sobre o Batismo
Instrução sobre o batismo
1 – No que diz respeito ao batismo, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo
em água corrente [Cf Mt 28,19]
2 – Se não tens água corrente, batiza em outra água; se não puderes em água fria, fazeo
em água quente.
3 – Na falta de uma e outra, derrama três vezes água sobre a cabeça em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo.
4 – Mas, antes do batismo, o que batiza e o que é batizado, e se outros puderem,
observem um jejum; ao que é batizado, deverás impor um jejum de um ou dois dias.
Capítulo VIII – Sobre o jejum e oração
Sobre o jejum e a oração
1 – Vossos jejuns não tenham lugar (não sejam ao mesmo tempo) com os hipócritas;
com efeito, eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana; vós, porém, jejuai na
quarta-feira e na sexta (dia de preparação).
2 – Também não rezeis como os hipócritas, mas como o Senhor mandou no seu
Evangelho: Nosso Pai no céu, que teu nome seja santificado, que teu reino venha, que
tua vontade seja feita na terra, assim como no céu; dá-nos hoje o pão necessário
(cotidiano), perdoa a nossa ofensa assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido
e não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal [Cf Mt 6,9-13; Lc 11,2-4], pois
teu é o poder e a glória pelos séculos.
3 – Assim rezai três vezes por dia.
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Capítulo IX – Sobre a celebração da Eucaristia
Instrução sobre a celebração eucarística
1 – No que concerne à Eucaristia, celebrai-a da seguinte maneira:
2 – Primeiro sobre o cálice, dizendo: Nós te bendizemos (agradecemos), nosso Pai, pela
santa vinha de Davi, teu servo, que tu nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória
pelos séculos! Amém.
3 – Sobre o pão a ser quebrado: Nós te bendizemos (agradecemos), nosso Pai, pela vida
e pelo conhecimento que nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos!
Amém.
4 – Da mesma maneira como este pão quebrado primeiro fora semeado sobre as colinas
e depois recolhido para tornar-se um, assim das extremidades da terra seja unida a ti
tua igreja (assembléia) em teu reino; pois tua é a glória e o poder pelos séculos! Amém.
5 – Ninguém coma nem beba de vossa Eucaristia, se não estiver batizado em nome do
Senhor. Pois a respeito dela disse o Senhor: Não deis as coisas santas aos cães!
Capítulo X – Ação de graças após a ceia
Ação de graças depois da ceia
1 – Mas depois de saciados, bendizei (agradecei) da seguinte maneira:
2 – Nós te bendizemos (agradecemos), Pai Santo, por teu santo nome, que tu fizeste
habitar em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que tu nos
revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos. Amém.
3 – Tu, Senhor, Todo-poderoso, criaste todas as coisas para a glória de teu nome e, para
o gozo deste alimento e a bebida aos filhos dos homens, a fim de que eles te bendigam;
mas a nós deste uma comida e uma bebida espirituais para a vida eterna por Jesus, teu
servo.
4 – Por tudo te agradecemos, pois és poderoso; a ti, a glória pelos séculos. Amém.
5 – Lembra-te, Senhor, de tua Igreja, para livrá-la de todo o mal e aperfeiçoá-la no teu
amor; reúne esta igreja santificada dos quatro ventos no teu reino que lhe preparaste,
pois teu é o poder e a glória pelos séculos. Amém.
6 – Venha tua graça e passe este mundo! Amém. Hosana à casa de Davi [Cf Mt 21,15].
Venha aquele que é santo! Aquele que não é (santo) faça penitência: Maranatá! [Cf 1Cor
16,22; Apoc 22,20] Amém.
7 – Deixai os profetas bendizer (celebrar a Eucaristia) à vontade.
Capítulo XI – Os Apóstolos e Profetas
Da hospitalidade para com os apóstolos e profetas
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1 – Se, portanto, alguém chegar a vós com instruções conformes com tudo aquilo que
acima é dito, recebei-o.
2 – Mas, se aquele que ensina é perverso e expõe outras doutrinas para demolir, não lhe
deis atenção; se, porém, ensina para aumentar a justiça e o conhecimento do Senhor,
recebei-o como o Senhor.
3 – A respeito dos apóstolos e profetas, fazei conforme as normas (texto grego: dogma)
do Evangelho.
4 – Todo o apóstolo que vem a vós seja recebido como o Senhor.
5 – Mas ele não deverá ficar mais que um dia, ou, se necessário, mais outro. Se ele,
porém, permanecer três dias é um falso profeta.
6 – Na sua partida, o apóstolo não leve nada, a não ser o pão necessário até a seguinte
estação; se, porém, pedir dinheiro é falso profeta.
7 – E não coloqueis à prova nem julgueis um profeta em tudo que fala sob inspiração,
pois todo pecado será perdoado, mas este pecado não será perdoado [Cf Mt 12,31].
8 – Nem todo aquele que fala no espírito é profeta, a não ser aquele que vive como o
Senhor. Na conduta de vida conhecereis, pois, o falso profeta e o (verdadeiro) profeta.
9 – E todo profeta que manda, sob inspiração, preparar a mesa não deve comer dela; ao
contrário, é um falso profeta.
10 – Todo profeta que ensina a verdade sem praticá-la é falso profeta.
11 – Mas todo profeta provado (e reconhecido) como verdadeiro, representando o
mistério cósmico da Igreja, não ensinando, porém, a fazer como ele faz, não seja julgado
por vós, pois ele será julgado por Deus. Assim também fizeram os antigos profetas.
12 – O que disser, sob inspiração: dá-me dinheiro ou qualquer outra coisa, não o
escuteis; se, porém, pedir para outros necessitados, então ninguém o julgue.
Capítulo XII – Hospitalidade com o próximo
Da hospitalidade para com os outros
1 – Todo aquele que vem a vós, em nome do Senhor, seja acolhido. Depois de o
haverdes sondado, sabereis discernir a esquerda da direita (pois tendes juízo).
2 – Se o hóspede for transeunte, ajudai-o quanto possível. Não permaneça convosco
senão dois ou, se for necessário, três dias.
3 – Se quiser estabelecer-se convosco, tendo uma profissão, então trabalhe para o seu
sustento.
4 – Mas, se ele não tiver profissão, procedei conforme vosso juízo, de modo a não deixar
nenhum cristão ocioso entre vós.
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5 – Se não quiser conformar-se com isto, é um que quer fazer negócios com o
cristianismo. Acautelai-vos contra tal gente.
Capítulo XIII – Deveres para com os profetas
Deveres para com os verdadeiros profetas
1 – Todo verdadeiro profeta que quer estabelecer-se entre vós é digno de seu alimento.
2 – Do mesmo modo, também o verdadeiro mestre, como o operário, é digno de seu
alimento.
3 – Por isso, tomarás as primícias de todos os produtos da vindima e da eira, dos bois e
das ovelhas e darás aos profetas, pois estes são os vossos grandes sacerdotes.
4 – Se vós, porém, não tiverdes profeta, dai-o aos pobres.
5 – Se tu fizeres pão, toma as primícias e dá-as conforme manda a lei.
6 – Do mesmo modo, abrindo uma bilha de vinho ou de óleo, toma as primícias e dá-as
aos profetas.
7 – E toma as primícias do dinheiro, das vestes e de todas as posses e, segundo o teu
juízo, dá-as conforme a lei.
Capítulo XIV – Santificação do domingo
Santificação do domingo pela eucaristia
1 – Reuni-vos no dia do Senhor para a fração do pão e agradecei (celebrai a eucaristia),
depois de haverdes confessado vossos pecados, para que vosso sacrifício seja puro.
2 – Mas todo aquele que vive em discórdia com o outro, não se junte a vós antes de se
ter reconciliado, a fim de que vosso sacrifício não seja profanado [Cf Mt 5,23-25].
3 – Com efeito, deste sacrifício disse o Senhor: Em todo o lugar e em todo o tempo se
me oferece um sacrifício puro, porque sou um grande rei – diz o Senhor – e o meu nome
é admirável entre todos os povos [Cf Mal 1,11-14].
Capítulo XV – Eleição de bispos e diáconos
Eleição dos bispos e diáconos
1 – Escolhei-vos, pois, bispos e diáconos dignos do Senhor, homens dóceis, desprendidos
(altruístas), verazes e firmes, pois eles também exercerão entre vós a liturgia dos
profetas e doutores (mestres).
2 – Não os desprezeis, porque eles são da mesma dignidade entre vós como os profetas e
doutores.
3 – Repreendei-vos mutuamente uns aos outros, não com ódio, mas na paz, como tendes
no Evangelho. E ninguém fale com (todo) aquele que ofendeu o outro (próximo), nem o
escute até que ele se tenha arrependido.
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4 – Fazei vossas preces, esmolas e todas as vossas ações como vós tendes no Evangelho
de Nosso Senhor.
Capítulo XVI – Parusia do Senhor
Da parusia do Senhor
1 – Vigiai sobre vossa vida. Não deixeis apagar vossas lâmpadas nem solteis o cinto de
vossos rins, mas estai preparados, pois não sabeis a hora na qual Nosso Senhor vem [Cf
Mt 24,41-44; 25,13; Lc 13,35].
2 – Reuni-vos freqüentemente para procurar a salvação de vossas almas, pois todo o
tempo de vossa fé não vos servirá de nada se no último momento não vos tiverdes
tornado perfeitos.
3 – Com efeito, nos últimos dias se multiplicarão os falsos profetas e os corruptores; as
ovelhas se transformarão em lobos e o amor em ódio [Cf Mt 24,10-13; 7,15].
4 – Com o aumento da iniqüidade, os homens se odiarão, se perseguirão e se trairão
mutuamente e então aparecerá o sedutor do mundo como se fosse o filho de Deus. Ele
fará milagres e prodígios e a terra será entregue em suas mãos e ele cometerá tais
crimes como jamais se viu desde o começo do mundo [Cf Mt 24,24; 2Tes 2,4-9].
5 – Então toda a criatura humana passará pela prova de fogo e muitos se escandalizarão
e perecerão. Mas aqueles que permanecerem firmes na sua fé serão salvos por aquele
que os outros amaldiçoam (pelo amaldiçoado) [Cf Mt 24,10-13].
6 – Aparecerão os sinais da verdade: primeiro o sinal da abertura no céu, depois o sinal
do som da trombeta e, em terceiro lugar, a ressurreição dos mortos [Cf Mt 24,31; 1Cor
15-52; 1Tes 4,16].
7 – mas não de todos, segundo a palavra da escritura: O Senhor virá e todos os santos
com Ele.
8 – Então verá o mundo a vinda do Senhor sobre as nuvens do céu [Cf Mt 24,30; 26,64].
Autor: —
Tradução: Toni Lopes