Já tinha planejado um dia postar algo sobre adivinhações, magia, tarô e etc., porém nunca tinha colocado em prática tal planejamento, até que recentemente vi aqui no painel de controle do Blog uma entrada de Pesquisa que dizia bem assim:
É pecado um católico consultar o futuro através do tarô?
O que nos mostra ainda uma ignorância por parte de muitos católicos sobre esses tipos de práticas e a necessidade de esclarecimentos.
Não tive o trabalho de elaborar nenhum estudo, pois o catecismo de nossa Igreja já nos disponibiliza as exortações e ensinamentos a respeito dessas coisas. Vou aqui postar na integra o que a Bíblia e o catecismo nos ensina.
Bíblia:
Deuteronômio 18, 9-13 Quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não te porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquele terra. Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou â invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. Serás inteiramente do Senhor, teu Deus.
Catecismo da Igreja Católica:
III. “NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM”
2110 O primeiro mandamento proíbe prestar honra a outros afora o único Senhor que se revelou a seu povo. Proscreve a superstição e a irreligião. A superstição representa de certo modo um excesso perverso de religião; a irreligião é um vício oposto por deficiência à virtude da religião.
A SUPERSTIÇÃO
2111 A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo, quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesmas legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que elas exigem, é cair na superstição.
A IDOLATRIA
2112 O primeiro mandamento condena o politeísmo. Exige que o homem não acredite em outros deuses afora Deus, que não venere outras divindades afora a única. A escritura lembra constantemente esta rejeição de “ídolos, ouro e prata, obras das mãos dos homens”, os quais “têm boca e não falam, têm olhos e não vêem…” Esses ídolos vãos tornam as pessoas vãs:
“Como eles serão os que o fabricaram e quem quer que ponha neles a sua fé” (Sl 115,4-5.8). Deus, pelo contrário, é o “Deus vivo” (Jo 3,10) que faz viver e intervém na história.
2113 A idolatria não diz respeito somente aos falsos cultos do paganismo. Ela é uma tentação constante da fé. Consiste em divinizar o que não é Deus. Existe idolatria quando o homem presta honra e veneração a uma criatura em lugar de Deus, quer se trate de deuses ou de demônios (por exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da raça, dos antepassados, do Estado, do dinheiro etc. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, diz Jesus (Mt 6,24). Numerosos mártires morreram por não adorar “a Besta”, recusando-se até a simular seu culto. A idolatria nega o senhorio exclusivo de Deus; é, portanto, incompatível com a comunhão divina.
2114 A vida humana unifica-se na adoração do Único. O mandamento de adorar o único Senhor simplifica o homem e o livra de uma dispersão infinita. A idolatria é uma perversão do sentimento religioso inato do homem. O idólatra é aquele que “refere a qualquer coisa que não seja Deus a sua indestrutível noção de Deus”.
ADIVINHAÇÃO E MAGIA
2115 Deus pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, a atitude cristã correta consiste em entregar -se com confiança nas mãos da providência no que tange ao futuro, e em abandonar toda curiosidade doentia a este respeito. A imprevidência pode ser uma falta de responsabilidade.
2116 Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõe “descobrir” o futuro. A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus.
2117 Todas as práticas de magia ou de feitiçaria com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes ocultos, para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – mesmo que seja para proporcionar a este a saúde – são gravemente contrárias à virtude da religião. Essas práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas de uma intenção de prejudicar a outrem, ou quando recorrem ou não à intervenção dos demônios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica freqüentemente práticas de adivinhação ou de magia. Por isso a Igreja adverte os fiéis a evitá-lo. O recurso aos assim chamados remédios tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes maléficos nem a exploração da credulidade alheia.
A arte de profetizar é tão antiga quanto a própria história da humanidade
A grande questão dos oráculos é a sua validação divinal.
Como em todas as áreas, há bons e maus religiosos, há portanto, verdadeiros e falsos profetas.
Seria interessante colocar a prova a questão da idoneidade, coisa que muitos tentam esconder atrás de palavras dogmáticas…
Jonas, por exemplo, foi desacreditado como profeta, simplesmente porque previu a destruição de Nínive e depois, pela ação do livre arbítrio dos beneficiários.
Interessante é o fato de Jonas ter tido ego. Ele fugiu para “não profetizar”.
Pensando um pouquinho, vemos aqui um dado interessantíssimo: o beneficiário pode mudar uma predição.
O dialogo com o destino insere uma variável incrível, um poder cedido por nosso Criador.
Na medida em que os avaliadores “intérpretes” de hoje não são, em absoluto “santos”, o perfil de feitiçaria, precisa de uma definição melhor…observemos que, no tempo bíblico, seria julgado como “bruxo” o sujeito que simplesmente previsse o tempo do dia seguinte, ou a evolução de uma doença promovida pelo que nos dias de hoje sabemos ser virus, bactérias e genética…
O que dizer então do biomagnetismo, fronteira esta que é um dilema para a própria ciência.
Está na hora de desamarrarmos a humanidade destes dogmas…precisamos honrar aos que morreram na idade média defendendo verdades que a religião, a duras penas, está agora obrigada a admitir.
Sou uma reles novata no estudo bíblico e queria perguntar… Como que a adivinhação é profana se esta presente em passagens bíblicas antes do nascimento de jesus cristo? (Ex:O sonho do Faraó).
E mesmo como católica, já tive sonhos que se concretizarão, isso não seria revelações?
(Obrigada! ** E adorei esse site!)
Cara Sara, Que a Paz do Senhor Esteja com você e com os seus.
Já adiantando, não estamos mais trabalhando em cima deste blog, migramos nosso apostolado para http://www.apologistascatolicos.com.br por fazer seus questionamentos por lá, todas as matérias que aqui estão se encontram por lá.
Em relação a esse comentario, o advinhação é pecado, pios ela rejeita a providência de Deus, o sujeito deixa de acreditar em Deus para ir buscar outros meios para seu futuro, abandona a mão de Deus para conduzir seu caminho e procura advinha-lo por conta própria. O que é imensamente diferente das revelações divinas ou sonhos… isso são manifestações do próprio DEUS, e naõ um ato de busca desinfreiada da pessoa, quem se manifesta é Deus para revelar o seu proposito. Essa é a grande diferença entre o Tarô que não tem eficácia nenhum e uma revelação do próprio Deus.
In Cord Iesu, Semper,
Rafael Rodrigues.